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Como a Psicologia Pode Oferecer Assistência ao Paciente Terminal e Seus Familiares

Por:   •  9/5/2021  •  Artigo  •  3.649 Palavras (15 Páginas)  •  216 Visualizações

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Resumo

O Cuidado Paliativo é uma prática multiprofissional que tem por objetivo fundamental ofertar ao paciente que não possui prognóstico de cura, um atendimento que abarque todas as dimensões da vida humana, buscando possibilidades de melhora na qualidade de vida do paciente e de seus familiares, levando-se em conta que o adoecimento em estágio terminal, via de regra, causa grande sofrimento e atinge não só o paciente mas seus familiares e pessoas mais próximas. O presente artigo se constituiu em uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, que teve como base publicações dos últimos dez anos, com exceção de autores clássicos pertinentes ao tema, com interesse específico na atuação do profissional da Psicologia dentro da equipe de Cuidados Paliativos no atendimento ao paciente em estado terminal e seus familiares, pretendendo oferecer uma melhor compreensão acerca da prática dos psicólogos dentro desse tipo de contexto e elucubrar sobre as possibilidades de intervenção da Psicologia dentro da prática do Cuidado Paliativo.

Palavras-chave: Paciente Terminal, Cuidados Paliativos, Psicologia, Qualidade de Vida.

Abstract

Palliative Care is a multiprofessional practice whose main objective is to offer the patient who has no prognosis of cure, a care that encompasses all dimensions of human life, seeking possibilities for improvement in the quality of life of patients and their families, leading It should be borne in mind that terminally ill illness usually causes great suffering and affects not only the patient but their relatives and closest people. This article was a qualitative bibliographic research, based on publications from the last ten years, except for classical authors pertinent to the theme, with specific interest in the work of the Psychology professional within the Palliative Care team in the care of the child. terminally ill patients and their families, intending to offer a better understanding about the practice of psychologists in this kind of context and to clarify the possibilities of intervention of Psychology within the practice of Palliative Care.

Keyword: Terminal Patient, Palliative Care, Psychology, Quality of Life.

1. Introdução

        A ciência, nas últimas décadas, principalmente na área da saúde, ampliou significativamente a expectativa de vida e bem-estar, ficando impotente, porém, diante das questões da finitude humana. Compreendemos que a morte é parte inevitável da própria vida. Uma boa qualidade de vida, portanto, deveria abranger a experiência da morte como algo definitivamente natural. Entretanto, na maioria das nações tidas como civilizadas, a morte é sempre circundada por aspectos místicos e se cunham em verdadeiros tabus em torno do evento Morte.

        A medicina, desde os seus primórdios, não tem seu foco nas práticas humanizadas, que possibilitam um suporte de maneira mais integralizada ao paciente terminal e sua família. A medicina e todas as áreas envolvidas com a saúde devem ser voltadas para o alívio do sofrimento. Ter o foco de atuação no paciente e não em sua doença. A dignidade da pessoa, portanto, é a fundamentação dessa reflexão a respeito dos cuidados paliativos, que pretende contribuir para a discussão da importância dos Cuidados Paliativos no tratamento de indivíduos que são acometidos por enfermidades que comprometam a continuidade da vida

        Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), “Cuidado Paliativo é uma abordagem que favorece a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que se defrontam com situações de doenças que coloquem em risco a continuidade da vida, por meio do alívio e prevenção dos sofrimentos. Dentro dessa definição constitui-se um processo de atuação que exigirá avaliação, tratamento e identificação precoce dos problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. O Cuidado Paliativo é baseado em princípios, não em protocolos (REMEDI, MELLO, MENOSSI & LIMA, 2009).

Dentro do que preconiza o Cuidado Paliativo não se tem mais o foco na questão da terminalidade da vida, mas em doença que ameaça a vida. Preconiza-se o cuidado desde o diagnóstico, ampliando o campo de atuação. Não se fala em impossibilidade de cura, mas na probabilidade ou não de tratamento alterador da doença,  afastando assim a ideia de não ter nenhum recurso diante de um paciente terminal. Com abordagem do Cuidado Paliativo, pode-se pela primeira vez incluir a espiritualidade dentre as dimensões do ser humano. A família é  assistida durante o tratamento e após a morte do paciente, no período de luto.

Nesse processo cada profissional da equipe tem sua relevância. Principalmente o psicólogo por estudar o ser humano na sua forma mais íntima, sua atuação é imprescindível pois contribui para que este paciente, sua família e a equipe médica sejam capazes de ter maior adaptabilidade frente à nova realidade e maior equilíbrio emocional.

Diante do exposto, a presente investigação pretendeu compreender como a Psicologia pode oferecer assistência ao paciente terminal e seus familiares, pautada nos princípios que conduzem a filosofia dos Cuidados Paliativos?

Para tanto, discorreu-se primeiramente sobre o processo de morte e o morrer e sua relação com o Cuidado Paliativo e fez-se uma descrição sobre os principais aspectos que constituem a filosofia do Cuidado Paliativo, em seguida descreveu-se a respeito das questões do paciente e seus familiares diante do adoecimento e iminência de morte, encerrando-se com as possíveis contribuições da Psicologia nesse processo, tendo como norteador o que preconiza o Cuidado Paliativo

A pesquisa consistiu numa revisão da literatura publicada no período de 2009 a 2019, tendo como temática a função do psicólogo na equipe de cuidados paliativos junto ao paciente terminal, realizada em base de dados como Google Acadêmico, SciELO (Scientific Eletronic Library On-line), Lilacs (Literatura Latino-americana de Ciências da Saúde), Bireme, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PePSIC, Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), bem como análises de Livros, Resumos e Trabalhos Publicados.

2. Desenvolvimento

2.1 A morte e o morrer

Cada cultura explica a morte de forma particular, e seus membros procuram perpetuar interpretações, difundidas de maneiras diferentes, de geração em geração. Na construção das tradições culturais, morte e nascimento representam eventos de relevância essencial, crucial para a formação da identidade dos grupos sociais. Os vários modelos de rituais fúnebres exibem, em cada cultura, representações simbólicas que tentam ajudar no processo de elaboração do luto pela perda do indivíduo. As comemorações se apresentam como maneira de reunir os sujeitos, no intuito de tentar uma reorganização social , estremecida pela introdução da morte no palco da vida em comunidade.

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