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Relato de Experiência na Psicologia

Por:   •  14/2/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.583 Palavras (7 Páginas)  •  122 Visualizações

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RELATO DE EXPERIÊNCIA

Compartilhar minhas experiências no projeto de extensão não é apenas relembrar fatos isolados, é na verdade reviver momentos que são de extrema importância para minha formação, tendo em vista que foi o início de tudo e, como todo início, veio cercado de muita emoção, medo e dúvidas.

Minha experiência começou envolta de muito medo por estar adentrando um espaço que era visto por mim como inalcançável, com emoção por ter iniciado um sonho e medo, muito medo de não conseguir dar conta de tudo que estava por vir. Na primeira semana , eu queria ter acesso a tudo que me chamasse atenção de alguma forma e foi assim que descobri o Reinventar. Na semana do reencôncavo, diversas atividades foram oferecidas em forma de roda de conversa, minicursos, dentre outros e, em meio a tantas coisas, me deparei com o seguinte tema : A Psicologia e a reinvenção da vida: oficina de rádio com pessoas cegas. Mas como assim, oficina de rádio com pessoas cegas? Curiosa que sou, logo tratei de ficar atenta ao horário de maneira a não chocar com as demais atividades que eu queria participar e até lá, eu tentava imaginar como as pessoas cegas iriam ter acesso aquela oficina, reforçando em mim as crenças de que as pessoas com deficiência são anormais e incapazes de fazer qualquer coisa que nós videntes fazemos. Na real, eu fui naquela roda cheia de curiosidade e nada mais, tendo em vista que, meu avô era cego e vivia totalmente dependente e dentro de uma bolha colocada pelos familiares, inclusive eu, que enquanto criança o via como um doente,já que era o isso que me passavam diante de tanto cuidado.

Enfim, chegou a hora da oficina e, eu mal esperava pra “ver” o que ia acontecer , o que quem não via podia fazer e claro, fui surpreendida , porque aquelas pessoas nem de longe me faziam lembrar do meu avô que passava a maior parte do tempo tocando piano ou dormindo. Eu via Josiel Barreto (Presidente do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência em Santo Antônio de Jesus) todo feliz com a Mariana, sua bengala, e orgulhoso ele contava que faltava pouco pra terminar o curso de rádio e que era a única pessoa com deficiência em sua sala. Além de Josiel, Dai, Seu Lau, Marcinha e outros contavam suas experiências enquanto pessoas cegas e eu, sentada ao chão os admirava por serem independentes e cheios de autonomia. Diante de tudo que eu via, meu pensamento passou a ser outro: como faço pra fazer parte deste grupo? Eu já estava apaixonada pelo projeto sem mesmo conhecê-lo na sua totalidade e pensava apenas na possibilidade de fazer parte daquele grupo de estudantes.

A Prof. Jô e os alunos do curso de psicologia, Bianca, Jai e Marcus (são os que lembro) na oportunidade fizeram audiodescrição de fotos tiradas em diversos momentos das visitas a campo e mais que isso, eles convidaram os estudantes que ali estavam para participarem do lançamento do livro que conta a história daquelas pessoas. O lançamento do livro que aconteceria no dia 21 de Setembro de 2019, dia Nacional de luta das Pessoas com Deficiência, e novamente , lá estava eu, não só com vontade de ir ao lançamento do livro mas também conhecer a ASDEV ( Associação Santantoniense de Deficientes Visuais) e foi isso que fiz 2 dias depois. Mas antes disso, ao terminar a oficina eu lembro ter dito a Jô que queria conhecer o projeto e ela me mandou ir em seu gabinete. No entanto, lembra do medo que citei no início do texto? Então, ele veio e eu só fui ao gabinete quase 30 dias depois , no dia 17 de setembro de 2019. Um rápido bate papo , algumas perguntas , eu cheia de ansiedade e logo a resposta: “ vou falar com a s meninas do projeto e te dou retorno”.

Após a resposta positiva, chega o dia do meu primeiro encontro, em 23 de setembro de 2019, sem conhecer as pessoas , pensava como seria recebida, o que diria, o que poderiam me perguntar … Às 18 horas, lá estavam todas com seus cadernos de anotações. Um grupo por vez relatava o ocorrido na última visita a campo , enquanto eu parecia ouvir grego amava o som do novo idioma e mesmo estando calada permanecia atenta. Diante de tanta novidade, o coração foi aquecido e a expectativa era de engajamento o quanto antes, mesmo sem ter a mínima idéia de como seria.

Depois de participar de algumas reuniões para discussão de texto e supervisão, era chegada a hora de ver mais de perto como acontecia o desenvolvimento do programa de rádio ASDEV SHOW, que é conduzido principalmente pelos deficientes visuais, eles possuem um quadro específico ou participação no programa (Josiel, Luzia, Sr, Fidélis, Márcia e Daí), além deles, os integrantes do Projeto de Extensão tem participação direta durante o programa, nesse caso, a Bianca com dicas de filmes ou séries e Marcus que também tem um papel importante, já que ele além de dar sinais e orientar o momento de cada um entrar ao ar, solta as vinhetas, grava e edita todo

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