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Transtornos alimentares

Tese: Transtornos alimentares. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/3/2014  •  Tese  •  1.099 Palavras (5 Páginas)  •  521 Visualizações

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O comportamento alimentar consiste em hábitos e escolhas no âmbito da alimentação. Escolher uma alimentação saudável não depende apenas do acesso a uma informação nutricional adequada. A seleção de alimentos tem a ver com as preferências desenvolvidas relacionadas com o prazer associado ao sabor dos alimentos, as atitudes aprendidas desde muito cedo na família, e a outros fatores psicológicos e sociais (VIANA, 2002).

- Transtornos alimentares:

Transtorno alimentar é um termo utilizado para designar qualquer padrão de comportamento alimentar que causa severo prejuízo à saúde de um indivíduo. Os transtornos alimentares são considerados patologias e estão descritos detalhadamente pelo DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) e OMS (Organização Mundial de Saúde). Os transtornos mais conhecidos são a anorexia, a bulimia e o binge (transtorno de compulsão alimentar periódica).

Os transtornos alimentares são compostos por diversos fatores que interagem entre si de forma complexa. O caráter multifatorial deles remete às predisposições socioculturais, genéticas, e vulnerabilidades biológicas e psicológicas, cuja interação propicia a produção da doença e manutenção desta (MORGAN, C. M. & cols, 2002).

Na medicina, o comportamento alimentar é considerado motivado conscientemente pelas sensações básicas de fome, sede e saciedade. O hipotálamo e as estruturas límbicas e corticais controlam e monitoram tais sensações. Quando ocorre uma perda de peso excessiva, acontecem alterações endócrinas, metabólicas e eletrolíticas no corpo do indivíduo, comprometendo sua homeostase (DALGALARRONDO, P., 2008).

anorexia

- Anorexia e Bulimia:

A anorexia nervosa e a bulimia nervosa são transtornos alimentares caracterizados por um controle patológico do peso corporal e por distúrbios da percepção do formato corporal.

Na anorexia nervosa há uma busca intensiva pela magreza, sendo utilizadas estratégias de perda de peso auto-induzidas pela recusa em comer alimentos calóricos ou por comportamentos como vômitos, uso de laxantes, diuréticos e etc. A anorexia também é caracterizada pelo intenso medo de ganhar peso, e em tal quadro o peso corporal é mantido “pelo menos 15% abaixo do esperado” (DALGALARRONDO, P., 2008, pg.340). Há uma supervalorização da forma corporal como um todo ou de suas partes, classicamente descrito como distorção da imagem corporal (SAIKALI, C.J. & cols, 2004), ou seja, existe uma superestima do próprio tamanho, onde o indivíduo avalia sua imagem de forma negativa, chegando a se considerar obeso. Esta distorção corporal, para muitos autores, pode ser considerada um fator predisponente, precipitante e mantenedor da doença (PERES, R. S., & SANTOS, M. A., 2006).

O quadro de anorexia é mais comum em garotas adolescentes e mulheres jovens, sendo que mais de 90% dos casos ocorrem no sexo feminino. Há também uma prevalência no Ocidente, em sociedades industrializadas onde a magreza é extremamente valorizada. Becker e cols (2002) realizaram uma pesquisa nas Ilhas Fiji, por meio da aplicação de um teste modificado, com 26 itens relacionados às atitudes alimentares. O estudo foi realizado em duas etapas, a primeira aplicação do instrumento foi em 1995, quando as meninas ainda não tinham acesso à televisão; e a segunda aplicação foi em 1998, após três anos de exposição à mídia. A segunda aplicação revelou presença significativa de maior número de indicadores relacionados a transtornos alimentares, indicando um impacto negativo da mídia nos hábitos alimentares das adolescentes.

Na bulimia nervosa, há uma contradição entre uma preocupação com o comer e o ataque à comida, sendo motivado por um desejo irresistível do alimento. O paciente tem episódios repetidos de hiperfagia, ou seja, “ataque” aos alimentos. Concomitantemente existe uma preocupação excessiva com o controle do peso corporal por meio da indução de vômitos, purgação e etc., com o intuito de neutralizar o ganho de peso decorrente da ingestão compulsiva de alimentos. Os indivíduos com bulimia geralmente se envergonham dos sintomas, pois possuem um sentimento de falta de controle, preferindo ocultá-los (DALGALARRONDO, P., 2008). O caráter estereotipado da expressão corporal, dos transtornos das condutas alimentares, mascara a complexidade e diversidade que os permeiam (JEAMMET, 1999).

Estes transtornos também revelam uma dinâmica específica das relações e dos investimentos. Segundo Jeammet (Op. cit., pg.31), “O sintoma esconde,

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