TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha Do Filme Kaspar Hause

Casos: Resenha Do Filme Kaspar Hause. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/10/2014  •  2.330 Palavras (10 Páginas)  •  709 Visualizações

Página 1 de 10

O Enigma de Kaspar Hauser é uma das mais famosas obras cinematográficas do diretor Werner Herzog (Alemanha, 1974). Kaspar Hauser, em tradução restrita, significa "cada um por si e Deus contra todos". É um filme pesado, que nos mostra uma visão sobre a humanidade e faz uma reflexão sobre a unicidade do ser humano, da história de vida e experiências de cada um, e sobre tudo como a linguagem e a cultura concebe para o desenvolvimento psicológico do indivíduo.

Dirigido: na Alemanha Ocidental 1974.

Direção: Werner Herzog.

Roteiro: Werner Herzog, Jakob Wasswemann.

Elenco: Bruno S., Walter Ladengast, Brigitte Mira, Willy Semmelrogge.

Gênero: Drama

Idioma: Alemão

Kaspar Hauser é interpretado pelo Autor Bruno der Schwarze. Nasceu de uma gravidez não desejada, sua mãe era uma prostituta que até o seus 3 anos ela o espancava varias vezes, com isso Bruno ficou temporariamente surdo. Dos 3 anos até a cerca dos 23 anos Bruno percorreu varias instituições de costume mental. Por volta dos seus 23 anos, ele fugiu para nunca mais voltar nessas instituições, mesmo com esse passado atribulado Bruno se dedica sozinho a pintar e tocar.

Bruno foi visto em um documentário no qual chamou a atenção do Diretor Werner Herzog, que o convidou para trabalhar com ele atuando no Filme: O Enigma de Kaspar Hauser, onde registrou os seus maiores desempenhos como ator.

Jeder für sich und Gott gegen alle (no Brasil e em Portugal, O Enigma de Kaspar Hauser) é um filme alemão ocidental de 1974, um dos mais celebrados do diretor Werner Herzog. O trabalho, cujo título significa, em tradução literal, "cada um por si e Deus contra todos" (frase tirada do livro Macunaíma de Mário de Andrade) narra a história de Kaspar Hauser, uma criança abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha Ocidental do século XIX, com alegadas ligações à família real de Baden. O filme fez parte da competição para a Palma de Ouro no Festival de Cannes 1975, onde ganhou três prêmios. SABOYA, 2001.

RESENHA DO FILME: “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER”

(CADA UM POR SI E DEUS CONTRA TODOS)

Em meados do ano de 1810, dizia uma carta, uma criança fora abandonada pela sua família, pois não tinha condições financeiras de cria-lo. O seu destino ainda guardava severos episódios... Da primeira infância até a fase adulta sobreviveu amarrado e preso em um calabouço, alimentado com pão e água, sem o contato externo com pessoas, animais e o meio; tão pouco era estimulado para se desenvolver como um ser humano. Um homem que o mantinha preso, sem explicações, começou ensinar-lhe falar algumas palavras, rascunhar, manter-se de pé e dar alguns passos, tais gestos serviria para tirá-lo às escondidas do cativeiro e deixa- ló na cidade.

Kaspar Hauser foi declarado ao mundo em 26 de Maio de 1828, cerca das cinco horas da tarde, quando foi largado na Unschlittplatz de Nuremberga. Muitos o estranharam, nunca tinham visto aquele rapaz, até que uma pessoa se aproximou e começou a perguntar sobre quem era e de onde vinha. Sem lógica ele respondia repetidamente a palavra cavalo. Como uma estátua de braços abertos trazia em suas mãos um livro e uma carta. A mesma falava com breves palavras: “Este rapaz quer fazer o serviço militar. Sua mãe deixou na porta de minha casa. Para sua segurança eu nunca o deixei sair. Ensinei-lhe a ler e a escrever. Dizia também que deveria levá-lo até a cavalaria para que se tornar um cavaleiro como o pai, e seu nome era Kaspar Hauser”.

“A criança está batizada e nasceu a 30 de Abril de 1812”. Kaspar tinha 17 anos reproduzia verbalmente o seu nome e algumas expressões cujo significado desconhecia, pois as usava em situações díspares, tais como “quero ser um cavaleiro tal como o meu pai”. “Também sabia reproduzir o seu nome por escrito”. SABOYA, 2001.

Kaspar Hauser foi acolhido pelas autoridades da cidade, e os mesmos queria saber qual era sua origem e porque parecia tão diferente dos demais. Foi primeiramente conduzido para uma torre reservada onde uns vagabundos ficavam todo o dia sentados no chão. Kaspar só manipulava os objetos entre o polegar e o indicador, mal sabia andar e só produzia ruídos quando se sentia com medo, chorava e gritava. Os seus comportamentos chamaram a atenção das pessoas da cidade que ajudava na prisão para admirá-lo como se fosse uma atração.

Encaminhado a morar na casa de uma família do povoado pode iniciar uma nova vida, antes totalmente desconhecida e, aprender a falar, sentar, comer, cuidar da higiene, conviver; enfim, ações comuns e naturais da dinâmica social. Tão logo, as autoridades desistiram de custeá-lo e o conduziu a um circo, onde faria parte de atrações bizarras: “Os quatros enigmas do universo”, assim foram anunciados o Pequeno Rei, o Jovem Mozart, o Índio Selvagem e Kaspar Hauser e o seu passado desconhecido. Nessa plateia havia um senhor de porte refinado que não gostara nada da exposição do dono do circo e as escondidas conseguiu retirar Kaspar daquele local, levando-o para sua casa, onde zelou pelo seu bem estar e pela sua educação.

Kaspar Hauser recomeçara a descobrir o mundo nas coisas mais simples do dia-a-dia, indagando sobre as sensações, pensamentos, sentimentos, sobre as pessoas, animais, plantas, músicas, leitura, escrita,... . Nesse lugar se sentia seguro para descobrir, mesmo não entendendo algumas questões internas que o aprisionava. Conviver no mundo com idealizações não era fácil para ele, suas deduções adivinhavam do que podia ser visto sentido, tocado; questões religiosas fugiam da sua compreensão, bem como, deslumbres sociais. Era especial na sua simplicidade e lógica de ler o mundo.

Kaspar entendia que ele não era como todos os outros. Perguntava várias vezes porque não tinha pais, confundia muitas vezes o sonho com a realidade. Apresentavam-se muitas dificuldades a medir corretamente distâncias e não tinha qualquer noção de perspectiva. Com o decorrer do tempo, aprendeu latim e música (em especial, piano).

Manteve-se calmo, sem humor e, acima de tudo, cheio de bom senso. Perguntava “Quem fez as árvores? Quem acende e apaga as estrelas? Por que é que Deus não nos mantém sempre alegres?” SABOYA, 2001.

No meu cativeiro não pensei em nada e não posso imaginar que Deus, a partir do nada, tivesse criado tudo, da maneira como me disseram!”. Desesperados e sem feitio de argumentar mais, os clérigos dizem-lhe: “Tens de

...

Baixar como (para membros premium)  txt (13.7 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com