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O DEBATE GLOBAL SOBRE A TERCEIRA VIA

Por:   •  7/4/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.070 Palavras (13 Páginas)  •  194 Visualizações

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O DEBATE GLOBAL SOBRE A TERCEIRA VIA

Anthony Giddens (1938-)

Anthony Giddens nasceu em 1938, em Londres e é um Sociólogo. Contribuiu para a interpretação da teoria sociológica clássica e desenvolveu críticas àquilo que identificou como limitações teóricas do materialismo histórico. Giddens introduziu o termo "estruturação" para designar a dependência mútua entre a agency humana (capacidade de realizar coisas) e a estrutura social. Para este autor, as estruturas sociais não são barreiras repressoras da ação humana nem impedem a capacidade de ação do agente social. É um teórico pioneiro da Terceira Via e também foi um dos primeiros autores a trabalhar o conceito de globalização.

Do ponto de vista acadêmico, o seu interesse centra-se em reformular a teoria social e reexaminar a compreensão do desenvolvimento e da modernidade. Mais recentemente tem estado na vanguarda do desenvolvimento de ideias políticas de centro-esquerda, tendo ajudado a popularizar a ideia de Terceira via, com que pretende contribuir para a renovação da democracia social.

RESUMO REFERENTE À PARTE DE INTRODUÇÃO

Segundo Giddens, houve um avanço no debate e no pensamento sobre a política da terceira via na esfera política prática. Isso ocorreu, pois, em todo o mundo, governos de centro-esquerda, vieram tentando instaurar programas de terceira via. E o que a terceira via defende? A Terceira Via defende a necessidade do Estado com interferência moderada na economia, assim como o combate à miséria e a responsabilidade pela segurança, saúde, educação e a previdência (1), ou seja, a “terceira via” seria uma tentativa de reconciliação entre direita e esquerda, pois defendia uma política econômica conservadora associada a uma política social progressista, que seria algo inovador.

Anthony, diz que a expressão “terceira via” foi usada por diversos grupos políticos no passado e que alguns países rejeitaram-na ativamente e outros trocaram por ideias diferentes no qual dá o exemplo da expressão “novo centro”, na democracia social alemã. Como forma de evitar essa expressão. Em termos gerais, a terceira via seria uma ideologia de esquerda que defenderia a transição para o socialismo. No entanto, com o passar dos anos, essa vertente ideológica apresentou condutas que a aproximou muito mais das ideias de direita do que das ideias de esquerda, pois quando foi proposta a atualização da democracia social, houve uma formulação de propostas voltadas para a abertura, a desregulação e a desestatização das economias nacionais, ou seja, características do perfil neoliberal que ganhou força no governo de Margareth Thatcher, na Inglaterra.

Mais que isso a “terceira via“ regressou a política em contexto muito específico. Foi ressurgida pelo presidente estadunidense Bill Clinton e pelo Conselho de Liderança Democrática dos Estados Unidos no final da década de 80 e logo em seguida adotada pelo primeiro-ministro inglês Tony Blair e o Novo Partido Trabalhista na Grã-Bretanha. Daí alguns socialdemocratas passaram a relacionar a politica da terceira via ou com as politicas adotadas pelos novos democratas e pelo novo partido trabalhista ou com as estruturas socioeconômicas dos Estados Unidos ou Reino Unido, países que se recuperam de governos neoliberais, no qual passaram a ser vistos como modelo desejável a ser seguido por outras nações.

Anthony Giddens fala que ele não adota essa interpretação de terceira via e diz que ela mais que isso designa uma série de esforços comuns a todos os partidos de esquerda para reestruturação das doutrinas esquerdistas. A partir daí fala que existem duas “vias” que dominam o pensamento político desde a Segunda Guerra Mundial que fracassaram. Pois a ”primeira via” é marcada por ideias tradicionais socialistas, radicais e reformistas no qual se baseavam em uma economia de mercado irracional e resistente à justiça social. Já a “segunda via” é o neoliberalismo ou o fundamentalismo de mercado, que foi descartada até mesmo pela maioria dos adeptos direitistas.

Dentro de sociedades desenvolvidas, o eleitorado se defendeu de politicas neoliberais, que sugerem que os indivíduos se encontrem sozinhos em um mundo marcado por altos níveis de incerteza e mudança tecnológica, o que fez com que houvesse um retorno de partidos de esquerda ou de centro ao governo de tanto que as pessoas não querem ficar desprotegidas ante ao mercado global, então como as doutrinas centrais do socialismo já não são mais aplicáveis, os partidos esquerdistas estão sendo forçados a criar “algo novo”, ou seja, uma “democracia social modernizadora” ou “esquerda modernizadora”. É isso que Giddens diz que é a terceira via, e continua a utilizar este termo- terceira via- em vez dos outra- democracia social modernizadora e esquerda modernizadora- por se tratar de uma útil expressão emblemática.

Para Giddens existe apenas uma orientação e um programa, ambos políticos, que emergem não só na Europa mas em outros países e continentes que podem ser chamados de terceira via ou democracia social atualizada, que se encontra em processo de construção, não sendo um sistema arredondado pois diferentes países e diferentes partidos políticos estão abordando com experiências históricas variadas e necessidades diversas que não convergirão em seus padrões de desenvolvimento especifico, mesmo que suas soluções políticas se assemelhem uma as outras.

O PANO DE FUNDO: A MUDANÇA SOCIAL

A política de terceira via consiste no modo como os partidos de centro-esquerda devem responder à mudanças, não só ao mapa ideológico que muda constantemente mas também às transformações que ocorrem por trás dessa transição. A partir disso, Giddens conclui que há três transformações desse tipo que vem alterando o panorama da política, que são: a globalização, a emergência da economia do conhecimento e as profundas mudanças na vida cotidiana das pessoas que se expressa através do individualismo.

Ao que se refere à globalização, havia, há poucos anos, uma incerteza quanto a sua realidade, um ceticismo particularmente na esquerda, em relação a essa ideia. Com o passar do tempo a controvérsia progrediu, a discussão sobre como conceituar globalização continuou mas não negava mais sua influencia sobre os mercados financeiros globais, sobre os novos desenvolvimentos na comunicação eletrônica e as transições geopolíticas .

De maneira similar, muitos esquerdistas duvidaram da existência da economia do conhecimento e desmereciam seu impacto. Para os esquerdistas a

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