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O SERVIÇO SOCIAL ESTUDO

Por:   •  19/7/2021  •  Projeto de pesquisa  •  21.158 Palavras (85 Páginas)  •  173 Visualizações

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO        2

UNIDADE 2 – O QUE É PSICOPEDAGOGIA?        5

UNIDADE 3 – O SABER E O FAZER PSICOPEDAGÓGICO        15

UNIDADE 4 – ASSESSORAMENTO PSICOPEDAGÓGICO        27

UNIDADE 5 – PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL        41

UNIDADE 6 – FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA INCLUSÃO SOCIAL        47

REFERÊNCIAS        51

ANEXOS – GLOSSÁRIO PSICOPEDAGÓGICO        54

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Enquanto a inclusão social tem feito parte da agenda dos governos de países em desenvolvimento e até mesmo do terceiro setor, se constituindo em um tema atualizado e carro chefe de políticas sociais, a Psicopedagogia é um campo de estudo relativamente novo, principalmente no Brasil, entretanto, ambos enfrentam vários desafios como veremos ao longo deste curso.

Em relação à Psicopedagogia um dos desafios a ser enfrentado está na construção da identidade do Psicopedagogo e na delimitação do seu campo de atuação. Isto deve contribuir para que a Psicopedagogia não se constitua em um modismo passageiro, mas que tenha o seu espaço de atuação e proposta de trabalho delimitados e, ao mesmo tempo, articulados a outros profissionais.

Concordamos com Porto (2009) que essa forma de ação do Psicopedagogo, com campo de atuação e proposta de trabalho delimitados o levará a comprometer- se com os reais problemas vivenciados no cotidiano do processo de ensino- aprendizagem, propondo especialmente alternativas didático-metodológicas que visem contribuir para a redução dos altos índices de fracasso escolar e exclusão social.

Outro desafio da Psicopedagogia é a busca de um trabalho interdisciplinar comprometido com o fenômeno educativo e que projete uma intervenção transformadora em benefício do aluno. Com isto, a ação Psicopedagógica passa a ser ampliada e incorporada aos projetos pedagógicos das unidades escolares, enriquecendo a metodologia utilizada em sala de aula, o que irá contribuir também para se repensar o processo avaliativo, especialmente no que diz respeito à coerência entre o planejamento, os procedimentos metodológicos desenvolvidos e o processo avaliativo.

Um terceiro desafio e que muitos articulistas acreditam ser o maior deles no Brasil, é a popularização, deixando de ser uma especialidade restrita a determinada classe social, a clínicas e instituições particulares. Isso quer dizer torná-la uma prática comum, disponível nas escolas e instituições públicas atendendo aos mais diversos segmentos da sociedade.

Falamos em desafios, mas não nos esquecemos das conquistas, uma vez que a abertura de vários cursos que focam a Psicopedagogia já tem sido uma

realidade que visa ao final, subsidiar os profissionais de conhecimentos teóricos e práticos para promover melhorias no processo ensino-aprendizagem.

Conforme Aranha (2000), quanto à inclusão social, sua ideia tem fundamentos no reconhecimento e aceitação da diversidade na vida em sociedade. Isso significa a garantia do acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo ou grupo social.

A Constituição Federal do Brasil assume como fundamental, dentre outros, o princípio da igualdade, quando reza no caput de seu artigo 5, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Como desafio da agenda da Inclusão Social está proporcionar uma igualdade relativa, o que significa dar tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, isto é, uma vez que as pessoas são diferentes, elas têm necessidades diferentes, portanto, devem ser atendidas dentro de suas peculiaridades.

Para Aranha (2000), o principal valor que permeia, portanto, a ideia da inclusão é o configurado no princípio da igualdade, pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa: a diversidade requer a peculiaridade de tratamentos, para que não se transforme em desigualdade social.

Enfim, veremos ao longo desta apostila do curso de Psicopedagogia e Inclusão Social justamente tópicos que discutem esses assuntos. Para iniciarmos, nada mais coerente do que apresentar a Psicopedagogia, suas origens, evolução, campo de atuação do profissional. Vamos discutir o saber e o fazer psicopedagógico e como acontece o assessoramente psicopedagógico. Definir e comparar a Psicopedagogia Clínica e Institucional. Um glossário com os termos psicopedagógicos mais corriqueiramente utilizados completa a apostila.

Ressaltamos em primeiro lugar que, embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científica. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,

incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original.

Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas e que podem servir para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos.

UNIDADE 2 – O QUE É PSICOPEDAGOGIA?

Grosso modo podemos dizer que a Psicopedagogia nasceu da necessidade de encontrar solução para os problemas de aprendizagem que acontecem no meio educacional.

A Psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes, recorrendo aos conhecimentos de várias ciências, sem perder de vista o fato educativo, nas suas articulações sociais mais amplas (SCOZ, 1994, p.12).

Em linhas gerais, a Psicopedagogia tem procurado contribuir para a conscientização da importância do ato educativo, através de uma prática transformadora, visando especialmente o sucesso do aluno e a melhoria na qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

A história da psicopedagogia tem início na Europa, em 1946, onde foram fundados os primeiros centros psicopedagógicos por J. Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica. Unindo conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, esses centros tentavam readaptar crianças com comportamentos socialmente inadequados na escola ou no lar e atender crianças com dificuldades de aprendizagem apesar de serem inteligentes (BOSSA, 2000, p. 39).

Na literatura francesa – podemos observar como essa influenciou as ideias sobre psicopedagogia na Argentina (a qual, por sua vez, influenciou a práxis brasileira) – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine Mery, a psicopedagoga francesa que apresenta algumas considerações sobre o termo psicopedagogia e sobre a origem dessas ideias na Europa, e os trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico psicopedagógico na França, onde se percebeu as primeiras tentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução dos problemas de comportamento e de aprendizagem (BOSSA, 2000).

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