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ESTUDO SOBRE A VIOLÊNCIA EM CONTEXTO ESCOLAR: BULLYING

Por:   •  10/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.853 Palavras (28 Páginas)  •  349 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

CÁSSIUS VINÍCIUS VIEIRA MORAES

HENRIQUE SOUZA REIS

ISADORA DE MARTINO PRATA

PEDRO CARVALHO GOMES

PEDRO MIGUEL SIMÕES BUNEMER

LUANA PASQUOTO LOPES FRANCISCO

VITÓRIA OLIVEIRA FERREIRA

ESTUDO SOBRE A VIOlÊNCIA EM CONTEXTO ESCOLAR: BULLYING

Bauru

2018

1. Introdução

Por meio deste trabalho, objetiva-se apresentar e diferenciar os principais tipos de violência dadas no contexto escolar, realizando um recorte mais específico no fenômeno denominado bullying. Este tema configura-se enquanto fundamental no estudo da psicologia escolar uma vez que tal problemática social não tem ganho espaço especial nos meios midiáticos nos últimos anos, como também tem se apresentado de forma intensificada no cenário mundial, tendo o início dos estudos brasileiros na área a partir da década de 80. Tais estudos iniciaram-se com a análise das depredações e danos aos prédios escolares e chega ao início do século XXI no estudo das relações interpessoais compreendendo professores, alunos e outros funcionários da instituição escolar (SPOSITO,2001 apud ANTUNES e ZUIN, 2008).

1.1. Violência escolar x bullying

Ao tratar de tal temática, torna-se necessário e imprescindível diferenciar, conceitualmente, o que é violência, bullying e a agressividade inerente aos dois conceitos anteriores. De acordo com Costa (1984, apud LOPES e GASPARIN,2003) a agressividade constitui-se enquanto um componente biológico do ser humano, estando atrelada a instintos de sobrevivência, enquanto que a violência por sua vez é a atribuição de intencionalidade a este componente biológico. Portanto têm-se que a violência é um produto social, uma vez que a intencionalidade dada para a agressividade é mediada socialmente.

Deste modo, a agressividade tem potencialidades positivas de resistência, garantir a sobrevivência dos indivíduos e da espécie, enquanto que a violência está condicionada a fatores sociais e culturais (ANTUNES e ZUIN, 2008). Logo, ao ser determinada por fatores sociais está sujeita a ser expressa nos mais diversos contextos situacionais da sociedade como um todo, e o recorte que realizamos é o contexto escolar.

De acordo com Martins (2005, apud ANTUNES e ZUIN, 2008), dentro do contexto escolar, existem diversos tipos de violências, tais como comportamento antissocial, distúrbios de conduta (compreendendo agressão entre alunos, aluno-professor, aluno-funcionário, etc.), bullying entre outros. O termo bullying, de origem norueguesa, é definido sobre três aspectos principais; constitui-se como um comportamento agressivo ou ofensa dotado de intencionalidade, sendo este recorrente num período prolongado de tempo e caracterizado por um desequilíbrio de poder entre vítima e agressor.

De acordo com MARTINS (2005) e LOPES NETO (2005) o bullying pode ser categorizado em quatro tipos distintos; em primeiro lugar existem os diretos e físicos; que compreendem agressões físicas, roubos, danos aos objetos da vítima, assédio sexual, ameaças ou humilhação. Um segundo tipo de bullying são os diretos verbais que consistem em ofensas, comentários de teor racista, homofóbico, machista, chacota ou outros comportamentos verbais ofensivos que digam respeito a diferenças na vítima. O terceiro tipo é denominado indireto, que se baseia na exclusão sistemática de determinada pessoa de um núcleo social, ameaça de exclusão em detrimento de favores, manipulação da vida social do colega assim como espalhar boatos e fofocas sobre a pessoa. Por fim tem-se uma nova forma de intimidação por meio das plataformas de comunicação e redes sociais, denominada ciberbullying (apud ANTUNES e ZUIN, 2008).

Neste contexto existem diferentes tipos de vítimas e agressores sendo estes respectivamente enquadrados em vítimas passivas, agressivas (que também praticam o bullying) e agressores passivos (atua como um cúmplice, seguindo o modelo de outro agressor) ou o agressor ativo o qual submete a vítima a intimidação (RUOTI et al, 2006). E LOPES NETO, 2005; SMITH,2002; YONEYAMA & NAITO, 2003 apontam que a causalidade do bullying se dá devido ao temperamento dos indivíduos, questões familiares, socioeconômicas, relações de poder no ambiente escolar (apud ANTUNES e ZUIN, 2008). Entretanto tal forma de violência não se restringe apenas este ambiente se estendendo a ao ambiente de trabalho, clubes, prisões, asilos entre outros locais.

Dentre as diferentes formas de expressão do bullying nas escolas e os diferentes perfis de agressores uma constante permanece, a escola enquanto instituição e os professores muito pouco, senão nada fazem para interferirem neste contexto de violência. De modo que ao se abster nessa função se abstém de sua principal função, que seria educar, humanizar, desenvolver e, por conseguinte, formar bons cidadãos.

1.2. A Importância de se discutir o bullying e a violência nas escolas

Muito embora observa-se um crescente de estudos a respeito deste tema, que se configura como uma questão de saúde e segurança pública, uma vez que esta forma de violência tem causado como consequências suicídios e adoecimentos de ordem psíquica, há pouca literatura que trata desta temática de maneira crítica (ANTUNES e ZUIN, 2008). Perpassando a aparência do fenômeno (dados quantitativos e descrição dos eventos) e analisando as relações de causalidade desse tipo de violência dentro de um quadro histórico determinado pelas relações sociais, como um conjunto de multideterminações de ordem dialética.

Além do fato de que a violência nas escolas (de maneira mais genérica) não só produz impactos emocionais nos indivíduos, como também impacta na atividade docente,

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