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Estagio em Psicologia Escolar

Por:   •  6/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.163 Palavras (13 Páginas)  •  302 Visualizações

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Mesmo assim os estagiários de Psicologia se mostram bastante interessados em

estar próximos dos alunos, estreitando o convívio com as turmas, principalmente nos

intervalos das aulas, aproveitando para conversar e interagir com os estudantes. A

resposta é bastante positiva, pois os jovens se mostram bem interessados e mantêm

diálogo aberto conosco, até vindo nos consultar e buscar apoio quando alguma

necessidade surge.

Como meu estágio foi praticamente só durante o período noturno e fiquei bem

interessado na sistemática de funcionamento da sala de aula e nas relações de ensinoaprendizagem,

nesse período do dia que é menos conhecido e estudado, escolhi usar

essa temática e desenvolver o trabalho sobre o assunto “O ensino noturno e os processos

de aprendizagem”. A intervenção realizada e descrita abaixo também caminha para o

mesmo tema, trazendo pontos de debate que são esmiuçados durante o item de

integração teórico-prática.

Intervenção realizada:

Numa das noites em que estávamos na sala do SOE, um aluno do 2º ano do

ensino médio, entrou na sala e pediu para falar com alguém da equipe da Psicologia,

porém teria que ser rápido, apenas o tempo do intervalo, pois na sequência teria aula de

português e a professora não gostava de atrasados. Como estávamos apenas a estagiária

da Psicologia e eu, pedimos para ele entrar e sentar. Fechamos a porta da sala, nos

apresentamos para o jovem, que chamarei aqui de Nelson e explicamos que ele podia

ficar bem à vontade e falar o motivo da visita.

Nesse momento Nelson falou que estava tendo dificuldade em estudar, pois tinha

trocado de emprego e estava mais difícil de chegar a tempo na escola. Além disso, ele

falou que tem chegado muito cansado no Piratini e não consegue prestar a atenção nas

aulas. Ainda levantou outras questões como que seria bem melhor apenas estudar,

deixando de trabalhar; que pessoas que trabalham não tem a mesma “chance” de

ingressar numa faculdade do que aqueles que têm todo tempo livre para o estudo. Além

disso, Nelson critica bastante o comportamento dos professores, falando que eles são

muito irritados e impacientes com a turma toda.

Conversamos com ele por cerca de 10 minutos para entender melhor o que se

passava com o jovem. Lhe demos algumas dicas sobre a importância da organização do

tempo de estudo e ressaltamos que como ele havia trocado a pouco tempo de emprego,

com o tempo ele iria conseguir se organizar melhor e a rotina provavelmente não iria

ficar tão pesada. Ele sorriu, dizendo que realmente já tinha ficado um pouco mais

tranquilo desde o começo da troca de trabalho, mas ele tinha medo de não dar conta e

não conseguir passar de ano. Respondemos que iria necessitar de concentração e

organização para conseguir acompanhar as aulas e que qualquer dificuldade que

surgisse ele deveria procurar o SOE novamente, que todos ali poderiam ajudá-lo.

Após o sinal de fim do intervalo, Nelson se levantou, assinou a ficha que a

estagiária tinha criado para registrar sua consulta conosco e agradeceu o

aconselhamento, dizendo que conseguiu ficar mais calmo e prometeu procurar o serviço

de orientação educacional caso tivesse alguma dificuldade.

Integração Teórico-prática:

a) As bases de formação do ensino noturno

O ensino médio noturno historicamente tem sofrido muitas transformações, tanto

na sua concepção quanto na sua execução, seja através das práticas pedagógicas ou das

legislações. Essa transformação vem das dinâmicas da própria sociedade, que tem na

escola um reflexo. À medida que as demandas sociais vão surgindo, novas exigências

são postas à escola e em especial ao ensino noturno, que tem um quadro de jovens

estudantes inseridos no mercado de trabalho sem a devida qualificação e com uma

jornada de seis, oito ou mais horas diárias, que lá estão por necessidade de

sobrevivência e auxílio dentro de suas famílias.

Esta condição de aluno-trabalhador talvez seja a característica mais forte dos

alunos do ensino médio noturno, condição esta de “trabalhador desqualificado e super

explorado ao peso de um salário vil e de uma delicada dupla jornada de trabalho: a da

fábrica, loja, escritório ou rural, e a da escola noturna” (PUCCI, 1995).

Tendo em vista as dinâmicas sociais especialmente no mundo do trabalho

pergunta-se constantemente, qual o papel da escola no atendimento ao aluno

trabalhador? A escola está preparada para atender os alunos de forma adequada, bem

como aos seus anseios e expectativas? Que conhecimentos o colégio tem da realidade

social na qual os alunos estão inseridos? A cada dia de estágio essas questões se

apresentavam em vários

...

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