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RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO MASCULINIDADES E PRÁTICAS DE SAÚDE NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE – MG

Por:   •  31/8/2020  •  Resenha  •  2.152 Palavras (9 Páginas)  •  268 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO MASCULINIDADES E PRÁTICAS DE SAÚDE NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE – MG

Adriano Roberto Afonso do Nascimento; Zeidi Araújo Trindade; Ingrid Faria Gianordoli-Nascimento; Fernanda Bicalho Pereira; Sara Angélica Teixeira da Cruz Silva e, Alessandra Craig Cerello; catedráticos e pesquisadores na área da Psicologia, publicaram o artigo Masculinidades e Práticas de Saúde Na Região Metropolitana De Belo Horizonte/MG, na Revista Saúde e Sociedade, volume 20, Nº 1, P. 182 a 194, em Março de 2011. A pesquisa está subdividida em quatro partes, a saber: Introdução, Método, Resultados e Discussão.

Na Introdução, os autores apresentam argumentos relativos a mortalidade masculina no Brasil, observando que entre as causas mais frequentes de mortes masculinas aparecem as “externas”, como homicídios e acidentes automobilísticos, bem como os “transtornos mentais e comportamentais”, relativos, ao consumo de álcool e outras substâncias psicoativas e as “doenças do aparelho digestivo” tais como cirrose hepática, dentre outras.

Afirmam que o modelo hegemônico de masculinidade de ser forte, bem sucedido, capaz, confiável, ostentando controle, acrescentados de atributos como a virilidade, o provimento financeiro e a moral da família e sexualidade heterossexual ativa, implica em configurações de práticas, admitindo-se que “ser homem” possui significados diversificados dependentes de contextos socioculturais distintos.

Os homens sentem-se incomodados com a situação passiva e dependente do papel de doente e isto contribui para que ignorem sinais de alarme e esse conjunto de riscos poderia ajudar a explicar o porquê de os homens procurarem por serviços de saúde somente em casos de emergência.

A Psicologia Social entende que todos os comportamentos que manifestamos em nossos encontros sociais representam o desempenho social do papel social que nos é socialmente atribuído e, são esses papéis sociais que permitem-nos compreender a situação social, pois são referências para nossa percepção do outro ao mesmo tempo em que são referências do próprio comportamento.

A maneira como a sociedade pressiona os indivíduos para atuarem de acordo com regras e expectativas sociais, recebe a definição de Controle Social. Dois conceitos são importantes nesse processo: a cognição, que é organização estruturada e significativa que o sujeito faz a partir de suas percepções bem como das influências que recebe do meio e; a percepção, que é um processo que vai desde a recepção do estímulo pelos órgãos do sentido até a atribuição de significado ao estímulo.

Os autores adotam em sua pesquisa a abordagem estrutural das representações sociais, sendo a Teoria das Representações Sociais (TRS) abordagem que possui como principal teórico o psicólogo social Serge Moscovic, que, em sua obra, recentemente traduzida para a língua portuguesa, define representações sociais (RS) como “uma modalidade de conhecimento particular tendo a função de elaboração dos comportamentos e da comunicação entre os indivíduos” (MOSCOVICI, 2012, p. 27).

A TRS está centrada no funcionamento do pensamento cotidiano, com raízes tanto na sociologia e antropologia (Durkheim e Lévy-Bruhl) quanto na psicologia construtivista, sócio-histórica e cultural (Piaget e Vygotsky), implicando num entrelaçamento entre o social e o individual. A abordagem estrutural das representações sociais exige a identificação empírica de elementos nucleares e periféricos, bem como de um conjunto de informações diretamente relacionadas a esses elementos, tanto a formulação do instrumento de coleta quanto a análise dos resultados caracterizam essa pesquisa, em termos de uma tipologia de procedimentos, como quantitativa, de caráter descritivo-exploratório

Foram entrevistados 100 homens com idade entre 45 e 55 anos, residentes nas cidades de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Nova Lima e Ribeirão das Neves, em número de vinte sujeitos em cada. A quantidade de arguidos foi definida considerando-se o critério de saturação teórica, que leva em consideração, para se definir o número necessário de entrevistados, o esgotamento temático em dada categoria ou questão, sendo estipulada a quantidade de 100 o número inicial de sujeitos a serem abordados em meio a rua, pontos de ônibus, locais de trabalho, momento em que a entrevista foi agendada para locais e horários convenientes para eles.

O critério utilizado para o número necessário de entrevistas foi o de saturação teórica ou, esgotamento temático, sendo o formulário contendo questões de dados socioeconômicos, termos indutores “saúde” e “doença”; definição de “cuidar da saúde”; prática efetiva de cuidados com a saúde; identificação de principais agentes que auxiliam no cuidado e também, frequência e principais de procura por atendimento médico em hospitais e em consultórios.

Inicialmente são apresentados conceitos relacionados a abordagem estrutural das representações sociais, bem como de um conjunto de informações diretamente relacionadas a esses elementos nucleares e periféricos. Tanto a formulação do instrumento de coleta quanto a análise dos resultados caracterizam a pesquisa, em termos de uma tipologia de procedimentos, como quantitativa, de caráter descritivo-exploratório.

Em seguida, os pesquisadores passam a explicar a metodologia utilizada, detalhando a amostra da pesquisa, critérios utilizados para a escolha dos alvos, locais em que foram abordados, instrumento de coleta de dados e forma de preenchimento dos itens questionados.

Importante observar a utilização da Técnica de Associação Livre de Palavras, que consiste em, a partir de um termo indutor ou de uma série de termos, solicitar ao sujeito que produza todos os termos, expressões ou adjetivos que se apresentem ao espírito, sendo de caráter espontâneo, menos controlado permitindo o acesso aos elementos que constituem o universo semântico do termo ou do objeto estudado, de forma muito mais rápida e fácil.

Quanto a caracterização socioeconômica dos entrevistados, 52% dos entrevistados se declararam pertencentes à classe econômica média e 22% à classe econômica baixa, sendo que 62% são casados e 73% possuem, pelo menos, 1 filho.

Os dados são apresentados em dois quadros (Representação Social de Saúde e Representação Social de Doença) e quatro tabelas (definição de “cuidado de saúde”, principais agentes que contribuem no cuidado com a própria saúde; motivos da procura por atendimento médico em Hospitais e motivos da procura por atendimento médico em consultórios), detalhando os tópicos, quantidade de respostas e taxa de proporção.

Com relação a representação

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