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Estratégias Eficazes Para Reduzir A Ansiedade Em Crianças

Por:   •  31/10/2025  •  Projeto de pesquisa  •  2.375 Palavras (10 Páginas)  •  42 Visualizações

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

CURSO DE PSICOLOGIA

Eduardo Franco Da Silva -

Turma 58/2025-1

RELAXAR OU DISTRAIR?

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE ESTRATÉGIAS EFICAZES PARA REDUZIR A ANSIEDADE EM CRIANÇAS

São Paulo - SP

2025

1 INTRODUÇÃO

A infância é uma fase conhecida pelas descobertas, desafios e constantes mudanças. Nesse período, é comum que comecem a surgir manifestações de ansiedade. De acordo com dados citados por Dalgalarrondo (2019, p. 645), estudos epidemiológicos conduzidos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro identificaram que entre 18,8% e 20,8% da população apresentaram algum transtorno de ansiedade no período de 12 meses avaliado pelas pesquisas, e que entre 27,7% e 30,8% relataram ter vivenciado ao menos um episódio ao longo da vida.

Esse tipo de transtorno tem se manifestado de diversas maneiras, tais como sentimento de insegurança, inquietações, reações de choro ou até mesmo desconfortos físicos. Segundo Cordioli e Grevet (2019, p. 512), os transtornos de ansiedade estão entre os problemas mais comuns da população pediátrica. Cerca de 5% a 10% das crianças e adolescentes sofrem de algum tipo de transtorno de ansiedade, acompanhado por prejuízo significativo, sendo mais prevalente entre as meninas após os 6 anos.

Na perspectiva da análise do comportamento, a ansiedade é vista como um conjunto de respostas comportamentais e fisiológicas que ocorrem diante de estímulos aversivos ou antecipados. Esses estímulos tendem a produzir comportamentos de fuga e esquiva, cuja função é evitar ou escapar de situações que produzem desconforto. Em crianças, esses comportamentos podem se manifestar de várias formas, como evitar ambientes (escola), reações de choro, isolamento social, comportamentos opositores ou queixas físicas como dores de barriga e dores de cabeça.

Nesse contexto, foi pensado em estratégias de intervenção que atuem diretamente sobre esses comportamentos de fuga e esquiva, favorecendo o desenvolvimento de respostas alternativas mais adaptativas. Entre essas estratégias, destacam-se a prática de relaxamento ou distração, por serem acessíveis, de fácil aplicação e com potencial de impacto positivo sobre o repertório da criança, que podem ser aplicadas de forma acessível no ambiente educacional.

O relaxamento, do ponto de vista comportamental, pode ser compreendido como uma prática que visa a redução de respostas fisiológicas associadas ao estresse, como a tensão muscular, a frequência cardíaca elevada e a respiração acelerada. Quando essas respostas são reduzidas, a ansiedade diminui. Técnicas como respiração profunda e alongamentos ajudam a criança a aprender respostas alternativas ao comportamento de fuga.

A distração consiste em redirecionar a atenção da criança a estímulos neutros ou reforçadores positivos, retirando o foco da situação aversiva. Atividades como jogos e brincadeiras lúdicas atuam como reforçadores, as estratégias de distração podem favorecer alívio emocional imediato e criar condições para intervenções posteriores.

Este trabalho propõe comparar os efeitos das estratégias de relaxamento com as estratégias de distração na redução da ansiedade em crianças, especialmente no contexto escolar, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre intervenções eficazes e acessíveis.

A escolha desse tema se justifica pelo aumento na ocorrência de sintomas de ansiedade em crianças entre 7 e 10 anos, o que tem gerado um aumento significativo de estudos voltados à compreensão dos fatores que contribuem para esse fenômeno. De acordo com Siegel e Bryson (2016), a maneira como os pais interagem com seus filhos e as experiências vividas na infância, podem moldar o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças. “Tudo o que acontece conosco, a música que ouvimos, as pessoas que amamos, os livros que lemos, o tipo de disciplina que recebemos, as emoções que sentimos afeta profundamente a forma como nosso cérebro se desenvolve” (Siegel & Bryson, 2016, p. 20).

Hoje em dia, existem diversas estratégias que são utilizadas nas escolas que buscam controlar ou reduzir a ansiedade infantil. Mas, a eficácia delas em situações específicas ainda é uma questão em aberto. “Crianças em idade escolar normalmente têm preocupações relacionadas ao desempenho escolar [...]. Entretanto, a presença de um transtorno de ansiedade deve ser considerada quando os sintomas são exacerbados e incapacitantes, levando a criança a evitar situações que os desencadeiam” (CORDIOLI; GREVET, 2019, p. 512). Exercícios voltados para o relaxamento e atividades com foco em distração são técnicas comuns e frequentemente recomendadas em ambientes escolares. No entanto, ainda há necessidade de investigações que comparem e esclareçam seus efeitos reais sobre os níveis de ansiedade em contextos específicos. Sendo assim, este projeto propõe uma análise prática dessas duas abordagens, com o objetivo de compreender seus efeitos e identificar as possibilidades de intervenção que favoreçam o enfrentamento da ansiedade no ambiente escolar.

Dessa forma, a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), criada por Steven C. Hayes nos anos 80, mesmo não sendo usada diretamente neste estudo, é citada por trazer contribuições relevantes para a compreensão de diferentes formas de intervenção. A ACT trabalha com a aceitação de emoções difíceis e com o engajamento em comportamentos que correspondam aos valores pessoais, fortalecendo o desenvolvimento da flexibilidade psicológica. Por isso, a sua menção ajuda a destacar a importância de basear as intervenções em fundamentos teóricos consistentes, principalmente quando se trata do público infantil.

Assim, o presente trabalho propõe investigar qual das intervenções — relaxamento e distração — são mais eficazes na redução da ansiedade em crianças. A proposta é comparar os efeitos de cada intervenção, a fim de apontar caminhos mais eficazes para futuras práticas clínicas.

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