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A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado

Por:   •  3/4/2019  •  Resenha  •  1.568 Palavras (7 Páginas)  •  320 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: TEORIA POLÍTICA E SERVIÇO SOCIAL

 

Fonte: ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do estado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

Friedrich Engels foi e é um importante filósofo alemão, nascido em 28 de novembro de 1820, na cidade alemã de Wuppertal.  Ao lado do também alemão e filósofo Karl Marx, eles criaram e desenvolveram a Teoria do Marxismo (socialismo científico).  Engels faleceu em 5 de agosto, em Londres, no ano de 1895, quando iria completar 75 anos de idade.

A Origem da família, da propriedade privada e do estado foi publicada no ano de 1884 em Zurique. É considerada uma importante obra para o campo científico e para o mundo acadêmico por ser referência ímpar da Teoria Histórica.

Toda estrutura do famoso Socialismo Científico no livro de Engels é baseado em hipóteses práticas e demonstradas pelos capítulos: Estágios  Pré-históricos  de  Cultura;  Estado  Selvagem;  A  Barbárie;  A Família; A Família  Punaluana;  A Família  Sindiásmica;  A Família  Monogâmica;  A Gens  Iroquesa;  A Gens  Grega;  Gênese  do  Estado  Ateniense;  A Gens e o Estado em  Roma;  As  Gens  entre  os Celtas  e  entre  os  Germanos;  A  Formação  do  Estado  entre  os  Germanos;  Barbárie  e Civilização.

Engels se utiliza da base lógica do estudo de Lewis H. Morgan em suas obras, “Sistemas de consanguinidade e a finidade da família humana” e “A sociedade antiga”, nas quais Morgan define historicamente a construção das relações de consanguinidade familiar entre mães, pais e filhos.

ESTADO SELVAGEM: validando a teoria da evolução de Darwin, que fala que o homem é precedente do reino animal, Engels narra humanos aglomerados em bosques coibidos de tocar o solo pelo terror constante de serem devorados por predadores, esses homens viviam trepados em árvore; eram silvícolas e se alimentavam de frutas.

FASE MÉDIA: os homens se tornam autônomos de clima e local, a partir do domínio do fogo e dos utensílios de pedra (machado-de-pedra); desvendam novos caminhos entre os continentes por faixas litorâneas, levando-os a incluir peixe em sua alimentação. Já com a dominação do fogo, surgia a oportunidade de cozinhar os alimentos, aumentando a oferta alimentar, porém tendo também como consequência a antropofagia relacionada a esse período, dado nas situações de penúria.

FASE SUPERIOR: nessa fase surgem as primeiras moradias fixas, as primeiras ferramentas para produção de casas, utensílios de madeira e o descobrimento das cerâmicas, somando-se as descobertas anteriores, como a do uso do fogo e do machado de pedra. É nesse período que vai haver também, a invenção do arco e flecha, além de tornar a carne de caça um alimento regular. Segundo Morgan, foi nesse período que foi se constituindo o estágio da barbárie humana.

BARBÁRIE: período no qual se inicia a diversificação dos modos de desenvolvimento dos povos de diferentes lugares. Nessa fase alguns povos da américa tinham apenas o conhecimento de cultivo de algumas plantas, outros não conheciam a cerâmica e nem o cultivo. Já em outros pontos, ainda na região sul do continente, tinham povos que cultivavam o milho com técnicas próprias, além de domesticarem animais, o que ocasionou nos rebanhos dos povos de tradição pastoril.

FASE SUPERIOR: ocorreu na estrita relação com a fundição do minério de ferro, no qual, é nesse mesmo momento que vai se iniciar a agricultura em larga escala, com o auxílio de animais e instrumentos agrários. Essa fase resulta no aumento da população, no uso de sistemas numéricos e a invenção da escrita alfabética, sendo essa usada em registros literários.

A FAMÍLIA

Engels se aprofundou também nos estudos sobre a família, mais precisamente as famílias iroquesas, estudo esse iniciado por Henry Morgan. Cada gênero familiar descreveria uma respectiva fase da cultura pré-histórica, isto é, os Estágios Pré-Históricos de Cultura, recurso que definiria e diferenciaria cada uma das fases.

Engels vai falar que Morgan conviveu em uma tribo indígena norte-americana e encontrou nela um sistema familiar de consanguinidade que não correspondia as associações de família que lhe era conhecida.  A família Consanguínea na história vai projetar a tradição primária de genealogia em termos de aproximação da gênese por laços de sangue. Isso quer dizer que, irmãos mantinham relações sexuais entre si. Engels acreditou que tal costume se dava para perpetuar a linhagem e para proteger as riquezas. Essas relações sexuais não se deram só entre irmãos, mas também entre primos de até terceiro grau. Tal costume era tido como normal e bastante comum entre todos os povos da terra naquela época.

Por outro lado, Friedrich Engels daria uma hipotética divisão histórica das etapas de formação da família; a “evolução” dos laços de parentesco até a sua época, no século XIX.  Entretanto assinalaria que mesmo com a monogamia e aquela mudança de costume, “o seio familiar continuava muito primitivo, pois, os homens ainda continuavam com costumes antigos”, porém, naquele sistema já se percebiam similaridades com aquele sistema familiar americano que apareceria no século XIX e que continua até hoje. A família Punaluana teve como individualidade específica a exclusão de relações carnais entre irmãos e irmãs.  Observar-se sob aquela nova estrutura familiar, terem sido adotadas categorias de primos e primas e, sobrinhos e sobrinhas.  As gens teriam sido criadas naquele momento.  

Engels define a família Punaluana por laços mutualistas.  Nela, toda a responsabilidade e ato de mutualismo se estende entre os membros da família. Tal a maneira em que a responsabilidade dada as pessoas do mesmo grupo familiar, também se estende aos novos parentes associados pelo casamento entre as famílias.

A família monogâmica sobrevive intermediando com a evolução da família Sindiásmica, o potencial crescimento da sociedade, como promovendo um total predomínio do homem, daquela figura paterna na família ou na sociedade. O homem, então, apenas poderia ter uma única esposa e, não mais aquela gama de mulheres. Surgiriam as primeiras leis contra a infidelidade da mulher, dando-se ao abusivo controle ao marido sobre a esposa. Apesar dos novos costumes, o homem ainda tinha uma liberdade sexual com muitas mulheres, em contrapartida, haviam leis para punir a infidelidade conjugal da esposa, e quando se tratava do marido, a infidelidade conjugal acabava sendo aceita pela sociedade.

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