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Psicoterapia De Grupo

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Por:   •  27/6/2014  •  1.681 Palavras (7 Páginas)  •  577 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Psicoterapia de grupo designa, atualmente, um amplo espectro de procedimentos fundamentados nos mais diversos referenciais teóricos, aplicados em diferentes contextos. O terapeuta no grupo está situado lado a lado e no meio dos pacientes, portanto, também é um membro do grupo. Sabe-se que a capacidade de se colocar no lugar do outro, assumir uma postura ética, manejar situações de conflito na relação terapêutica e lançar mão de técnicas e procedimentos adequados ao caso atendido, são algumas das exigências às quais o profissional é submetido. Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativo a uma determinada sociedade, ou seja, de modo universal. A ética profissional refere-se ao modo como o terapeuta conduz sua atividade profissional junto aos seus clientes, aos colegas de profissão e a sociedade. Tratando-se de terapia, é um assunto de alta relevância, pois esta atividade profissional já trás em si uma marcante condição ética, pois lida com a privacidade do cliente. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é abordar o papel do terapeuta de grupo, delineando algumas estratégias e habilidades necessárias para o exercício da grupoterapia além de abordar a conduta ética profissional de psicólogos que atuam com grupos.

2 O PAPEL DO TERAPEUTA DE GRUPO O terapeuta de grupotem como papel ser cuidador, analista social e coordenador de grupo. Suas funções são de dar e receber, estimular e facilitar a emergências dos temas grupais. É de suma importância o terapeuta possuir conhecimento teórico e técnico, evitando assim o favoritismo a algum componente do grupo e ter sensibilidade para o acolhimento. (MORENO, 1974). Muitos autores afirmam que o relacionamento é o fator curativo na terapia de grupo. Dessa forma, um envolvimento autêntico por parte do terapeuta é exigido além de uma sintonia empática à experiência subjetiva e emocional interna do paciente. (YALOM, 2008). A transferência pode ser uma ferramenta efetiva ou um conjunto de obstáculos. (YALOM, 2008). “A transferência é tão poderosa e tão ubíqua que o ditado ‘o líder não deve ter favoritos’ parece ser essencial para a estabilidade de cada grupo de trabalho” (YALOM, 2008, p.171). Toda transparência e auto revelação devem ser usadas pelo terapeuta a fim de se manter em uma posição intermediária entre a transferência e a negação terapêutica dos pacientes. (YALOM, 2008). A expressão dos sentimentos sejam eles hostis ou afetuosos, positivos ou negativos, claros ou ambivalentes devem ser incentivada pelo terapeuta assim como a estimulação de comentários sobre as emoções referentes ao que está acontecendo no grupo, incentivo a aceitação dos colegas e incitação o apreço pela honestidade e espontaneidade. Um ambiente favorável, de confiança e compreensão éconstruído a partir da possibilidade de se expressar sem desaprovação e sem censura. “À medida que este processo se realiza, nota-se uma integração entre os participantes forma-se uma unidade delineada pelos vínculos e processos de identificação, e todos passam a trabalhar em conjunto” (BECHELLI; SANTOS, 2005, p. 251). De diversas maneiras o terapeuta pode conduzir o grupo: confrontar opiniões, dirigir, assinalar convergências e divergências entre os membros do grupo, explicar, evitar a ocorrência de bode expiatório”, auxiliar no desenvolvimento de um modelo, manter o foco do assunto centrado neles e não em eventos externos ou na vida de outras pessoas, elogiar e procurar envolver tantos clientes quanto possível na discussão e não restringir a atenção a alguns participantes. Podendo também dar continuidade a certos pontos da sessão anterior pedindo aos membros do grupo que deem suas opiniões e digam se compreenderam o que se passou com eles. (BECHELLI; SANTOS, 2005). “É conveniente destacar que as intervenções devem ser sempre efetuadas de forma não autoritária, sem imposição e julgamento sobre o que é melhor para cada cliente”. (BECHELLI; SANTOS, 2005, p. 252). Caso ocorra uma mal estar devido a algum membro do grupo, o terapeuta pode intervir de forma a incentivar e convidar os participantes a avaliar e descobrir o sentido das reações (BECHELLI; SANTOS, 2005). Se uma monopolização do grupo se suceder durante um longo período porum membro o terapeuta poderá intercepta-lo e questioná-lo sobre como ele sente a reação dos demais participantes ao que está revelando e, também, convidar os demais a apresentar suas experiências ou expor seus sentimentos (BECHELLI; SANTOS, 2005). Uma postura de neutralidade deve ser adotada pelo terapeuta caso há confronto entre dois membros do grupo além contar com a colaboração dos demais membros (BECHELLI; SANTOS, 2005). “O terapeuta não deve atacar os participantes pela resistência em curso” (BECHELLI; SANTOS, 2005, p. 252). É dever do terapeuta auxiliar o grupo a perceber e a se conscientizar em relação ao mundo interior e exterior em que se encontram envolvidos, de modo que possam direcionar a escolha da maneira de viver que lhes seja mais adequada e harmoniosa (BECHELLI; SANTOS, 2005). Ao ambiente de trabalho deve ser restringir o relacionamento entre o terapeuta e os pacientes, a fim de manter o setting terapêutico. (BECHELLI; SANTOS, 2005). Às perguntas que são dirigidas ao terapeuta, deve-se evitar dar respostas de forma direta. As intervenções devem ser dirigidas, de preferência, ao grupo e não a uma pessoa específica. As intervenções devem ser dirigidas, de preferência, ao grupo e não a uma pessoa específica. (BECHELLI; SANTOS, 2005). “Dessa forma, coloca-se a responsabilidade nos participantes, ficando implícito que qualquer um poderá se manifestar”. (BECHELLI; SANTOS, 2005, p. 253).

Recomenda-se ao terapeuta nãofazer revelações pessoais, ao passo que nenhuma aplicação prática é vista diante dessa ação. (BECHELLI; SANTOS, 2005). Cabe ao terapeuta auxiliar a criar o ambiente terapêutico e a cultura do grupo, estabelecendo de forma explícita e implícita as normas, os valores, as funções dos participantes e objetivos, que proporcionam a estrutura para o seu desenvolvimento. Também deve promover condições para que os pacientes passem a participar ativa e construtivamente, a se revelar com aceitação, sem censura ou humilhação da parte dos outros. (BECHELLI; SANTOS, 2005). A ética, a partir de uma perspectiva relacional, cria espaço para o acolhimento de diferenças que se dão no encontro entre as pessoas, na interação em grupos (ANDRADE; MORATTO, 2004). Uma postura ética a priori é exigida do profissional no trabalho terapêutico. É de suma importância sempre buscar

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