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A HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Por:   •  24/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  4.897 Palavras (20 Páginas)  •  88 Visualizações

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 HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Ives Gandra Martins Filho

 OS PRÉ-SOCRÁTICOS

        SÓCRATES é divisor de águas na filosofia antiga, sendo o primeiro dos grandes filósofos da Antiguidade. Os filósofos anteriores a ele são denominados genericamente como pré-socráticos e se caracterizam por seu naturalismo: na Natureza se encontram todas as respostas. Buscam o princípio do qual derivam originariamente e no qual se ultimam todos os seres (vêem o divino como algo imanente ao mundo).

  1. OS JÔNIOS

Os mais antigos filósofos gregos conhecidos são da região da Jônia (Costa da Turquia que se defronta com a Grécia), das cidades de Mileto (Tales, Anaximandro e Anaxímenes) e de Éfeso (Heráclito). Caracterizam-se por uma visão monista (um único princípio) do mundo, a par do reconhecimento de um dinamismo universal. Vêem na matéria (physis) o fundamento primeiro.

1 - TALES DE MILETO (625-545 a. C) – tido na antiguidade como um dos 7 sábios e considerado por ARISTÓTELES como o Pai da Filosofia, dele se conta a história da moça trácia que se riu quando ele caiu no poço ao estar fitando pensativo a natureza.

  • O arkhé (princípio de tudo) seria a água (pois compõe todo ser animado). Constatação de que a nutrição de todas as coisas é húmida. A alma seria o princípio motor de tudo (a alma do imã é que atrai e move o ferro): seria algo de divino (“Todas as coisas estão cheias de deuses”).

2 – ANAXIMANDRO (610-545 a. C.) – autor do primeiro escrito filosófico do Ocidente, intitulado “Sobre a Natureza”.

  • O arkhé seria o apeiron (ilimitado). O mundo é constituído de contrários, que tendem a predominar um sobre o outro (concepção órfica, da injustiça por uma culpa original): movimento eterno desfazer-se e refazer-se). Todas as coisas vivas teriam se originado do lodo e a espécie humana teria se desenvolvido a partir de organismos menos complexos.

3 – ANAXÍMENES (600-525 a. C.) – discípulo de ANAXIMANDRO.

  • O arkhké seria o ar (as coisas seriam produzidas por processos de rarefação ou condensação), que teria natureza divina. Causa dinâmica para explicar as oposições (movimento continuo do ar, em incessante produção).

4 – HERÁCLITO (545-485 a. C.) – cognominado “O Obscuro”.

  • O que existe é o devir (“Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”). Admite uma lei que o regula. O arkhé seria o fogo (de onde tudo surge por oposição). Harmonia dos contrários. Cai num relativismo universal.

  1. OS PITAGÓRICOS

Seguidores de PITÁGORAS, que viveram na Magna Grécia (Sul da Itália e Sicília). Vêem na forma o fundamento primeiro.

5) PITÁGORAS (570-490 a. C.) – natural de Samos, estabeleceu-se em Crotona, tendo fundado uma verdadeira ordem religiosa, buscando na ciência a purificação (bios theoretikós) – vida contemplativa), uma vez que a alma seria imortal, mas sujeieta a contínuas transmigrações. Celebrizou-se como matemático.

* O arkhé seria o número, considerado como algo sólido e real (pontos() e não uma abstração ental *idéia de ordem e harmonia no universo): “A língua que os deuses falam entre si é a dos números” (deduzir matematicamente todas as verdades de princípios básicos, não dependendo assim dos sentidos). Os números pares representam o ilimitado  e a imperfeição (pela sua divisibilidade), sendo os ímpares a limitação e consequente perfeição (pela sua unicidade e indivisibilidade).

  1. OS ELEATAS

Filósofos que formaram a Escola da Eléia  (cidade do Sul da Itália), manifestando preocupação metafísica com o ser.

6) XENÓFANES (580-485 a.C.) – natural de Colofon (Jônia), fixou-se depois na Elea, onde fundou sua escola de filosofia.

* Superação do politeísmo grego pela sustentação da existência de um único Deus estático e imanente ao mundo (crítica à mitologia grega antropomórfica).

7) PARMÊNIDES (540-470 a.C.) – natural da Elea e discípulo de XENÓFANES, redigiu a constituição de sua cidade.  Nega o devir (movimento) e afirma o ser: “É necessário afirmar e pensar que o Ser é”. Nega os opostos e afirma um único ser indiferenciado, finito, esférico, estático e eterno (do nada não pode brotar o ser);

* Enuncia o princípio da não contradição: “uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo”;

*Identifica o ser com o pensar (pois o ser só se revela ao pensamento): “O pensamento é ser”;

*Além do caminho da verdade (fundado no intelecto), há o caminho da opinião (que se funda nos sentidos).

8) ZENÃO (490 – 430 a. C.) – natural da Elea e discípulo de PARMÊNIDES, deixou-nos sua obra “Sobre a Natureza”.

* Fundador do método da dialética (usado não para provar suas teses, mas para mostrar o absurdo das contrárias). Autor de muitas aporias: argumentos sem saída.

* Nega o movimento, por entender que a noção de mudança envolve um paradoxo: para mudar completamente é preciso antes mudar parcialmente, e assim infinitamente, o que levaria a concluir que o movimento não existe (Aquiles e a tartaruga; os pontos de percurso de uma flecha).

9) MELISSO (480-420 a. C.) – natural de Samos, estabeleceu-se depois na Elea, tendo sistematizado a doutrina eleata do ser.

* O ser é uno, infinito e informe.

  1. TEORIAS DO CONHECIMENTO

Preocupação com o modo como o homem conhece as coisas e visão pluralista dos princípios que  origem às coisas. Confusão entre física e filosofia.

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