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A Teoria Do Desenvolvimento Humano De Piaget E Kohlberg

Por:   •  15/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.688 Palavras (11 Páginas)  •  126 Visualizações

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UNIEVANGÉLICA

DIREITO

THAISA MARÃES SANTOS

PSICOLOGIA: PESSOA, SOCIEDADE E DIREITO

DESENVOLVIMENTO MORAL EM PIAGET E KOHLBERG

TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

ANÁPOLIS

2023

INTRODUÇÃO

A compreensão do desenvolvimento humano tem sido objeto de estudo por diversas áreas do conhecimento, como a psicologia e a sociologia. Dentro das teorias psicológicas, destaca-se a contribuição de Jean Piaget, que descreveu o processo de desenvolvimento cognitivo das crianças e sua relação com o desenvolvimento moral. Lawrence Kohlberg aprofundou esse tema e elaborou uma teoria do desenvolvimento moral, baseada em estágios que abrangem desde a obediência a normas até a adoção de princípios éticos universais.

Além dessas teorias, há a abordagem das Representações Sociais, desenvolvida por Serge Moscovici, que norteia a compreensão das formas pelas quais as pessoas formam suas percepções e representações da realidade social e cultural em que estão inseridas.

Neste trabalho, serão exploradas essas três vertentes da psicologia, contextualizando seus fundamentos teóricos e destacando suas contribuições para compreendermos como as pessoas constroem seus valores e percepções da realidade.

PIAGET E O DESENVOLVIMENTO MORAL

O psicólogo suíço Jean Piaget fez um estudo a respeito do desenvolvimento moral das pessoas. Ao observar seus próprios filhos, notou que as crianças não pensam da mesma maneira que os adultos. Isto é, faltava nas crianças algumas competências que somente os adultos possuíam.

Segundo Piaget, nós construímos nossa moral a partir da influência mútua com os diferentes acontecimentos sociais presentes em nossa vida. Como nós, de maneira geral, somos uma sociedade tutelada por adultos, o desenvolvimento moral das crianças está diretamente ligado com essa relação.

Piaget, divide o desenvolvimento moral em três fases distintas:

  1. Pré-moral: É a primeira fase do desenvolvimento moral do ser humano, que ocorre entre 0 a 2 anos de idade. Nessa fase, as crianças não têm senso de moralidade e não diferenciam o certo do errado. Durante a fase pré-moral, a criança é egocêntrica e age de acordo com suas próprias necessidades e desejos, sem levar em consideração as necessidades dos outros. Ela ainda não consegue compreender a perspectiva dos outros, e não é capaz de estabelecer relações de respeito mútuo. No entanto, nessa fase a criança começa a explorar o mundo ao seu redor, fazendo descobertas sobre as normas e expectativas sociais. Ela observa o comportamento dos adultos e começa a construir a sua própria compreensão sobre moralidade e justiça. Na fase pré-moral, as crianças ainda não possuem a capacidade de internalizar as regras e normas sociais. Elas seguem as regras apenas por medo do castigo ou por causa da recompensa. Por isso, é importante que os adultos ofereçam uma orientação adequada, expondo a criança a um ambiente rico em experiências e relacionamentos positivos.
  2. Moralidade heterônoma: A partir dos 4 anos de idade, as crianças começam a entender as regras e leis impostas pelos adultos. No entanto, ainda consideram que essas regras são imutáveis e não podem ser questionadas. Ao falarmos da moralidade heterônoma, temos que destacar a noção de deveres. Os deveres são fatores externos que, ao serem impostos, criam uma noção de responsabilidade moral no indivíduo. As noções de bem e mal exercem importante papel nessa fase também. O bem é tido como a realização da obrigação. Em outras palavras, o fato de agirmos corretamente nos transmite a ideia de certo. Em contrapartida, a violação ou relativização das nossas obrigações causa uma sensação de errado. De acordo com Piaget, a moral se funda com base num sistema de regras que, ao serem observadas, nos transmitem a noção de responsabilidade – moralmente nos sentimos responsáveis – pelas consequências de nossas ações. Entretanto, só obedecemos às regras devido às punições. Logo, se faltar autoridade vai emergir o caos, isto é, a desordem de um mundo sem moral. Como ainda não somos sujeitos autônomos, ou seja, estamos construindo uma moral, as noções de certo e errado são aprendidas com a observação do mundo exterior.
  3. Moralidade autônoma: A partir dos 10 anos, as crianças começam a compreender que as regras são criadas pelos seres humanos e podem ser modificadas. Nesta fase, elas começam a desenvolver um senso de justiça e equidade. É na fase autônoma que nós desenvolvemos plenamente a moral. A partir daí nossos deveres passam a ser cumpridos com consciência de sua necessidade, diferentemente da fase heterônoma em que cumpríamos as regras somente por conta de uma autoridade sem entender seu real sentido. Para Piaget, após a construção, o sujeito teria princípios éticos e morais. Isso significa que mesmo na falta de uma autoridade nós continuaríamos fazendo o certo, pois seríamos pessoas autodisciplinadas e justas.

Piaget acreditava que o desenvolvimento moral é influenciado pela interação da criança com o ambiente e com outras pessoas, especialmente seus pais e professores. Ele também enfatizou que o desenvolvimento moral é um processo gradual e que não acontece da noite para o dia.

A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO MORAL DE KOHLBERG

Lawrence Kohlberg foi um psicólogo americano que propôs uma teoria do desenvolvimento moral baseada em estágios progressivos de raciocínio moral. Ele acreditava que as pessoas passavam por uma série de etapas de desenvolvimento moral, cada uma delas caracterizada por crenças e comportamentos morais específicos.

Baseou-se nos estudos de Piaget sobre desenvolvimento cognitivo para desenvolver sua teoria do desenvolvimento moral. Kohlberg acreditava que o desenvolvimento moral ocorria a partir da construção gradual de estruturas mentais, assim como o desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget. No entanto, Kohlberg identificou estágios específicos de desenvolvimento moral que eram diferentes dos estágios do desenvolvimento cognitivo propostos por Piaget. Além disso, a teoria de Kohlberg enfatizava a importância do raciocínio moral, ou seja, como as pessoas pensam sobre o que é certo e errado, enquanto a teoria de Piaget estava mais preocupada com as estruturas mentais gerais que permitem a compreensão do mundo.

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