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O Brincar no Desenvolvimento Infantil

Por:   •  27/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.653 Palavras (19 Páginas)  •  893 Visualizações

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O Brincar no Desenvolvimento Infantil

A brincadeira é uma forma da criança se expressar e até mesmo de se comunicar quando ela não consegue de forma direta. É por meio dela que as crianças se interagem com o meio e transmitem seus desejos e fantasias. É importante a criança ter seu momento de brincar, pois é uma forma de aprendizagem e é por meio delas que a criança amplia suas habilidades sendo elas: sociais, afetivas, cognitivas e motoras que futuramente influenciarão os desenvolvimentos: do pensamento, da linguagem, da imaginação e da criatividade. A família por ser o primeiro grupo social que a criança é inserida pode ajudar no processo desse desenvolvimento. Quando os pais brincam com os filhos, podem ensiná-los a perder medos e lidar com frustrações e a desafiar a vida e vencer obstáculos. A criança se sente mais confiante quando tem os pais ao seu lado.

Ela é um espaço social, pois é uma das principais formas de autodescoberta e vivências da própria criança, partindo da percepção de seus limites e de suas possibilidades, explorando seu ambiente de uma maneira saudável e produtiva. À medida que a criança brinca se apropria de suas potencialidades, constrói interiormente o seu mundo, aprende a agir, sua curiosidade é estimulada e adquire iniciativa e autoconfiança proporcionando seu desenvolvimento.

O brincar também tem suas etapas no desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir dai, desenvolvera o conceito de grupo e descobrira os prazeres e frustrações de brincar com os outros crescendo emocionalmente. Também existem quatro níveis de brincar: 1º jogo funcional (primeira infância) é quando a criança faz movimentos musculares repetitivos; 2º jogo construtivo (segunda infância) são jogos que estimulam as habilidades motoras da criança; 3º jogo de faz-de-conta (segunda infância) a criança brinca por meio da imitação; 4º jogos formais com regras são brincadeiras com procedimentos e penalidades. O momento do brincar está sendo cada vez mais reduzido por conta das tarefas cotidianas que são inseridas no ambiente da criança, pois muitos pais não veem a importância do brincar tanto no desenvolvimento como na aprendizagem infantil.

Os jogos simbólicos ou, simplesmente o faz-de-conta, possuem forte importância na formação social das crianças que através da imitação podem perceber a diferença entre o eu e o outro, aproximam o brincar da realidade por elas vivida dentro e fora do ambiente escolar e acabam, por assim dizer, enriquecendo suas identidades. O jogo simbólico ajuda ao aumentar harmoniosamente a capacidade motora e ajuda na estruturação das noções de espaço e de tempo. Ao desenvolver o jogo simbólico a criança experimentar: comportamentos e papéis; projeta-se em atividades dos adultos; ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os quais não esta preparada na vida real e atribui significados que até então estavam muito distantes das suas possibilidades efetivas. Vygotsky (1998) afirma que, para brincar conforme as regras da brincadeira do “faz–de-conta”, a criança tem que se esforçar para exibir um comportamento que não é o seu no cotidiano, o que a impulsiona para além de seu comportamento como criança.

O jogo permite a integração do esquema corporal, e a criança ao executar diferentes jogos ela acaba conhecendo seu próprio corpo e também a dos demais. Para Piaget (1971), os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e enriquece o desenvolvimento intelectual, considerando o jogo o berço obrigatório das atividades intelectuais.

Segundo Piaget, o brincar (para a criança) é uma forma de assimilar o real e adaptar-se ao mundo social, dos adultos, permitindo assim, suprir suas necessidades afetivas e cognitivas. Para Piaget, na brincadeira “do faz-de-conta’’ a criança cria símbolos lúdicos, desenvolvendo uma linguagem própria, para reviver momentos que julgam interessantes”. Ela menciona isto quando ele diz a frase: “brincar é o trabalho da infância”. Piaget também explica que o desenvolvimento mental da criança, antes do seis anos de idade, pode ser sensivelmente estimulado por meio de jogos.

Já Vygotsky afirma que é durante o brincar e por meio do brinquedo que a criança aprende a agir cognitivamente, dando vida aos objetos e determinando sua ação sobre eles. Vygotsky (1998) afirma que são através das brincadeiras que a criança obtém as suas maiores aquisições. Vygotsky (Vygotsky 1998) assinalou que uma das funções básicas do brincar é permitir que a criança aprenda a elaborar resolver situações conflitantes que vivencia no seu dia-a-dia; usará capacidades como observação, a imitação e a imaginação. Através desta imitação representativa, a criança vai também aprendendo a lidar com regras e normas sociais. Desenvolve a capacidade de interação e aprende a lidar com o limite e para tentos, os jogos com regras são fundamentais.

Winnicott enfatiza a importância do brincar e diferencia o brincar da brincadeira, pois na sua compreensão o brincar envolve algo mais amplo e, portanto, merece destaque. Para ele o brincar demanda um lugar e um tempo na existência humana. Ele também menciona a capacidade de brincar abranger uma série de elementos do processo de amadurecimento humano. De acordo com Winnicott (1975), o brincar facilita o crescimento e em consequência promove a saúde. As crianças brincam por prazer, mas também para dominar angustias e controlar ideias ou impulsos que conduzem a angustia. Winnicott (1982) acredita que ao manifestar seus impulsos destrutivos no brinquedo, a criança se sente confortada, pois, os sentimentos agressivos expressos não retornam do objeto para ela. A criança utiliza a brincadeira para satisfazer o desejo que não será atendido de maneira imediata.

As brincadeiras livres contribuem para a imaginação, a criatividade, a Inteligência e a espontaneidade das crianças. A brincadeira possibilita a criança a demonstrar sua personalidade e seu temperamento e ajuda a criança a se conhecer. Ao brincar, a criança pode mostrar uma parte tanto do seu interior como da sua percepção da realidade. Ela trabalha a incerteza, a ausência de consequência necessária e a tomada de decisão pela criança.

As atividades de brincadeira na educação infantil tem que ser distinguida pelo professor o que é brincadeira livre e o que é atividade pedagógica com aspectos lúdicos. Já durante os anos pré-escolares o brincar se torna ainda mais importante pois desenvolve a oportunidade da criança desenvolver conhecimentos acadêmicos e sócias se preparando para as exigências da escola e do mundo externo. Piaget fala que durante dos anos pré-escolares as crianças são marcadas por falas egocêntricas ele ainda complementa dizendo que não há vida social persistente em crianças com menos de sete ou oito anos; em segundo lugar, a verdadeira linguagem social das crianças, quer dizer, a linguagem utilizada na atividade fundamental das crianças o jogo é uma linguagem de gestos, movimentos e mímica, tanto quanto uma linguagem de palavras. Para ele somente aos sete anos de idade o desejo de interagir com o grupo passa a existir apesar da fala egocêntrica ainda persistir. Para Wallon (1995), é nesse estágio, na escola, que a criança diferencia-se dos outros e descobri sua autonomia e sua originalidade. Primeiramente ela mostra-se autoritária impondo sua opinião como uma forma de autoafirmação. Com o passar da convivência ela sente o desejo de ser admirada e aprovada e agrada os demais se tornando mais flexível. Já com a interiorização da imitação ela passa a assimilar o seu mundo exterior demonstrando o gosto de imitar o outro o que proporciona uma maior reaproximação social.

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