A SUPERVISÃO DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA SOB AS ÓTICAS DO SUPERVISOR E DO SUPERVISIONANDO

A SUPERVISÃO DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA SOB AS ÓTICAS DO SUPERVISOR E DO SUPERVISIONANDO.

Resenha

O artigo tem a proposta de mostrar perspectivas do supervisor e do supervisionando sobre os processos, objetivos e competências que devem ser treinadas e desenvolvidos em supervisão. A partir de questionário realizado com supervisores e supervisionados os pesquisadores chegaram à conclusão de que a supervisão tem como objetivo a facilitação da prática profissional através de diversas estratégias didáticas, promovendo a competência teórica, técnica e a competência social do aluno terapeuta.

O artigo apresenta também algumas dificuldades enfrentados por supervisores e supervisionados, tais com o pouco tempo de supervisão, excesso de atendimento e interferência institucional.

O artigo inicia-se salientando a importância da supervisão para a formação dos futuros terapeutas; a supervisão ajuda o desenvolvimento de habilidades específicas e mudanças no comportamento da postura do aluno, fortalece o embasamento teórico, fortalece a conduta ética, assim como, desenvolve o raciocínio e manejo do processo clínico, mais não deixa de apontar a falta de uniformização de procedimentos nesta prática, além da escassez de pesquisas no campo da supervisão clínica.

Para os alunos a supervisão é o primeiro passo no trabalho pratico profissional, colocando em pratica as teorias aprendidas em sala de aula; assim o estágio ganha destaque na formação e desenvolvimento das competências dos formandos.

O estágio tem grande importância devido ao contingente de assuntos e situações que ainda não foram sido estudados. Desenvolvendo assim a busca por novos conhecimentos.

Devido à falta de experiência na pratica terapêutica do supervisionado, a pratica do supervisor se torna de muita responsabilidade, onde o supervisor deve desenvolver a formação do supervisionado e garantir um atendimento adequado aos clientes/pacientes.

Além de toda essa responsabilidade o supervisor ainda precisa de uma postura empática para criar um clima favorável e estabelecer uma reação de confiança e colaboração mutua com os supervisionados.

O artigo mostra funções bem delineadas que o supervisor deve desenvolver, mais indica também que o desenvolvimento do supervisionado depende muito mais da dedicação do próprio aluno.

Um assunto muito importante e interessante abordado são as habilidades terapêuticas que deveriam ser melhor desenvolvidas ao longo de toda a formação para que os alunos ficassem menos inseguros quando chegasse a hora de colocar em pratica suas habilidades; tais habilidades são de repertorio pessoal de cada um dos alunos e deveriam ser trabalhados por todo o período de graduação juntamente com aquisição de conteúdos teóricos. As habilidades interpessoais são a base para a formação de um psicoterapeuta.

Com base na proposta objetiva do artigo os formuladores desenvolveram uma pesquisa qualitativa formada por questionário que pudesse descrever e explorar percepções de supervisores e alunos supervisionados sobre comportamentos, habilidades e outras questões inerentes do processo de supervisão.

Colheram os dados de 08 supervisores e 23 alunos em supervisão de estágio clínico com dois questionários abertos estruturados, autoaplicáveis, elaborados para este estudo. Os desenvolvedores da pesquisa tiveram o cuidado de adequar o instrumento fazendo um estudo piloto e dividiram os dados em 4 grandes categorias. São elas: papel da supervisão de estágio, didática e habilidades, dificuldades e limites da supervisão e papel do supervisor.

Na categoria papel da supervisão de estagio fica-se bem delineado que para os supervisores que o papel da supervisão é de aprendizagem e atividade teórico-prática de ensino e formação para o exercício da clínica em psicologia. E para os supervisionados a discussão de casos clínicos, troca de experiências, esclarecimento de dúvidas, aprimoramento de técnicas deixando bem claro que o objetivo da supervisão é capacitar e preparar para a pratica clínica.

        Na categoria didática e habilidades, várias técnicas que são utilizadas facilitam o melhor entendimento do supervisionado, tais como exposição dos conteúdos, as dinâmicas, estudos de caso, etc. permitem uma reflexão das vivências e práticas. Essas atividades são realizadas com o propósito de desenvolver as competências teóricas, competência técnica e a competência interpessoal que segundo os autores do artigo, em suas pesquisas bibliográficas, encontraram denominadas como “as três grandes competências que devem ser desenvolvidas em um bom profissional”