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As Manifestações da síndrome da adolescência normal

Por:   •  1/6/2018  •  Artigo  •  2.173 Palavras (9 Páginas)  •  244 Visualizações

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AS MANIFESTAÇÕES DA SINDROME DA ADOLÊSCENCIA NORMAL

Elisson Felipe de Oliveira¹; Mariana Harumi S. Fugikawa²

1Graduando Curso Psicologia– FSP – Itapetininga – SP: 2Docente do Curso de Psicologia– FSP – Itapetininga – SP

email: elioliv3ira@hotmail.com

RESUMO

A adolescência é um período marcado por desequilíbrios e instabilidades, com muitas transformações. Biologicamente, o indivíduo geralmente, na adolescência, estará passando pela puberdade, e por todas as alterações hormonais e corporais que ela apresenta. Psicossocialmente, o adolescente encara mudanças que vão desde a aceitação do novo corpo que se desenvolve, até as alterações dos papéis sociais que deverá compreender e se adequar, ou seja, o adolescente terá que enfrentar o mundo dos adultos, para o qual ainda é um estranho, e irá se distanciar do mundo infantil, onde vivia numa relação de dependência, sendo protegido com papéis claramente estabelecidos. Este breve estudo tem como objetivo explanar sobre o conceito de adolescência normal na ótica dos psicanalistas Mauricio Knobel e Arminda Aberastury, que podem refletir diretamente na concepção do que é a adolescência e consequentemente no cuidado singular que estes indivíduos devem receber neste período.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescência. Puberdade. Construção da Identidade.

INTRODUÇÃO

A adolescência é considerada um período marcado por desequilíbrios e instabilidades, onde as maiores transformações da vida de uma pessoa acontecem. Biologicamente, o indivíduo deve lidar com a puberdade e com todas as alterações hormonais e corporais que ela apresenta, psicossocialmente, o adolescente é obrigado a encarar uma gama de mudanças que vão desde a aceitação do novo corpo que se desenvolve, que por si só é altamente complexa, até as alterações dos papéis sociais que deverá compreender e se adequar, ou seja, o adolescente terá que enfrentar o mundo dos adultos, para o qual ainda é um estranho e ainda terá que se distanciar do mundo infantil, onde vivia numa relação de dependência com papéis claramente estabelecidos e razoável proteção. É um verdadeiro lançar-se sem paraquedas.

Ao fim, esse processo perturbador, mas absolutamente necessário, fará com que esse adolescente estabeleça pouco a pouco sua identidade, sendo este o objetivo central deste momento da vida (ABERASTURY & KNOBEL, 1981).

Sendo assim, o adolescente apresenta uma vulnerabilidade singular que deve ser considerada e que infelizmente é alvo da projeção da sociedade, que direciona suas próprias falhas nos assim chamados excessos da juventude, responsabilizando-os pela delinquência, pela aderência a drogadição, prostituição, etc.   Nesse contexto, em pleno processo de desenvolvimento biopsicossocial e internalização de valores e normas éticas, este marginalizar-se do jovem pode leva-lo à atividade delituosa e/ou ao desenvolvimento de transtornos. A violência e a quebra de leis parecem nascer como uma maneira de inclusão e reconhecimento (ABERASTURY & KNOBEL, 1981).

Este breve estudo tem como objetivo explanar sobre o conceito de adolescência normal trazido pelos psicanalistas Mauricio Knobel e Arminda Aberastury, que podem refletir diretamente na concepção do que é a adolescência e consequentemente no cuidado singular que estes indivíduos devem receber neste período.

A SINDROME DA ADOLESCÊNCIA NORMAL

Sendo um período complexo, é alvo dos mais diversos estudos, afim de compreender melhor toda a amplitude das transformações inerentes a ela.

Compreende-se por adolescência, segundo Knobel (1980):

“[...] a etapa da vida a qual o indivíduo procura estabelecer sua identidade adultas, apoiando-se nas primeiras relações objeto-parentais internalizadas e verificando a realidade que o meio social lhe oferece, mediante o uso dos elementos biofísicos em desenvolvimento à sua disposição e que por sua vez tendem à estabilidade de personalidade num plano genital, o que só é possível quando consegue o luto pela identidade Infantil” (ABERASTURY & KNOBEL, pg.26, 1981)

Caracterizada por ser o período transicional entre infância e a vida adulta, acontece em paralelo com a etapa biofisiológica da puberdade, sendo que alguns estudos demonstram que o psiquismo do indivíduo pode, em alguns casos, até mesmo influenciar no início da puberdade.

É importante ressaltar que apesar de ocorrer geralmente na mesma faixa etária, o período da adolescência, nas mais diversas sociedades, pode variar, pois cumpre também uma função social. O adolescente tem que reformular os seus autoconceitos, abandonando assim sua autoimagem infantil e direcionando o seu olhar para a vida adulta, o que acarreta necessariamente o desprendimento da infância (ABERASTURY & KNOBEL, 1981).

Outro fator de relevância é que não é somente o adolescente sofre com esse período. Os adultos também têm dificuldade em aceitar a maturação psicológica e sexual da criança, gerando o senso comum de que a adolescência, tantas vezes definida como “aborrescência”, é uma fase tempestuosa, porém, cabe lembrar que essa fase é considerada difícil para ambos, pais e filhos, que tem que lidar com uma novidade que nem sempre é bem-vinda, e que não é “frescura” de adolescente.

Na procura de um sentido de vida e de uma identidade própria, que são frutos das identificações e experiências vitais (interação mundo interno - mundo externo), o adolescente precisa elaborar e/ou conscientizar o que podem ser consideradas as três “perdas” fundamentais deste período evolutivo: a perda do corpo infantil, a perda dos pais da infância, a perda da identidade e papel sócio familiar infantil, lutos muito difíceis, ainda mais para quem está tão vulnerável.

Assim, o ambiente sociocultural em que o adolescente está inserido será fator chave influenciando diretamente nessa elaboração, e quando falamos em ambiente, não podemos esquecer das pessoas e relacionamentos que todos os dias o adolescente vive.

E não é de se estranhar que uma fase marcada por desequilíbrios e instabilidades extremas, comumente apresente períodos de introversão e outros de ousadia, indiferença, misturados a possibilidade da apresentação de crises religiosas, condutas sexuais diferentes, o que possibilitou pensar uma pseudopatologia denominada como Síndrome da Adolescência Normal (ABERASTURY & KNOBEL, 1981).

E assim, Knobel (1980) alicerça seus conceitos, sobre uma contradição terminológica, associando o termo “síndrome”, que alude a fatores clínicos, com a normalidade caracterizada pela ausência de qualquer patologia, ou seja, a presença de comportamentos tidos como psicopatologias na adolescência é intensa, todavia são consideradas normais e totalmente esperados nessa fase de desenvolvimento.

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