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Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem

Por:   •  17/11/2019  •  Ensaio  •  1.369 Palavras (6 Páginas)  •  191 Visualizações

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TEXTO DE APOIO

No final do século XIX, a teoria das faculdades mentais, ou seja, a que postulava que a mente era dotada de faculdades inatas, como atenção, percepção e memória, que deveriam ser treinadas pelo exercício, pela repetição, base teórica da educação tradicional clássica, vigente na maioria dos sistemas escolares europeus e norte-americanos  foi bastante criticada por Hebart e Dewey.  

Críticas formuladas por Dewey (1959) estiveram relacionadas ao papel do ensino. Para ele,  à escola é atribuído um papel fundamental de selecionar as experiências úteis realizadas pela humanidade para construir os conteúdos cognitivos necessários a uma sociedade futura mais perfeita, uma sociedade democrática; além de harmonizar o ambiente social para possibilitar o desenvolvimento do pensamento reflexivo, exigência dessa sociedade. A ela não cabe ensinar a lógica de investigação, que é inerente à espécie, mas criar condições para o seu desenvolvimento.

Claparède, com base na concepção biológica, encontrou elementos para compreender o dinamismo da conduta, ancorando o fundamento do processo cerebral no acordo entre a necessidade do organismo e a reação adequada capaz de satisfazê-la, acordo este indispensável à manutenção da vida. A pergunta era: para que serve a inteligência? Diferencia inteligência de pensamento, definindo-a como “a capacidade de resolver problemas novos por meio do pensamento”. Pode-se dizer que o homem pensa porque é inteligente. As questões próprias do pensamento são veracidade e objetividade, pertinentes ao campo da teoria do conhecimento; considerava que à Psicologia  cabia estudar a inteligência e, consequentemente, a aprendizagem. Ao estabelecer esta divisão, também subordina os conteúdos do ensino, o saber, ao desenvolvimento da inteligência; em outras palavras, a escola deve ensinar para desenvolver as características da inteligência. O papel do professor é ser um estimulador de interesses; em vez de ficar no meio do palco.

Jean Piaget tinha como preocupação principal, não as questões educacionais mas, sim, com as questões epistemológicas. Realizou uma série de pesquisas visando a descrever e compreender diversos aspectos do desenvolvimento infantil, tendo como pano de fundo a questão central: como o ser humano constrói o conhecimento, ou seja, passa de um estado de menor conhecimento para outro de maior conhecimento. As publicações de Piaget dedicadas à educação têm em comum a defesa dos métodos ativos e a proposta de trabalho cooperativo como estratégia pedagógica para o desenvolvimento do pensamento experimental, da razão, da autonomia e dos sentimentos de solidariedade. A preocupação da educação deveria ser a de formar indivíduos capazes de produzir ou criar, e não apenas repetir. Piaget (1978) postula que o desenvolvimento do ser humano está subordinado a dois grupos de fatores em constante interação: os fatores da hereditariedade e da adaptação biológica, dos quais depende a evolução do sistema nervoso e dos mecanismos psíquicos elementares, e os fatores de transmissão ou de interação sociais, entre os quais inclui a educação. O desenvolvimento da inteligência tem um ritmo temporal que envolve uma ordem e uma sucessão de estágios, pois “(...) a construção de uma nova noção suporá sempre substratos, subestruturas anteriores e isso por regressões indefinidas” (Piaget, 1983, p.215). Temos aí o fundamento da teoria dos estágios, que muito tem influenciado a educação brasileira. Assim, as questões educacionais, tais como o conteúdo, os métodos de ensino e o papel do professor, mesmo tendo um papel formador necessário ao próprio desenvolvimento, ficam subordinadas ao processo de construção das estruturas cognitivas, que têm como referência o sujeito universal, epistêmico. Piaget indica a importância do professor como uma figura que incite ao desafio e à reflexão, necessitando, para isso, conhecer os estágios do desenvolvimento cognitivo.

Wallon se refere criticamente ao princípio que centra o processo educacional nas atividades espontâneas da criança. O papel dos aspectos sociais na constituição do indivíduo é um dos pontos centrais de sua teoria. Wallon (1975) questionava a direção do desenvolvimento proposta por Piaget do individual para o social,  para ele, ao contrário, a individualização é uma aquisição, uma conquista a partir das impressões e reações que integram a criança, desde o início da vida, ao seu meio ambiente. Conforme sua concepção, o processo de diferenciação do eu prossegue durante vários anos, e o indivíduo pertence ao seu meio social e físico antes de pertencer a si próprio. Deste modo, o papel da hereditariedade, fica relativizado na sua teoria, já que as atividades psíquicas são orientadas e hierarquizadas segundo os interesses preponderantes das sociedades. Também se diferencia de Piaget quanto à noção de fase desenvolvimento, discordando da linearidade, da ordenação normatizadora dos estágios de desenvolvimento propostos por aquele autor. Wallon supõe um ritmo de desenvolvimento marcado por descontinuidade, rupturas, retrocessos e reviravoltas. Acredita que a formação dos professores deve ter uma ancoragem nas experiências pedagógicas que eles próprios podem realizar: Aponta a necessidade de prestar-se atenção a dois aspectos na experiência pedagógica: (1) as disposições que a criança apresenta, dependentes da idade e do seu temperamento individual e (2) as aptidões que exige e exerce cada disciplina. Para ele é fundamental considerar as características específicas dos conteúdos de cada matéria e a natureza das tarefas escolares para, a partir delas , investigar quais os melhores meios para tornar estes conteúdos assimiláveis pelas crianças. Os conteúdos escolares, neste caso, assumem um papel fundamental na dinâmica escolar e diante do processo de desenvolvimento intelectual da criança.

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