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AFETIVIDADE, EMOÇÃO E APRENDIZAGEM

Por:   •  13/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.348 Palavras (22 Páginas)  •  228 Visualizações

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Disciplina de Processos Psicológicos Básicos - 01º semestre/2016

Acadêmicos: Carla Marques, Cláudio Straub, Juliana Borges e Tatiane Weiss

Professora: Mª. Arlete Salante

AFETIVIDADE, EMOÇÃO E APRENDIZAGEM

Introdução

O presente trabalho procura trazer uma introdução básica dos temas Afetividade, Emoção e Aprendizagem.

Seu objetivo é proporcionar aos colegas um conhecimento referente aos temas acima citados, bem como fazer referências de alguns teóricos importantes que contribuíram para estes ramos.  

AFETIVIDADE

Inteligência e Afetividade da Criança na teoria de Piaget

Desenvolvimento Afetivo

Iniciaremos, com o desenvolvimento afetivo, que na teoria de Piaget, como citado em Wadsworth (1996), “o desenvolvimento cognitivo é parecido com o desenvolvimento afetivo. Sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções, em geral estão incluídos no afeto. O interesse, em gostar ou não gostar é um exemplo comum de afetividade no trabalho, que afeta nossas atividades intelectuais”.

Muitas vezes, quando somos interrogados porque fazemos uma determinada coisa, a resposta tem a ver com o interesse. Ao escolher ler um livro sobre construção de casas de madeira em vez de ler um livro sobre a guerra civil, se eu assimilar o conteúdo do livro em minha estrutura cognitiva eu vou ampliar meus esquemas sobre construção de casas de madeira, mas não sobre guerra civil, ou seja, assimilar o que eu li. Na visão piagetiana, está seleção não é provocada pelas atividades cognitivas, mas pela afetividade, nesse caso o interesse.

A questão afetiva, influencia sobre o desenvolvimento intelectual. O sistema afetivo, em si, não pode modificar as estruturas cognitivas, embora ele possa influenciar quais serão modificadas. De acordo com Piaget, 1981b, (como citado em Wadsworth, p. 37) “... embora a questão afetiva cause o comportamento, embora ela acompanhe constantemente o funcionamento da inteligência, e embora ela acelere ou freie o ritmo de desenvolvimento, ela, em si mesmo, no entanto, não pode gerar estruturas de comportamento e não pode modificar as estruturas em cujo funcionamento ela intervém”.

 Segundo Piaget, a afetividade e cognição se desenvolvem no mesmo sentido. Quando analisamos o raciocínio das crianças sobre questões morais, nota-se que os conceitos de afetividade e cognição são construídos do mesmo modo. As crianças da pré-escola ao sofrerem uma batida de um coleguinha acidentalmente, ela não vê o incidente como acidente, em grande parte porque ela não construiu o conceito de intencionalidade. A medida que se desenvolve a cognição, há um desenvolvimento semelhante de afetividade.

Piaget descreveu em vários livros sobre o desenvolvimento afetivo e cognitivo durante os dois primeiros anos de vida. No nascimento e no primeiro mês de vida, o afeto é visto como uma atividade reflexa indiferenciada. Os sentimentos afetivos surgem no decorrer do desenvolvimento da criança. Aos dois anos de idade, ela já se difere do recém-nascido no que diz respeito à cognição e afetividade. Nesta fase ela já traz esquemas cognitivos e afetivos mais sofisticados e amplos. Essa evolução é baseada na função das ações da criança sobre o meio ambiente.

No segundo ano de vida, três aspectos do desenvolvimento são observados:

Os sentimentos começam a ter um papel na determinação dos meios usados para obter os fins. Nessa fase as coisas começam a ter mais valor para a criança;

Surge o experimento dos sucessos e fracassos, dentro do conceito afetivo. Os sentimentos associados às ações são lembrados e as crianças se atraem por aquilo que foram mais vitoriosos;

Nesta fase, as crianças começam a transferir afeto para as pessoas, sendo que até esse momento os sentimentos eram voltados somente para si. Os sentimentos de gostar ou não gostar de algo sai só do conceito objeto e passa a ser dirigido a outros. A concentração do afeto em outras pessoas é a primeira etapa do desenvolvimento social.

O autor traz duas definições para compreender as convicções de Piaget sobre o desenvolvimento afetivo. São elas vontade e autonomia:

Vontade - existem situações em que a pessoa tem de fazer escolhas entre o que ela quer fazer e o que deveria moralmente fazer. Por exemplo: em sua tarde de folga poder ir ao cinema que você deseja muito ou visitar seu tio no asilo. Você escolhe ir visitar seu tio e renuncia o cinema. Essas são escolhas sociais e implicam ao senso de obrigações e valores. Piaget diz (como citado em wadsworth 1996), “...para falar de vontade, um conflito entre dois impulsos ou tendências deve estar presente. Ainda, o impulso que é inicialmente mais fraco deve tornar-se o mais forte dos dois no decorrer de um ato de vontade”.

Autonomia – um segundo avanço no desenvolvimento da afetividade, é a emergência dos sentimentos autônomos – as relações de respeito com os adultos. Antes de aceitar valores estabelecidos por outros, o raciocínio os avalia.

Por volta dos sete ou oito anos, as crianças passam a fazer suas próprias avaliações morais, e consideram o que é certo ou errado. Isto não significa que suas avaliações sejam corretas, mas significa que elas começam a mudar de uma moralidade de obediência a valores, a uma moralidade de cooperação e avaliação.

Desenvolvimento Afetivo e Adolescência

Como já vimos, o desenvolvimento cognitivo e o afetivo guardam uma matriz comum. Na adolescência o desenvolvimento afetivo é caracterizado por dois fatores principais: o desenvolvimento dos sentimentos idealistas e a formação da personalidade.

Sentimento idealista – com o desenvolvimento das operações surge a capacidade de pensar sobre, raciocinar sobre, e de refletir sobre o próprio pensamento. Uma das principais diferenças entre pensamento do adolescente e do adulto reside no fato de que o adolescente no início aplica o critério de pura lógica no julgamento dos eventos humanos. Se ele é lógico é bom, correto e assim vai. Ele ainda não distingue entre o mundo lógico e o real;

A formação da personalidade – o bebê ao nascer interage com a mãe e outras pessoas, suas interações são pré sociais no início. Os primeiros contatos não são verdadeiras interações sociais, pois não envolve comunicação nem sentimento.

O desenvolvimento social tem continuidade na adolescência. Piaget (como citado em Wadsworth 1996), nos diz “que é nesse período que ocorre a definição do que ele chama de personalidade”.

 Piaget relata que a definição mais ou menos permanente da personalidade, ocorre quando o adolescente busca se adaptar a sociedade e não mais ao eu individual.  Para Piaget, a formação da personalidade e tudo o que ela implica pode ser considerado como o aspecto final do desenvolvimento afetivo e social. Nada disse é automático, muitas emboscadas podem ocorrer no decorrer do desenvolvimento do próprio conhecimento social e na maneira que o indivíduo se sente em relação ao outro (Wadsworth, 1996).

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