Psicanalise Resumo Filme Augustine

A partir do filme Augustine podemos perceber várias questões psicológicas, sob ótica da psicanálise. O inicio do filme, não nos mostra claramente a história de vida e as relações familiares de Augustine, porém a partir de vários posteriores acontecimentos é possível fazer varias suposições relacionadas ao “Complexo de Édipo”.

Sabemos que o complexo de Édipo esta relacionado a uma fase do desenvolvimento infantil fálica, em que a criança percebe a diferenciação dos sexos, aonde existe um desejo amoroso entre a criança e seu progenitor do mesmo sexo.

Agustine era uma jovem que trabalhava em uma casa de família e não parecia ter em sua vida, figura materna ou paterna, supondo assim que esta figura poderia estar relacionada, ou ter sido substituída em algum momento por seus patrões. E fica subtendido, o fato de em sua infância esta fase fálica ter sido bem desenvolvida ou não, podendo também ter sido reprimida ou traumática de alguma forma.

O primeiro ataque histérico de Augustine foi quando a mesma, esta servindo a mesa e seu patrão a olha esta nervosa, acaba tendo o ataque e caindo no chão, o que ao nosso entendimento está relacionada à figura do patrão ou a figura masculina, pois seu ataque tem características libidinais.

Augutine é internada em uma clinica, que possui várias outras mulheres, algumas epiléticas, outras histéricas, outras deficientes mentais, enfim vários distúrbios.

Após a internação de Augustine, esta passa a ser observada pelo médico Jean Martin Charcot. Então em algumas cenas podemos confirmar claramente o que havia sido observado na cena da mesa de jantar, que suas crises se dão após ser observada, trocar olhares ou estar na presença do sexo masculino e que sempre se manifestam como demonstrações ligadas a sexualidade.

Sabemos que a histeria esta exatamente ligada a pulsões sexuais, ou seja, assim podemos explicar o tipo de reação corporal com movimentos eróticos, prazerosos e gemidos que Augustine apresenta em suas crises histéricas.

Charcot se interessa pelo quadro de Augustine e passa a acompanhá-la, vendo assim uma possibilidade de provar suas teses, e que a histeria não era um teatro, mentira, ou doença fisiológica como epilepsia, conforme acreditavam os outros estudiosos da época. Charcot fará isso através da premissão da hipnose em Augustine, pois através da hipnose, a paciente estará sob o controle dos médicos e estará inconsciente.  

Charcot a todo momento olhava para Augustine como uma pesquisa cientifica, como uma modelo, um objeto de estudo, e não tinha de fato interesse ou intenção alguma de curá-la. Porém para Augustine, que já apresentava um quadro psicológico “frágil”, a situação não foi entendida desta forma. A mesma acreditava que o médico estava interessado em curá-la, em ajudá-la.

A partir de Charcot passou a fazer testes, exames, experiências com Augustine, para entender melhor suas crises, e explicar suas deficiências físicas, tais como a pálpebra caída e uma paralisação de um dos lados do corpo, aonde Augustine não sentia nada.

Após maior proximidade com Charcot e após tantos exames, teste e exposições de Augustine a outras pessoas, esta ainda acreditando no fato de que o médico pretendia curá-la, acabou por criar um “amor de transferência” por ele.

O amor de transferência, é o maior entre o paciente e seu analista, que é próprio do inconsciente e em algumas vezes surge de forma aparente, podendo ser positivo ou negativo ao tratamento, dependendo da resposta do paciente e do analista á tal situação.

A partir desta relação de alguma forma, Augustine passa a se libertar aos poucos desta repressão sexual inconsciente que originava suas crises histéricas, e começa a melhorar. Melhora esta, que se apresentava tanto psicologicamente, como refletia também nas deficiências físicas. Porém com base no seu amor por Charcot, ela não conta sobre sua progressiva melhora e passa a tentar seduzi-lo, de forma que obtenha um retorno desse amor de transferência por parte do médico.