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Resenha Do Filme Si Puo Fare Da Pra Fazer

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Por:   •  6/10/2014  •  801 Palavras (4 Páginas)  •  1.359 Visualizações

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Filme: Dá pra Fazer (Si Puo fare)

Direção: Giulio Manfredonia

Por Aline Griebler

Este é um filme composto por fatos reais e que retrata um pouco da história das cooperativas que surgiram na Itália, após o movimento da luta anti-manicomial iniciado por Franco Basaglia e do fechamento dos hospitais psiquiátricos. Neste filme percebe-se, claramente, a força da institucionalização e como a mesma interfere na vida dos pacientes e dos profissionais que com eles trabalham.

No início do filme verifica-se pacientes sonolentos e sem forças para realizarem as atividades devido a dosagem excessiva de medicamentos. Os trabalhos propostos eram repetitivos e realizados sem nenhum incentivo. Com a chegada de um novo diretor para a cooperativa, inicia-se o processo de mudança.

A cooperativa 180 (um, oito, zero), passa a considerar seus trabalhadores como sócios, na qual todos podem opinar e contribuir com suas idéias para a qualificação do trabalho. Sendo assim, todas as opiniões passam a ser válidas, mesmo aquelas consideradas “estranhas” e um tanto incomuns. A partir das assembléias realizadas decide-se iniciar trabalhos com parquet.

O diretor da cooperativa consegue perceber nos pacientes/trabalhadores a sua habilidade e propõe que desempenhem funções que melhor se adéquem a capacidade de cada um. Surge, nesse momento, uma equipe de trabalho que planeja, negocia, desempenha a atividade de colocação de parquet, contabiliza os gastos e lucros, que são divididos igualmente entre os membros.

A partir desse momento, o paciente de saúde mental deixa de ser um doente/paciente para ser um sujeito com potencialidades, direitos e deveres, passa a controlar sua vida e aprende a manipular e utilizar o seu dinheiro. Reduzem-se as dosagens da medicação, consequentemente os seus efeitos. Instaura-se a vida: começam a namorar, a sair em festas e a se relacionar com o sexo oposto.

Em um dos trabalhos realizados, Sérgio, um dos pacientes se apaixona pela moça que contrata seus serviços e se declara a ela. Os dois saem juntos ao cinema, após a sessão, se beijam. Quando se encerra a colocação do parquet, a moça dá uma festa em sua casa e o convida, juntamente com o seu colega de trabalho. Contudo, durante a festa os amigos da moça caçoam de Sérgio, do seu jeito de ser e quando um dos convidados pergunta quem fez a torta e a moça responde que foi feita em casa, Sérgio a cospe fora a torta e diz que comida feita em casa é envenenada (crença que carrega há muitos anos). Após este fato, o convidado que já caçoava de Sérgio, aumenta suas brincadeiras irritando o amigo de Sérgio que bate no rapaz.

Todos são levados à delegacia e Sérgio ouve sua amada pedir ao delegado que não o levem para o manicômio, novamente. Explica que foi culpa dela sobre o ocorrido, que foi um beijo sem importância, que ele é um coitado doente. Essas palavras soam profundamente em Sérgio e batem de frente com sua estrutura fragilizada. No dia seguinte, Sérgio é encontrado morto, se suicidou.

Nesse momento percebe-se que muitas pessoas consideradas “normais” não tem a mínima noção do quanto suas palavras e ações podem (inter)ferir um sujeito com transtorno mental. Matamos simbolicamente um doente mental, quando lhe tiramos a condição de sujeito de capacidades e lhes

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