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A VIOLÊNCIA OBSTRETICA

Por:   •  27/9/2021  •  Resenha  •  473 Palavras (2 Páginas)  •  60 Visualizações

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1.2 A Violência Obstétrica no Brasil

A violência obstétrica no Brasil evidencia a desigualdade social do país, e o racismo estrutural que compõe a nossa sociedade.  Segundo a ABRASCO, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a maior recorrência de vitimas são as mulheres pobres e negras e usuárias do Sistema Único de Saúde, SUS. O senso comum ainda participa do dia a dia da medicina brasileira, e frases como “mulheres negras são mais fortes” ainda são ouvidas. Elas justificam práticas como corte no períneo e a negativa para anestesia local, a episiotomia.

O fato é que a violência obstétrica começa muito antes do parto em si. O pré-natal inadequado sem acompanhamento psicológico e de assistência social também pode ser caracterizado como violência obstétrica. É durante esse processo que as gestantes deveriam conhecer as possibilidades de parto, o que não acontece para muitas usuárias do SUS.

No recorte de classe e raça, segundo o Ministério da Saúde as mulheres negras são as que mais sofrem com um pré-natal inadequado e com a peregrinação em busca de um hospital que as atenda durante o parto. Elas também são as que frequentemente estão sozinhas durante o alumbramento.

A violência obstétrica se culmina na mortalidade materna, já que as oportunidades de sobrevivência são menores para quem tem acesso a menos recursos. As violências sutis como falta de informação e de comando sobre as práticas que serão efetuadas em seu próprio corpo coloca mães em situação de vulnerabilidade máxima.

Mesmo que as mulheres estejam na ponta do problema da violência obstétrica, no meio os recém-nascidos ficam expostos e correm o risco de óbito. E neste caso, umas série de agravantes podem ser vistos, como a desinformação de pais. Com um pré-natal inadequado, os parceiros das gestantes não se sentem à vontade para participar do parto, não acompanhando o recém-nascido nas primeiras horas, e não sabendo como e para onde recorrer.

Como aponta o Ministério da Saúde, as regiões Norte e Nordeste possuem números elevados de mortalidade materna, mesmo ocorrendo a subnotificação desse problema. Mesmo estando em estados diferentes, como percebemos no êxodo de mulheres nordestinas para o sudeste, essas mulheres também sofrem com o pouco acesso aos tratamentos do SUS e, consequentemente, a um pré-natal adequado e um parto sem complicações.

Mesmo o SUS sendo o ponto de referência por abarcar a maior parte da população, é perceptível e estudado que o modelo obstetrício ainda precisa se modificar para atender gestantes com qualidade e atendimento psicológico, propiciando uma vivência materna segura e plena. A desigualdade social não pode ser justificativa para a naturalização da violência obstétrica.

Referências Bibliográficas

Ministério da Saúde. Cadernos HumanizaSUS: Humanização do parto e do nascimento. Disponível em:http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/caderno_humanizasus _v4_humanizacao_parto.pdf> . Acesso em 27 de abril de 2021.

FLAESCHEN, Hara. Mulheres negras sofrem mais violência obstétrica. ABRASCO, 2020 disponível em https://www.abrasco.org.br/site/noticias/8m-mulheres-negras-sofrem-mais-violencia-obstetrica/45463/. Acesso em 27 de abril de 2021.

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