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ESTUDO CRÍTICO DO FILME O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

Por:   •  4/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.140 Palavras (5 Páginas)  •  1.451 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEÃO SAMPAIO

CURSO DE PSICOLOGIA

ESTUDO CRÍTICO DO FILME O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

AUTORES: Maria Elainy Nunes Vicente

Pedro Daví Alves de Matos

Thalyson Bruno Marques Feitoza

Yáskara Lobo Cordeiro

TURMA: 116.2

JUAZEIRO DO NORTE

2016

  1.  INTRODUÇÃO

Esta análise do filme “O enigma de Kaspar Hauser” é baseada na teoria vygotskyana, que apresenta um indivíduo que nunca teve uma interação social ou verbal, sendo assim não desenvolvendo a linguagem e não conseguindo diferenciar sonhos de realidade. Dessa forma, percebe-se que tanto o convívio social quanto as experiências simples vivenciadas na infância contribuem para o processo de desenvolvimento da linguagem.

O filme apresenta de maneira explícita a exclusão social na qual Hauser foi exposto, apresentando uma relação direta com os escritos de Vygotsky mostrando que ao viver em um cativeiro e ser privado de interações com o mundo exterior, o mesmo encontrou grande dificuldade em desenvolver a linguagem. A obra expressa uma reflexão sobre a questão da obtenção da linguagem e como esta obtenção está ligada a experiências externas.

Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social e, sendo dirigidas a objetivos definidos, são refratadas através do prisma do ambiente da criança. O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra pessoa. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história individual e história social. (Vygotsky, 1984, p.33)

Portanto, é importante salientar que este estudo terá um foco na interação do indivíduo com o outro, apontando a sua importância no desenvolvimento linguístico, pessoal e social do mesmo, baseando-se no pensamento de Vygotsky e na obra cinematográfica “O enigma de Kaspar Hauser”.

  1. DESENVOLVIMENTO

Segundo Vygotsky, o individuo só adquire conhecimento ao interagir com o outro, e um fator crucial para tanto é a linguagem, que é um instrumento de pensamento, pois ela reestrutura as varias funções psicológicas, sendo assim compreender esta relação é fundamental para entender o funcionamento do ser humano enquanto ser social. No filme, Hauser viveu em cativeiro até atingir os 16 anos, como ele não tinha um amplo domínio sobre a linguagem, o mesmo não conseguia diferenciar sonho de realidade ou contar estórias por completo, com isso não conseguia interagir com o meio externo e também não desenvolveu sua cognição.

Ao longo do desenvolvimento há fases em relação à fala e a ação humana. Na fase da fala social, que se desenvolve até os três anos, a criança narra sua ação ao mesmo tempo em que age. A fase da fala egocêntrica ocorre dos três aos seis anos, ela antecede uma ação que ainda não foi executada e que será posta em prática de qualquer forma. Já a fase da fala interior que começa a partir dos seis anos, a fala externa se internaliza, permitindo que a criança pense e se controle baseado em seus valores sociais e culturais antes de agir. No caso de Kaspar Hauser, ele acabou não desenvolvendo essa relação entre fala e ação, tampouco a sua cognição por não ter passado por essas fases na sua infância.

Hauser perdeu a concepção da limitação do quarto em relação à altitude da torre, expressando que a sua percepção simbólica e abstrata não foram maturadas suficientemente para a compreensão das diferenças entre dimensões e distâncias, deixando claro que ele é incapaz de supor algo que condiga além da sua percepção sensorial.

A obtenção da linguagem como uma hipótese cognitiva para a construção de relações intersociais e a forma como ela se dá, pode ser observada na cena onde Kaspar prova que lhe faltava algo que o possibilitasse de conhecer a si em relação ao seu semelhante, além de uma carência de condições para simbolizar e refletir. Dessa forma, para as mesmo coisas inanimadas como uma maçã, por exemplo, seria passível de uma personificação e interpretações inata às características concretas do objeto, mostrando assim que houve uma transgressão da visão simbólica da realidade em relação ao caráter reflexiva. Isso trouxe ao personagem um caráter um tanto inquietante da ordem social já instalada. Sua subjetividade era extremamente perturbadora e no final do filme é possível observar que qualquer desvio da percepção do real não era aceito. (DIAS, 2004)

  1. CONCLUSÃO

O filme “O enigma de Kaspar Hauser” trabalha a historia de um garoto que foi mantido em cativeiro até completar 16 anos, assim não tendo contato com a sociedade, sendo privado da dinâmica entre organismo, ambiente e símbolos sociais. Kaspar foi acolhido por um professor que lhe ensinou linguagem e costumes, tentando assim inclui-lo no meio social.

Contudo, mesmo tendo aprendido a desenvolver suas habilidades, fala e escrita, a sociedade o via como um ser estranho a ser estudada, devido a isso uma parte significativa da comunidade o rejeitava. O próprio Kaspar tinha dificuldades em socializar e assim não se sentia bem em um ambiente social, como na cena em que Hauser fala que se sentia mais a vontade em seu cativeiro do que no meio social.

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