Crise da Psicologia na Contemporaneidade

Crise da psicologia na contemporaneidade

Conforme foi passando os anos, surgem novas correntes e ressurgem antigas a cada instante no ramo da Psicologia. E com isso o sujeito se encontra em mutação, pois a concepção construída com o paradigma individualista com o modelo de sociedade projetados estão em crise.

Postas em xeque grandes visões filosóficas, religiosas e até politicas perderam sua legitimidade após a crise da modernidade. Ela que tinha conceitos rígidos e com seus limites impostos foi substituída por teorias mais flexíveis podendo produzir contrastes através da teoria da pós modernidade, que é um termo pós industrial e era do capitalismo tardio.

Na pós modernidade a produção de informação é o principal recurso e guia de relações e amizades, que não se restringem mais só em locais e tempo através de aparelhos eletrônicos como celular, tv, tablets. Portanto a mídia e a internet influenciam totalmente da construção da Self do sujeito que está em constante metamorfose tornando o “eu” como um projeto reflexivo organizando todos os estímulos que recebe em um processo continuo.

Na formação da Self, nunca na história, o local e o global estiveram tão interligados, criando uma identidade construída pelo próprio sujeito sendo ele que define como construir suas ideias conforme o tempo e espaço. Deixando o sujeito fragmentado e desenraizado a fim de realizar sua própria narrativa.

A sociedade está se deparando com um homem pós moderno com uma condição existencial mais radical, um sujeito idealizado que busca sua liberdade a todo custo mesmo não tendo uma identidade central estável com um vazio que tem que preencher na prática do dia-a-dia.

Contudo vem a Psicologia Clínica responder essa demanda do sujeito com seu individualismo moderno. O profissional tem que articular local e o global para ter dialogo com o sujeito pós moderno pois as abordagens clinicas e sociais de dissolveram com o tempo invertendo até a teoria da pratica. Tratando de um fenômeno muito complexo entre todos e suas partes.

E foi no apego aos modelos e teorias que levaram os psicólogos clínicos não perceberem que todas as abordagens são individualistas com suas adaptações. E que prioriza a subjetividade em detrimento do histórico e social suprindo exclusivamente o próprio sujeito. Mesmo cada abordagem tendo uma teoria de personalidade, desenvolvimento e psicopatologia.

A abordagem que menos sofreu mudanças em todos esses anos é a Psicanalise, mesmo com alguns métodos e ideias já não são correspondentes da época de Freud. A regressão que é um processo psíquico é um elemento que é mantido em condições clássicas, com o divã, atendimento individualista e a neutralidade das ideias do analista.

Referências:

Portela, Marco AntônioA crise da psicologia clínica no mundo contemporâneo. Estudos de Psicologia (Campinas) [online]. 2008, v. 25, n. 1 [Acessado 30 Novembro 2021] , pp. 131-140. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000100013>. Epub 11 Abr 2008. ISSN 1982-0275. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000100013.

Mezan, RenatoPsicanálise e psicoterapias. Estudos Avançados [online].