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ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO "CUIDADO, ESCOLA!"

Por:   •  28/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.606 Palavras (15 Páginas)  •  11.892 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O livro retrata as diversas questões sobre problemas relacionados à educação nos dias atuais. Problemas esses que podem ser definidos como desigualdade, evasão, domesticação...

O livro volta a atenção do leitor para o contexto social e histórico em que a escola está inserida, propondo a visão de que a partir dos diversos métodos de ensino, a instituição repete e reflete uma posição política de domínio em sua sociedade, bem como os valores e as ideologias mais bem aceitas por ela.

Ao longo da análise, veremos a síntese comentada de cada capítulo e a minha posição crítica como leitora do livro. E ao final das sínteses, veremos a minha conclusão sobre o conteúdo aqui abordado.

ANÁLISE CRÍTICA:

Título – Escola: reflexões acerca do caos nas instituições de ensino.

Referência: Cuidado, escola!: desigualdade, domesticação e algumas saídas/ Babette Harper... [et al.]; e apresentado por Paulo Freire; com a colaboração de Monique Séchaud Raymond Fonvieille ; [tradução Letícia Cotrim]. – São Paulo: Brasiliense, 2006.

  1. A crise da escola: sob uma aparência tranquila, muita coisa vai mal. (Páginas 9-21)

O primeiro capítulo do livro nos relata as diversas questões entre alunos, escola e família. Ao iniciar, os autores colocam a imagem do primeiro dia de aula nas escolas, onde tudo parece calmo, tranquilo, mas que na verdade não é bem assim.

Os alunos passam por diversos problemas, dificuldades em aprender as disciplinas, e acabam em muitas vezes por descontar no professor, nos colegas de classe e até mesmo no patrimônio físico da escola. Podemos presenciar situações de bullying, vandalismo, desrespeito aos superiores (professores, coordenadores...).

Todo o caos escolar gera diversos aspectos que influenciam diretamente na vida social, física e psíquica do estudante, como o próprio texto nos descreve, os alunos ficam tão preocupados que chegam até mesmo a adoecer. Essas doenças afetam o rendimento dos alunos, e com isso gera notas baixas, baixo rendimento escolar, doenças psicológicas, perturbações do sono, da alimentação, doenças físicas... E todo esse transtorno acaba nas férias.

O livro aponta também o ponto de vista dos pais dos alunos, a forma como esses alunos são tratados em casa, geralmente desmotivados pelos próprios familiares que os colocam para baixo, os tratam como incapazes e desestimulam o aluno a melhorar o seu rendimento escolar, isso pode ocorrer por meio de críticas negativas.

Outro ponto de vista muito interessante retratado pelos autores, é a forma em que o professor é visto, e como ele se comporta. Existem diversos tipos de professores, aqueles que acolhem ao aluno e o incentivam aos estudos, aqueles que não ligam para o desenvolvimento escolar dos alunos, aqueles que se preocupam em excesso... Existem aqueles professores que questionam-se sobre o motivo pelo qual o aluno não consegue aprender determinado assunto, existem aqueles que se acusam, aqueles que são pessimistas, os que tentam mudar mesmo com todos os obstáculos, os que se sentem julgados, etc.

Ao término do capítulo podemos observar de forma quantitativa e qualitativa os fracassos pelo mundo, o número de estudantes que não possuem o ensino médio completo, o alto índice de reprovações, os atrasos em relação às séries e idades e o número de alunos que repetem o ano escolar. Podemos ver também que no Brasil a situação é muito pior, pois o alto índice de analfabetismo principalmente no nordeste, onde poucas crianças conseguem ingressar nas escolas.

  1. De onde vem a escola que temos hoje: a longa luta por uma escola aberta a todos. (Páginas 22-39)

Ao iniciar o capítulo dois, podemos analisar que nas sociedades primitivas, e até hoje ainda existem países e cidades em que muitas crianças não frequentam às escolas. Não havia professores, e todo o aprendizado ocorria através da cultura e do convívio em sociedade. Somente a partir da idade média que surgem as primeiras escolas, mas essas escolas eram voltadas apenas para a nobreza, os pobres não possuíam o direito à educação, e durante séculos a escola ficou reservada apenas às elites.

Ao ler esse tópico do capítulo pude fazer um paralelo entre as escolas da burguesia e as escolas da atualidade, pois embora algumas pessoas da classe média ou baixa já tenham acesso às escolas, esse quadro ainda não mudou por completo. Em nosso país, a escolaridade é sinônimo de poder, ou seja, quanto mais você tem, mais você consegue crescer. Ingressar em uma universidade particular ainda é quase uma utopia para a classe baixa, por mais que o governo ofereça inúmeros benefícios, as pessoas ainda sentem enorme dificuldades em conseguir uma vaga por exemplo em uma universidade de medicina, direito, odontologia, e os cursos mais concorridos e caros... Infelizmente isso ainda é uma realidade vivenciada por nós.

Com a necessidade de que as pessoas ditas como “ignorantes” precisavam socializar-se, ou seja, ser educadas, culminou para o surgimento da escola para os pobres. A função dessas escolas era de dar aos futuros operários uma base sobre cultura para que eles pudessem ser integrados na sociedade industrial. Enquanto tudo isso acontecia, a burguesia continuava a crescer, e as crianças da elite seguiam em um rumo à parte, com acesso ao ensino de nível superior.

Podemos perceber também que os operários começaram a ser explorados por baixa remuneração, trabalhos e horários embrutecedores, e a grande exploração do capitalismo, isso gerou uma luta pelos direitos dos trabalhadores.

 Sabe-se que existe o ensino público, gratuito e obrigatório, em que os alunos com as maiores notas têm mais chances de prestar vestibular e garantir uma vaga no mercado de trabalho, porém vimos que os filhos de operários, lavradores e assalariados de baixa renda ainda possuem menores possibilidades em conseguir um emprego do que aqueles que são filhos de pessoas de outras categorias sociais, com isso podemos analisar que a desigualdade social no Brasil ainda persiste na atualidade.

 “A maioria das crianças que abandona os estudos antes de completar 8 anos de escolaridade obrigatória vem de famílias pobres, do meio rural e dos bairros populosos das periferias das grandes cidades.”. (Página 35 – *Censo de 1980)

O tópico da leitura que mais me chamou a atenção foi “tal pai, tal filho”, essa frase retrata com excelência o que acontece ainda hoje em nossa sociedade, os filhos de famílias de executivos entram na mesma linha profissional que os pais, e assim acontece com os filhos dos operários e os filhos dos lavradores que permanecem seguindo a mesma carreira que os pais, no mesmo campo, e não costumam chegar às universidades.

Interessante é o fato em que a última charge do capítulo atribui a esses fatores a culpa nos mecanismos secretos das escolas, ou seja, o funcionamento da escola seleciona e exclui pessoas, valoriza os filhos de classe alta e exclui os filhos da classe operária.

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