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MSL - Neurociência e Consciência de Classe

Por:   •  3/7/2018  •  Dissertação  •  1.035 Palavras (5 Páginas)  •  150 Visualizações

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NEUROCIÊNCIA E CONSCIÊNCIA DE CLASSE[pic 1]

Por Hugo Alves

Como todos os marxistas devem saber, para que uma revolução proletária se concretize em qualquer lugar, é necessária a chamada “consciência de classe”, que geralmente é impulsionada por um partido comunista, mas que tem respaldo também de outras organizações revolucionárias. Impulsionar a consciência de classe significa modificar o âmbito ideológico da classe trabalhadora a tal ponto que o mesmo fique apto para a iniciação e concretização de um processo revolucionário. Vale ressaltar que “impulsionar” a consciência de classe é diferente de “criar”, pois o partido apenas impulsiona, mas não cria, uma vez que a mesma já está embutida na própria classe trabalhadora, o que vai em contraste com a concepção leninista de consciência de classe, qual pressupõe que a mesma é “criada” pelo partido, e que sem o partido a classe trabalhadora obtém apenas uma consciência sindical (uma concepção errada, diga-se de passagem). A consciência de classe serve para abalar e posteriormente derrubar a superestrutura burguesa, isto é, é uma forma ideológica que permite um processo revolucionário socialista e que é oposta a forma ideológica da ordem societária vigente. Entretanto, muitas organizações de esquerda, e muitas figuras da esquerda, falham no que se refere fazer trabalho de base com a classe trabalhadora, falham em impelir consciência de classe. Muitos além de usarem uma linguagem de difícil acesso, não participam ativamente do ambiente da classe trabalhadora,  e portanto não sabem o que dizer ou o que não dizer em uma palestra, intervenção etc. Contudo, a neurociência explica de uma forma bem completa como impulsionar eficientemente a consciência de classe.

A neurociência elucida que a aprendizagem pode ser mecânica, ou então pode ser significativa. A aprendizagem significativa se refere a uma relação que há entre um conhecimento prévio que os indivíduos que estão sendo ensinados têm com o novo conhecimento que estão obtendo. Ou seja, o conhecimento só se acomoda na mente de um individuo quando um conhecimento mais antigo (informações já armazenadas) na relação com um novo entra em harmonia, e portanto faz sentido para o cérebro. O que isso significa quando relacionado ao marxismo e ao trabalho de base? Que não se pode usar uma linguagem de difícil acesso para conscientizar a classe trabalhadora, pois a mesma não está familiarizada com esse tipo de linguagem, ou seja, ela não tem um conhecimento prévio em relação a conceitos, sintaxe, etc usados por muitas figuras da esquerda, sobretudo aquelas que viveram a vida toda na academia e possuem a famosa linguagem “academicista”, uma linguagem muito mais culta e de acesso mais restrito para quem está a mais tempo estudando. E esse tipo de linguagem é exatamente a que gera uma aprendizagem mecânica, que é justamente uma aprendizagem onde não há a relação entre informações armazenadas previamente e as que estão sendo armazenadas no momento, isto é, aprendizado mecânico está mais associado a memorização, a decorar as coisas, e não a um aprendizado que pode ser aplicado na prática(aprendizado significativo). Para um aprendizado significativo da teoria e prática revolucionária, deve ser usada uma linguagem simples e objetiva, onde os trabalhadores assimilem de forma mais fácil e rápida as informações (justamente porque já estão mais familiarizados com a mesma) que posteriormente serão convertidas em consciência revolucionária. Porém, usar uma linguagem simples e objetiva não significa reduzir e vulgarizar o marxismo, assim como muitos revolucionários fizeram ao longo da história. Outra coisa importante é elucidar conceitos e evitar conceitos supérfluos. Muitos conceitos usados no trabalho de base são irreconhecíveis pelos trabalhadores, como por exemplo “práxis”, e caso esses conceitos sejam realmente necessários, eles devem ser elucidados para os ouvintes também com uma linguagem simples e objetiva, mas caso eles não sejam necessários, sejam apenas uma verborragia, a melhor coisa a se fazer é não usa-los. Para um melhor conhecimento significativo, é bom associar a linguagem simples e objetiva com o ambiente dos ouvintes, com o dia a dia dos mesmos, pois a assimilação será muito maior.

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