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O DESENVOLVIMENTO DO MEDO NA FORMAÇÃO E NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA

Por:   •  31/3/2019  •  Artigo  •  3.328 Palavras (14 Páginas)  •  86 Visualizações

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O DESENVOLVIMENTO DO MEDO NA FORMAÇÃO E NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA

Denise Clarice Caputo de Souza - denise_clarice@hotmail.com¹

Marcos Vinicíus Spagnoli - marcosvinicius@yahoo.com.br¹

Nativa Carvalho Arêas - nativa.areas@gmail.com¹

¹ Graduandos de Licenciatura em Geografia

Universidade Estadual Pauista “Júlio de Mesquita Filho” - Campus Rio Claro

RESUMO: No presente trabalho pretendemos abordar os medos que envolvem a criança nas diferentes fases de seu desenvolvimento, desde os primeiros meses de vida, até sua entrada e permanência na escola. Para tanto, discutiremos primeiramente os principais motivos que podem gerar estes medos nas crianças em diversas idades, destacando entre eles, o medo de ficar longe da mãe, o medo de animais, o medo do escuro, o medo dos sonhos, o medo da morte, o medo dos contos de fada, e principalmente, os medos que o espaço escolar pode gerar a ela.

Yi-Fu Tuan, em seu livro Paisagens do Medo, descreve o mundo das crianças como um frágil constructo de fatos e fantasias, ressaltando que antes de completar sete ou oito anos de idade a criança não distingue os sonhos (incluindo as fantasias) dos eventos externos, enquanto nas crianças mais velhas os sonhos já assumem caráter mais especifico, trazendo uma grande variedade de detalhes. Muitos destes medos podem consolidar-se, tornando-se fóbicos, pois a criança não os consegue eliminar de forma natural. Relativamente à escola, estes medos podem constituir-se como uma fobia escolar

Palavras-Chave: Medo; Desenvolvimento Infantil; Educação;

Introdução e Objetivos

É finalmente chegada a tão esperada hora de ir à escola. Todos vivemos este esperado momento que para muitos é motivo de alegria mas também de medo. Porque sentimos medo quando somos criança? Esta é uma resposta complexa ao extremo para respondermos em uma só sentença.

Então, o que é medo?

Segundo o dicionário Aurélio, medo é:

1 - Sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça; susto, pavor, temor, terror.

Em termos físicos, o medo é uma reação do corpo em que se interrompe subitamente o processo de racionalização, e por isso, tal reação liberada pelo cérebro em momentos de perigo se inicia quando ocorre algum estímulo externo que gera estresse. A sensação do estresse faz o hipotálamo, área cerebral, liberar hormônios no organismo que aumentam a pressão arterial e a freqüência cardíaca, dilatam a pupila, contraem as artérias da pele, diminui a glicose sanguínea, enrijece os músculos, paralisam os sistemas não essenciais para acumular energia e diminui substancialmente a concentração. (Cabral, 2008)

Essa reação que ocorre no cérebro, influi diretamente em nosso processo de racionalização, acarretando em sensações ruins, para a maioria. Essas sensações que pouco se sabe acerca nos acompanham muitas vezes, ao longo de toda a vida, ou ainda sendo superados ou substituídos por outros medos.

O que buscamos realizar neste trabalho é abordar os medos que envolvem a criança em diferentes fases do seu desenvolvimento ao longo da vida da criança, inclusive os medos que o ambiente escolar pode gerar e suas conseqüências. Deste modo, buscamos apontar alguns elementos que nos dêem indícios para analisar as relações do medo nas crianças, a partir do ponto de vista dela e também dos pais, para que possamos, então, discutir melhor esta questão.

Fundamentação Teórica

O que a ciência sabe sobre os medos sentidos pelos seres humanos ainda quando pequenos? Em geral, o que sabemos acerca dos medos infantis procedem da observação de crianças europeias. Mas seus medos podem ser compartilhados pelas crianças de outros lugares do globo, pois pesquisas sobre o medo em crianças normais afirmam que 90% delas evidenciam pelo menos um medo entre as idade de 2 a 14 anos. (Lipp, 2000, p.  95).

Para Lipp, a aparição e a resolução dos medos fazem parte do processo de desenvolvimento. Além disso, a autora também apresenta o medo como mutável ao longo do tempo, pois nas idades mais tenras a criança apresenta medo relacionados a sua imaginação (como medo de monstros), a medida que cresce seus medo se tornam mais reais (como o problema de aceitação por partes dos colegas).

Desta forma, primeiramente iremos apresentar os medos enfrentados pelas crianças e porque não, pelos adolescentes.

Em seguida, buscamos discutir o medo do ponto de vista dos pais, principalmente relacionados ao ambiente escolar e quais os motivos que os fazem crer que a escola deixou de ser um lugar seguro para seus filhos.

Os Medos

- Medo de ficar longe da mãe

De acordo com Tuan (2005, p. 21), para sentir medo a criança deve ter noção, ainda que rudimentar, de que existem objetos que são permanentes e que existem independentemente dela. Os primeiros objetos permanentes no mundo instável das crianças pequenas são os outros seres humanos.

Os bebês de poucos meses ainda não distinguem as pessoas conhecidas dos estranhos, porém a partir do oitavo mês, aproximadamente, eles adquirem a capacidade de diferenciar os rostos familiares, em especial o da sua mãe, assim a criança  mostra sinais de descontentamento quando uma pessoa desconhecida se aproxima. Tal medo aumenta principalmente com um pequeno distanciamento da mãe, em seu colo a criança sente-se confortável, mas pode demonstrar desconforto quando sentada a apenas um metro de distância dela. Ainda no colo da mãe, a criança sente-se segura para explorar o mundo e os objetos.

Em torno de 3 anos a criança apresenta uma mudança de comportamento, passando a tolerar melhor a ausência temporária da mãe e pode se ocupar mais com brincadeiras junto a outras crianças, na ausência ou presença da mãe, porém algumas crianças ainda podem apresentar sintomas de desconforto ao se separarem da mãe por medo de que elas não estejam mais quando retornarem ou medo do abandono.


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Medo do escuro

        O medo do escuro pode ser explicado pela sensação de isolamento e desorientação que a falta de detalhes visuais que a escuridão proporciona, a imaginação então está livre para fazer aparecer criaturas desconhecidas e misteriosas. Para Jersild (1935, p. 63) o medo do escuro e o medo de ficar sozinho no escuro aparece mais frequentemente em meninos do que em meninas. Para o autor, crianças ainda, que não apresentam qualquer sinal de medo do escuro dentro de casa, podem demonstrar desprazer ao adentrar um espaço escuro em uma ambiente estranho.

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