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Da Inscrição no corpo à escrita no papel - algumas considerações sobre o desenvolvimento do grafismo na infância

Por:   •  7/12/2017  •  Monografia  •  8.214 Palavras (33 Páginas)  •  281 Visualizações

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ESAB - ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICO-INSTITUCIONAL

JANICE ZAGONEL

DA INSCRIÇÃO NO CORPO À ESCRITA NO PAPEL

Algumas Considerações Sobre o Desenvolvimento do Grafismo na Criança.

VITÓRIA

2007

JANICE ZAGONEL

DA INSCRIÇÃO NO CORPO À ESCRITA NO PAPEL

Algumas Considerações Sobre o Desenvolvimento do Grafismo na Criança.

Trabalho apresentado à ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, como parte dos requisitos para obtenção do título de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Clínico-Institucional, sob orientação da Professora Beatriz Gobbi.

VITÓRIA

2007

JANICE ZAGONEL

DA INSCRIÇÃO NO CORPO À ESCRITA NO PAPEL

Algumas Considerações Sobre o Desenvolvimento do Grafismo na Criança.

Aprovada em___ de ______ de 2007.

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VITÓRIA

2007

[pic 1]

RESUMO

Busca-se apontar, através de um viés tomado pela psicanálise, a relação que existe entre a construção da subjetividade da criança, que culmina com a apropriação do “eu” e do próprio corpo, com a sua produção gráfica, especialmente no desenho da figura humana. A constituição da subjetividade, marcada pela palavra dos pais ou de quem faz as funções materna e paterna, “desenha” o corpo da criança, propiciando-lhe a apropriação deste. Este mesmo processo se reflete no desenvolvimento do desenho infantil, marcado tanto através dos processos maturacionais orgânicos quanto pelos psíquicos. O papel do psicopedagogo é entender como a criança passa de um ser desenhado pelo Outro a um ser que pode, por sua vez, pelo seu próprio desenho, apropriar-se deste corpo que o Outro lhe desenhou.  

Palavras – chave: criança, desenho, psicanálise, psicopedagogia.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig.1 – O Movimento de “Zigue Zague” .................................................22

Fig.2 – O Movimento Circular.................................................................22

Fig.3 – Garatujas Compostas ................................................................23

Fig.4 – Justaposição...............................................................................23

Fig. 5 – Círculo com Irradiações ............................................................24

Fig.6 – Figuras Continente .....................................................................25

Fig.7 – Evolução das Figuras Girino ......................................................25

Fig.7 – Figura Obtida pelo Fechamento Retangular das Irradiações......27

Fig.9 – Integração Progressiva da Figura Agregada ..............................27

Fig.10 – Exemplo de Formas Inclusas ...................................................28

 

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO................................................................................ 8

2.       REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................... 11

    2.1 – OS PRIMÓRDIOS DO GRAFISMO:

             ESCREVENDO O CORPO DA CRIANÇA............................... 11

    2.2  - DO CORPO DESENHADO AO DESENHO DO CORPO:

             O DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO................................ 18

    2.3 -  O PSICOPEDAGOGO À ESCUTA DO DESENHO...................30

3.      CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 35

4.      BIBLIOGRAFIA............................................................................ 37


1. INTRODUÇÃO

A teoria psicanalítica postula que é pela palavra que o ser humano distingue-se dos animais e constrói sua subjetividade.

Quando uma criança nasce, e mesmo antes disto, ela é falada por seus pais e grupo familiar, constituindo-se, desde aí, sua possibilidade como sujeito. Quando ela finalmente vem ao mundo, aqueles que lhe fazem a função materna vão esboçando seu corpo simbólico através dos cuidados e carinhos com que a cobrem, mas, mais do que o toque, as palavras que acompanham este toque, a entonação da voz, vão propiciando a aquisição dos instrumentos com que, mais tarde, ela irá apreender e aprender o mundo que a cerca.

À medida que seu desenvolvimento corporal possibilita, a criança começa a marcar sua passagem pelo mundo. Suas mãos se dirigem ao pratinho de sopa, tomam aquela substância –para desespero de suas mães – como algo além do simples alimento, algo com o que podem “desenhar” seu mundo e a si mesmos, lambuzando roupas, mesas, o que conseguirem atingir.

O descobrimento de que suas ações podem deixar marcas a segue, e ela se fará perceber por estas marcas ao longo de sua trajetória: no início serão gestos amplos, marcados pelo uso do corpo todo como instrumento. Mais tarde, a mão será o órgão privilegiado para este uso. Neste intervalo, todo instrumento capaz de deixar marcas será utilizado: galhos, vassouras, etc. O chão e as paredes se tornam superfícies gráficas. Com o desenvolvimento da motricidade fina, o lápis, e seus correlatos (canetinhas, canetas, pincéis,...) serão os preferidos, e a superfície, aos poucos, desloca-se para o papel.

Assim como foi desenhada pelos seus, a criança se torna desenhista do mundo que a cerca e no qual vive. Isso permite que ela projete no seu grafismo aquilo que, num primeiro momento, nela foi projetado.

Suas percepções de mundo, suas experiências de vida, vão fazer parte de sua produção gráfica para sempre. O lugar que ela recebeu na família ao nascer, os desejos nela depositados -ou a falta deles - , tudo isto ela projeta no jogo e no papel, que, longe de refletirem apenas aspectos cognitivos ou motores, são principal a fonte de acesso à sua subjetividade.

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