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A Psicologia E Religião Na Contemporaneidade

Por:   •  17/5/2023  •  Resenha  •  2.528 Palavras (11 Páginas)  •  54 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

CURSO DE PSICOLOGIA

PSICOLOGIA E RELIGIÃO NA CONTEMPORANEIDADE 

Michele Andrade de Souza

 SANTA ROSA- RS,  FEVEREIRO, 2022

INTRODUÇÃO

Ao longo de sua vida o sujeito se depara com estados de sofrimento, desafios  e transições, o que os impulsiona para além de suas próprias capacidades, levando- os a um processo dinâmico de enfrentamento no qual crenças e práticas religiosas podem estar inseridas. Assim nossa linguagem cultural está composta na religiosidade. Por isso, o profissional da psicologia não pode ignorar esses aspectos em sua escuta, devendo estar atento a isso durante sua prática profissional. É preciso falar de religiosidade com uma linguagem científica e ter uma escuta acolhedora, estando atento a suas próprias crenças.

No decorrer da formação e prática profissional  é necessário que o mesmo compreenda a influência da religião sobre a saúde mental bem como o lugar e significado da religião para o sujeito em seu cotidiano a partir dos conceitos  e contribuições da Psicologia. Tendo em vista o atual cenário da religião, o profissional precisa assimilar as questões sobre  o papel e lugar da religião na vida do sujeito, partindo de aspectos do cenário religioso atual, de pluralidade e ressignificação. Tendo em vista que esse vem se tornando um campo de crescente estímulo para análises e interpretações.

JUSTIFICATIVA

Iniciar discussões acerca de religião adentrando o campo das psicologias ainda gera alguns questionamentos para todo sujeito, sendo ele profissional da psicologia ou não. Algumas atitudes do psicólogo frente à religião, ainda é marcada por preconceitos e incompreensões de ambos os lados. Para que se possa dar início a um processo de ressignificação sobre o papel da religião e o efeito que ela tem no que diz respeito a saúde mental do sujeito, é necessário que o profissional quebre alguns estigmas apresentados durante sua trajetória e busque conhecer e estudar sobre essa instituição que se faz tão presente no cotidiano e cada vez mais tem aparecido nos discursos do sujeito, e no momento atual. Em tempos de pandemia onde não era possível contato afetivo, onde muitos perderam entes queridos e não foram permitidos uma despedida formal, como desde sempre era compreendido como o certo, pode ter sido na religião que muitos puderam trabalhar a elaboração do luto.

OBJETIVOS

O objetivo dessa pesquisa é poder apresentar sobre o papel da religião na contemporaneidade, assim como sua função na saúde mental do sujeito e como isso pode ser trabalhado no atendimento psicoterapêutico e nos campos em que atuam os profissionais de psicologia. O objetivo não é fazer com que o profissional ou paciente  ingresse em uma religião ou espiritualidade, pois vai contra o código de ética profissional do psicólogo, mas ao trabalhar com outros sujeitos o profissional deve estar minimamente ciente que discursos acerca da religião irão aparecer, e esse profissional em momento algum deve tratar esse discurso de forma indiferente, demonstrar isenção ou ser hostil no que diz respeito a esse a crença do outro.

METODOLOGIA

A pesquisa é caracterizada como bibliográfica, exploratória, qualitativa; baseia-se na leitura e análise de artigos acadêmicos, em escritos filosóficos como os de Nicolau Maquiavel e Jurgen Habermas, e apontamentos do psicanalista Sigmund Freud citados na obra o Mal-estar na Civilização (1930).

PSICOLOGIA E RELIGIÃO NA CONTEMPORANEIDADE

Ao longo de sua vida o sujeito se depara com estados de sofrimento, desafios  e transições, o que os impulsiona para além de suas próprias capacidades, levando- os a um processo dinâmico de enfrentamento no qual crenças e práticas religiosas podem estar inseridas. A prática religiosa pode vir a ser entendida como uma forma de suporte empírico de funções diversas da religião, tendo como função proteger, conceder alívio, conforto e consolo. A confirmação de suas crenças pode fornecer ordem e compreensão de eventos dolorosos, caóticos e imprevisíveis.

Assim nossa linguagem cultural está composta na religiosidade. Por isso, o profissional da psicologia não pode ignorar esses aspectos em sua escuta, devendo estar atento a isso durante sua prática profissional. É preciso falar de religiosidade com uma linguagem científica e ter uma escuta acolhedora, estando atento a suas próprias crenças. As pessoas utilizam da religiosidade e espiritualidade como uma forma para lidar com as dificuldades ou situações de estresse.

 O psicólogo precisa acolher as questões relacionadas a religião e espiritualidade quando trazidas pelo paciente e identificar se aquilo faz bem para sua saúde mental. O psicólogo não pode ser indiferente perante a religiosidade, demonstrando isenção ou sendo hostil em relação a assuntos que dizem respeito à religião, pois a base cultural do ser humano é representada pela crença.

Conforme nota pública emitida pelo Conselho Federal de Psicologia (2012), não há oposição entre Psicologia e religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhece que a religiosidade e a fé estão presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um. Assim, afirmando o respeito às diferenças e às liberdades de expressão de todas as formas de religiosidade conforme garantidas na Constituição de 1988 e, justamente no intuito de valorizar a democracia e promover os direitos dos cidadãos à livre expressão da sua religiosidade, é que o Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o) orienta que os serviços de Psicologia devem ser realizados com base em técnicas fundamentados na ciência psicológica e não em preceitos religiosos ou quaisquer outros alheios a esta profissão.

O RETORNO DO RELIGIOSO NA CONTEMPORANEIDADE

É inegável que a ciência vive atualmente o momento de maior evolução da história, sendo isso facilitado pelo avanço de tecnologias e o interesse de cada vez mais pessoas por respostas concretas e exatas de diversos acontecimentos e fenômenos. Ainda assim, as crenças religiosas ainda são o norte de muitas pessoas para a explicação de questionamentos existenciais, acontecimentos da vida e questões de ordem natural.

No artigo “O futuro de uma ilusão”, Freud afirma que, em consequência do contínuo processo de desenvolvimento da civilização, as religiões seriam inevitavelmente suplantadas pelo saber científico (Freud, 1927/ 1974d). É notável de que a sociedade contemporânea caminha para esse momento, o qual os saberes científicos irão se sobre por sobre as crenças religiosas, não como forma de desrespeito ou superioridade em relação ao ver popular que as crenças carregam, mas sim como forma de evolução e crescimento. No texto, um apontamento de Gianni Vatimo diz:

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