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Fundamentos do Serviço Social I

Por:   •  19/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.829 Palavras (8 Páginas)  •  304 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

Fundamentos do Serviço Social I

Trabalho Final

                               Discente: Taciane Gonçalves

Docente: Mie Hangai Costa – 16.1.3624

Mariana

 2018

UFOP

Mie Hangai Costa

Trabalho Substitutivo

 

Trabalho a ser entregue como requisito para obtenção da nota substitutiva referente a matéria Fundamentos do Serviço Social I, apresentado a Universidade Federal de Ouro Preto.

Orientadora: Prof.ª Taciane Gonçalves

Mariana

2018

O surgimento das primeiras escolas de serviço social na américa latina cristaliza uma situação previa e introduz algumas mudanças significativas no percurso histórico da profissão. Primeiramente irei falar da gestação das primeiras escolas de Serviço Social e o papel que a igreja teve nesse processo. Na América Latina, o primeiro país a se criar uma escola profissional de Serviço Social foi o Chile, assim como em outros casos, o fator decisivo para a profissionalização do Serviço Social está no papel da classe operárias e outros setores populares. Sob sua constante combatividade, a sociedade chilena foi progressivamente sacudida, e as classes dominantes, não tiveram escolha, senão atender as suas exigências e aspirações. Neste sentido, a burguesia chilena é pioneira, ao institucionalizar diversas reinvindicações populares e operarias no seio do direito burguês.  

Essa institucionalização gerou uma legislação que obrigava a partir – mais não exclusivamente - do Estado, à busca de respostas aos angustiantes problemas da previdência social, habitação, condições de trabalho, saúde pública, salarias, etc, todos os objetivos de reivindicação das classes operarias. Existia, pois, nas bases das respostas organizadas pelos aparelhos estatais, um movimento real que impunha condições muito precisas à reação da burguesia a partir do Estado. O componente de um vigoroso movimento de massas intransigente na defesa de seus direitos, influindo nas configurações políticas que vieram o poder, foi – como sugerimos – um elemento de significação decisiva. (Manrique, 2000, p. 70)

Nesse contexto surgiu a primeira escola de serviço social, fundada por Alejandro Del Rio em 1925, dando origem ao Serviço Social Latino-Americano, reflexo de uma influência externa, vindo do Serviço Social Belga, Francês e Alemão, e depois, Norte-Americano.

O Serviço Social surge como subprofissão, subordinada à profissão médica, devido aos médicos, especificamente Alejandro Del Rio, que procuravam elevar sua eficiência e rendimento, integrando-a à série de subprofissões já existentes. De certa forma, o mérito de se encontrar uma resposta, mesmo que parcial, ao criar uma escola para formar profissionais destinados a complementar o trabalho médico, se deve a ele.

Em relação as primeiras escolas de Serviço Social – tanto as chilenas quanto a de outros países -, cabe ainda uma observação sobre a sua origem, pois na constituição desses centros de estudo, colocam-se duas estratégias, em muitos casos complementares: de um lado a iniciativa do Estado (ou vinculado a ele), e, do outro, a da Igreja católica e seus aparelhos conexos. (Manrique, 2000, p. 71).

A Igreja, como disse anteriormente, está muito presente no processo constitutivo do Serviço Social, por muitos anos ela foi responsável em promover obras de caridade inspirada nos dogmas religiosos. Só em 1929, foi que a igreja organizou sua primeira escola de Serviço Social, chamada Elvira Matte de Cruchaga, fundada por Miguel Cruchaga. Sua origem tem diversas motivações, entre elas, o interesse da igreja em criar um centro católico ortodoxo para a formação de agentes sociais adequados às mudanças suportadas pela sociedade chilena, e uma estratégia de conscientização da influência católica na criação de escolas de Serviço Social, com o objetivo de recuperar o seu papel de condutor moral da sociedade. Esta nova escola era uma resposta de forma complementar e não antagônica, à criação da escola de Del Rio, uma vez que essa tinha a pretensão de promover a assistência médica enquanto que a escola Elvira Matte de Cruchaga cobriu um amplo espaço da questão social.

 Já no Peru, a Escola de Serviço Social foi criada em 1937, em decorrência às medidas do governo Benavides, estava ligada diretamente ao Ministério da Saúde, e foi consequências das crises econômicas que o mundo estava vivenciando, e que atingia diretamente o país. Até então primeira dama, Francisca Benavides, acelerou o processo de cristalização do projeto. Ela por ser católica fervorosa, fez a relação entre Estado e a Igreja, o que ajudou na definição das funções, onde o Estado ficava com a parte de criação de leis e a igreja com a parte acadêmica. A escola tinha uma perspectiva de educar o povo aproximando-o da religião e apoiar o Estado impedindo que o povo criasse uma consciência de diferença de classes, o que era ameaçador tanto para o Estado quanto para a religião. O serviço social de inspiração católica favorecia a restituição da imagem social das classes dominantes.

A respeito das determinações sociais que originaram as escolas de Serviço social no Brasil, o ensino se desenvolveu em Universidades de caráter Católico, onde as sedes da instituição eram localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A ligação da Igreja Católica com a profissão se dá em um período de industrialização e ampliação da questão social e, em particular, à presença do movimento operário popular. O objetivo dessas instituições eram socorros aos necessitados, atenuar sequelas do desenvolvimento capitalista, principalmente no que se refere a menores de idade e mulheres.

Surge em 1932, o CEAS (Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo), com incentivo e controle da igreja católica, foi considerado uma manifestação original do serviço social e tinha como propósito promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da igreja, fundamentar sua ação nessa formação doutrinada, aprofundar o conhecimento dos problemas sociais e intervir diretamente junto ao proletariado para afastá-lo de influências subversivas. Nesse aspecto, foi aceito a ideia de que a mulher era responsável pela preservação da ordem social e moral e de fato, as principais frequentadoras eram jovens mulheres de classes altas. Essas mulheres burguesas, se viam na responsabilidade moral devido a seu status na sociedade, de se preocupar com o próximo, tendo um profundo senso de justiça social e de caridade cristã. O CEAS chegou a fundar 4 centros operários, onde essas mulheres davam aula de tricôs, trabalhos manuais, com o objetivo de atrair as operárias e estudar o ambiente e as necessidades dos trabalhadores.  

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