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FORMAÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL

Por:   •  8/4/2019  •  Artigo  •  8.052 Palavras (33 Páginas)  •  111 Visualizações

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FORMAÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL[1]

Bianca Ranghetti da Silva[2]

Giovana Leite de Abreu[3]

Giovanna Caxias Gonçalves Alencar[4]

RESUMO: O presente artigo tem por finalidade desenvolver uma discussão referente ao estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis diante do desenvolvimento infantil, a partir de uma perspectiva psicossocial com ênfase na abordagem psicanalítica, a fim de refletir sobra a relação entre os vínculos afetivos e a formação psicossocial da criança. A referida análise abrange o desenvolvimento humano desde o nascimento, envolvendo duas forças essencialmente inter-relacionadas, que vão gerir a forma de atuação de cada indivíduo no mundo, sendo estas forças sociais e biológicas que, por sua vez, ocorrem de maneira constante, sendo fundamentais na constituição do desenvolvimento psíquico da criança. O desenvolvimento inicial da criança tende a se construir a partir de um aglomerado de fatores externos, como conhecimentos e experiências cotidianas. Desse modo, formam-se então estruturas mentais especificamente adequadas para a interpretação e recepção de cuidados, que são de essência materna, dando suporte a um desenvolvimento físico, psíquico e emocional satisfatórios, se tornando então, o individuo, consequentemente independente, a partir de tal momento, devido ao processo de diferenciação do objeto materno.

PALAVRAS – CHAVE: Desenvolvimento Psicossocial Infantil. Vínculos Familiares. Desenvolvimento Psíquico.

ABSTRACT: The goal of this article is to develop a discussion about the establishment of healthy affective bonds on child development according to a psychosocial perspective, and with emphasis on the psychoanalytic approach. So, it will reflect on the relationship between the affective bond and psychosocial formation of the child. This analysis approach the human development since its birth according with two essentially interrelated forces, consequently it will reflect on the way that each individual performs in the world. Those two essentially interrelated forces are social and biologic that are occurring constantly and are essential on the child's psychic development.The child initial development tends to be constructed from many external factors as knowledge and daily experiences. As a result, mental structures are formed which is specifically suitable for the interpretation and the acceptance of care from the maternal essence. All of this make a support for the physical, psychic and emotional development, as a result the formation of the individual, who is consequently independent after taking off from the mother bond.
Keywords: Child Psychosocial Development. Family bond.  Psychic Development.

INTRODUÇÃO

        Este texto é uma revisão de literatura que tem objetivo de discutir os vínculos familiares a partir da perspectiva psicossocial da formação da criança assim, também abordaremos as diversas configurações familiares a fim de analisar a relação entre os vínculos e a formação psicossocial da criança. A abordagem principal para a realização dessa discussão é abordagem psicossocial com ênfase na abordagem psicanalítica, isso significa que o desenvolvimento, ou formação da criança, está intimamente ligada às trocas que a mesma vai realizando com o meio no qual está inserida. No aspecto do desenvolvimento humano, ora se prioriza o sujeito como conhecedor, ora se prioriza o objeto a ser conhecido, partindo de uma ideia reducionista nas relações que fazem parte do processo de desenvolvimento e, por vezes, anulando o vínculo que se estabelece entre as pessoas como algo que seria fundamental para a formação da criança.

É preciso pensar o desenvolvimento humano como algo que não acontece de maneira linear e contínua, mas por uma visão que se apoie na integração de novas funções (DOURADO; PRANDINI, 2002, p. 25). O olhar para o desenvolvimento em uma perspectiva diferente da unicamente biológica surge juntamente com mudança de paradigmas na ciência, com o aparecimento de novas perspectivas e estudos na Psicologia que se separa, aos poucos, da medicina e da filosofia, bem como de novos achados por pesquisadores que acabaram demonstrando que as teorias ou modos de avaliar o humano estavam ultrapassados ou eram insuficientes devido à complexidade do mesmo (NEVES; DAMIANI, 2006).

Dizer que se levam em consideração as interações sociais não significa ignorar o desenvolvimento neuropsicomotor, pois, a visão a ser adotada é de integração e não de compartimentação do ser humano. É nessa linha de pensamento que busca-se pensar neste artigo a formação da criança e os vínculos familiares. Assim, em um primeiro momentos se apresentará algumas concepções psicossociais do desenvolvimento humano, estas concepções serão o fundamento da análise realizada e também será apresentado um histórico sobre o que se construiu como família e suas diversas configurações.

O ser humano como um ser psicossocial e a família como primeiro grupo de interação

Segundo Hall e Gardner (1984) Erick Erikson definiu que o desenvolvimento humano avança em estágios, sendo que o autor estabeleceu oito estágios. Do primeiro ao quarto compreenderia os estágios que ocorrem durante a primeira infância, o quinto estágio diz respeito à adolescência e os três outros estágios deveriam acontecer a partir da maturidade. Ainda segundo os autores, a adolescência seria a fase mais importante para Erikson, pois os eventos dessa fase além de representarem a transição da infância para a vida adulta teria fundamental importância na constituição da personalidade adulta (HALL; GARDNER, 1984).

O ser humano é um ser fundamentado em diversas e distintas estruturas. Diante de tal complexidade, é possível dizer que o homem é um ser multifacetado, ou seja, multidimensional. Essa multidimensionalidade, tanto interna como externa é justamente o que propicia ao homem a maneira com a qual deve se portar no contexto de suas inter-relações. Para Brazão (2009) a multidimensionalidade se resume na complexidade a partir da qual o ser humano é capaz de constituir raciocínios subsidiados pela razão e na capacidade de adaptar-se aos distintos ambientes aos quais for exposto. É dentro dessa multidimensionalidade que ocorrem aquilo que para Erikson é fundamental no desenvolvimento humano: os conflitos internos e externos, isto é, as crises pelas quais os sujeitos passam e devem suportar para que cada etapa fortaleça sua estrutura egóica (BOSSI; SANTOS & ARDANS-BONIFACIO, 2010).

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