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A Psicologia do Esporte

Por:   •  19/5/2015  •  Resenha  •  1.844 Palavras (8 Páginas)  •  823 Visualizações

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  1. Introdução - A Psicologia do Esporte

A Psicologia do Esporte é um tema emergente em Psicologia, bastante passível de reflexões e discussões.

Em relação ao histórico, a Psicologia do Esporte inicia-se na Rússia e nos EUA do século XX, sendo que no Brasil se inseriu após a Copa do Mundo de 1958. A preocupação dessa área de estudos é ampliar o desempenho esportivo, envolvendo técnicos, treinadores e atletas, através de treinamento psicológico, que os instrumentaliza no sentido de enfrentamento da competição e melhoria da comunicação e concentração (RUBIO, 2007).

Rubio (2007) fez uma revisão de literatura e apontou que a Psicologia do Esporte é vista como subárea das Ciências do Esporte pela maioria dos pesquisadores. Outras subáreas dessas ciências seriam as humanas (como antropologia e sociologia) e as biológicas (como medicina e fisiologia). Salienta que apesar do objetivo de interdisciplinaridade, isso ainda não ocorre na prática.

Por razões que ainda não estão bem explicitadas, a Psicologia do Esporte tem se desenvolvido distante dos cursos de graduação em Psicologia das principais universidades do país. Este fato ocorre, a despeito do reconhecimento das pessoas envolvidas no esporte, sobre a enorme importância dos fatores psicológicos que podem determinar uma performance esportiva e, também, do reconhecimento, por parte dos psicólogos, do fenômeno esportivo como um aspecto de extrema relevância no comportamento humano.

Expressando de uma forma simples, Psicologia do Esporte é o estudo científico dos fatores psicológicos que estão associados à participação e performance nos esportes, exercícios e outros tipos de atividade física. Os profissionais da psicologia dos esportes estão interessados em dois objetivos principais: ajudar atletas a usar os princípios psicológicos para melhorar a performance e compreender como a participação em atividades físicas, esportes, exercícios e jogos afeta o desenvolvimento psicológico, a saúde e o bem-estar ao longo da vida (WEINBERG & GOULD, 1995).

De fato, a psicologia tem contribuído em muitos campos de interesse do psicólogo do esporte. A psicologia cognitiva, por exemplo, trata de questões relativas à investigação de como a cognição e a emoção são envolvidas e influenciam no desempenho esportivo (ROBINS, GOSLING & CRAIK, 1999).

Nos últimos anos, a psicologia do desenvolvimento tem reconhecido o valor do desenvolvimento motor como uma área tão importante quanto às áreas de aprendizagem, inteligência, linguagem e percepção, dedicando uma crescente literatura a esse tópico. A psicologia dos esportes contribui com investigações sobre padrões de movimento e performance motora, desenvolvimento fisiológico e efeitos do exercício, processamento de informações e desenvolvimento de habilidades motoras, importância da participação infantil no esporte, entre outras.

Há pesquisas que tratam da área de lesões no esporte, um problema muito presente entre os atletas, que treinam constantemente em prol de melhoria do desempenho. Assim, já foi levantado que atitudes psicológicas são fatores importantes para prevenir ou minimizar lesões, e que, se lesionado, o atleta se beneficia com a intervenção psicológica, quando de sua recuperação (HEIL, 1993; SMITH, 1996).

A Psicologia do Esporte compreende a relação do psiquismo com a saúde física e mental, por ser o esporte uma importante fonte de saúde. No entanto, não podemos negar a relatividade dos efeitos saudáveis do esporte de alto rendimento.

  1. A prática do psicólogo na Psicologia do Esporte e a Ética

A despeito da grande consideração da Psicologia do Esporte como instrumento para maximizar a alta performance, atualmente há atletas que não buscam tão somente a vitória, mas também atingir níveis que superam seus limites corporais, fazendo disso um ganho pessoal (RUBIO, 2007).

De acordo com Feijó apud Rubio (2007) os objetivos da atividade que o atleta desempenha devem apontar também para uma realização pessoal. Neste sentido, os objetivos de ganhar as competições e aperfeiçoar-se na atividade vão de encontro com os objetivos do clube ou instituição a que o atleta pertence. Mas pode ser que a pessoa também discorde daquilo que é esperado dela, quando os objetivos ultrapassam seus limites, abalando sua saúde. Portanto, aqui o psicólogo seria mediador entre os objetivos da instituição/clube e do atleta.

Aqui, consideramos que a saúde do atleta esteja sendo considerada, e isso aponta para uma Psicologia do Esporte mais abrangente e engajada.

A APA (Associação Americana de Psicologia) apontou, no ano de 2009, que a Psicologia do Esporte deve tratar especialmente de duas áreas: auxiliar os atletas em relação à saúde mental e orientá-los sobre as mudanças psicológicas e de saúde no decurso da prática esportiva; portanto, já podemos ver que há práticas atuais que superam a exclusividade da Psicologia do Esporte como auxiliar na promoção de alto rendimento (RUBIO, 2007).

O psicólogo pode trabalhar com atletas e/ou equipes, em relação à elaboração de conflitos e da trajetória em sentido estrito, a profissional e em sentido mais amplo, a própria vida. Pode, ainda, ser assessor e orientador no que concerne aos fenômenos psicológicos (EPIPHANIO, 1999).

De acordo com Lesyk apud Rubio (1999) no ano de 1983 o Centro Olímpico Americano apontou três diferentes atuações para a área da psicologia do esporte: a atuação clínica - em que trabalha-se com o atleta e toda a equipe de profissionais que têm relação com ele, devendo haver formação em Psicologia ou Educação Física, sendo imprescindível que haja conhecimento interdisciplinar entre as diferentes áreas de conhecimento; a pesquisa, no sentido de investigar e agregar conhecimento; e a educação, no sentido de lecionar a disciplina Psicologia do Esporte. Salienta-se que para as atuações de pesquisa e educação não há necessidade de formação específica, sendo desempenhadas por profissionais da Psicologia ou da Educação Física.

É possível, ainda, atuar como especialista em psicodiagnóstico, avaliando potenciais e deficiências, apontando para necessidades de aperfeiçoamento; conselheiro, atuando no acompanhamento individual ou coletivo – de atletas, técnicos e times; consultor, que busca otimização de rendimento do atleta; analista, que analisa condições de treinamento, articulando técnicos e atletas; e otimizador, que busca e orienta sobre formas de melhorar o desempenho do atleta (SINGER apud RUBIO, 1999).

Outra possibilidade de atuação da psicologia em relação ao esporte e com engajamento social seria o acompanhamento de crianças em vulnerabilidade inseridas no esporte, por exemplo, como possibilidade de atuação profissional para elas e fortalecimento da educação, dependendo de investimento governamental (EPIPHANIO, 1999).

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