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O impacto da depressão pós-parto na interação mãe-bebê

Por:   •  5/8/2022  •  Trabalho acadêmico  •  681 Palavras (3 Páginas)  •  51 Visualizações

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O impacto da depressão pós-parto na interação mãe-bebê

  • Consequência na relação mãe-bebê

A depressão da mãe afeta o bebê ao interferir negativamente na interação estabelecida entre a díade (relação simbiótica que existe entre os dois de forma que a mãe possa atender e realizar todas as necessidades do bebê.). Os fatores biológicos, obstétricos, psicológicos e sociais podem contribuir para a precipitação dos quadros depressivos maternos no período pós-parto e ao longo do primeiro ano de vida da criança, tendo em vista que a tristeza e a angústia da mãe tendem a ser minimizadas diante dos cuidados intensivos dispensados ao bebê.

Mesmo as formas mais brandas de depressão materna podem afetar o bebê, uma vez que ele consegue perceber as mínimas deficiências na contingência no comportamento materno. Dessa forma, os estudos indicam que o estado depressivo da mãe pode repercutir negativamente nas primeiras interações com o bebê e, consequentemente, no desenvolvimento da criança. Mães deprimidas tendem a ser menos responsivas ao interagirem com seus bebês que, por sua vez, tendem a apresentar mais afeto negativo e menos afeto positivo do que os bebês de mães não-deprimidas. Diante disso, seus bebês, além de apresentarem interação empobrecida com suas mães e outras pessoas, manifestam constantemente desvio do olhar, menor vocalização e maior aversão ao olhar (olhar ao longe)

Alguns desses estudos mostraram que mães deprimidas se definiram como menos competentes, menos ligadas emocionalmente às suas crianças, mais dependentes e isoladas socialmente, relataram menos confiança e satisfação com o desempenho do papel materno do que mães não-deprimidas, e tenderam a descrever seus bebês como crianças com temperamento difícil.

  • Ambivalência afetiva na díade.

Mulheres com depressão pós-parto podem apresentar sentimentos variados em relação à criança e que irão influenciar sua relação com o filho, tais como rejeição, negligência, agressividade e maior hostilidade. Essas mães podem apresentar maior ansiedade para realizar os cuidados maternos e menos afetividade para com o bebê. Com base nos relatos das mães entrevistadas, pôde-se verificar a ambivalência afetiva presente na díade mãe-criança. Tais fatos foram constatados, pois as mães relataram sentimentos aversivos em relação à criança:

“eu não cuidava dela, não gostava de ficar perto”. (E4)

“raiva, era isso que eu sentia, eu tinha raiva, não queria ficar perto, na gravidez me saiu muita estria sabe, aí eu me olhava no espelho, estava gorda e com

aquelas estrias, eu chorava e colocava a culpa nele, eu tinha raiva”. (E1)

A maternidade é considerada um momento que requer da mulher intensas

adaptações de sua vida e o aprendizado de novos cuidados dispensados a um bebê, tais fatores exigem da mãe maturidade emocional para lidar com as mudanças advindas deste período.

Mães com depressão pós-parto se deparam com duas facetas da emoção, a alegria da chegada do bebê e a cruel tristeza decorrente desse fato. Os relatos das participantes da pesquisa sugerem que mães com depressão pós-parto sofrem com a contradição entre comportamento acolhedor e protetor esperado socialmente e os sintomas provocados pela patologia, que se manifestam por meio de raiva, alta irritabilidade e rejeição ao filho.

Mães depressivas apresentam menor capacidade de interação com a criança e estabelecem menos contato físico com seus filhos

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