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Resenha Documentário Estamira

Por:   •  5/9/2018  •  Ensaio  •  537 Palavras (3 Páginas)  •  692 Visualizações

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Resenha documentário Estamira.

O documentário “Estamira” retrata a vida de uma senhora de 63 anos que passou por várias situações em sua vida que e levaram a ter a vida que ela tinha quando o filme foi produzido. Estamira se coloca como Estamira quando vai para o aterro sanitário, um lugar visto, por uns, como um depósito por outros como ela o local que ela podia ser a Estamira que sempre quis, ela mesma. E prova também que naquele ambiente era possível fazer relações de vínculo tão equivalentes a relações familiares.

O cineasta Marcos Prado passa quatro anos convivendo com Estamira para entender a realidade que ela vive. Ambas, a realidade do dia-a-dia dela no aterro sanitário, quanto a realidade dela com fora dali em sua casa, com sua família. E mais tarde ainda, a saúde mental de Estamira que é diagnosticada como paciente de Esquizofrenia. Esse cotidiano vivenciado pelo cineasta mostra como Estamira entende todas essas situações desde a situação dela com a família, o uso dos medicamentos e o seu posicionamento sobre a doença que ela diagnosticada.

O documentário construído em forma de narrativa trás relatos que vão desde a infância dela. As situações de violência sexual com seu avô na infância, desde outros que chegaram a sua adolescência. Compartilhando mais sobre sua vida pessoal Estamira conta sobre seus casamentos e divórcios. Chegando a contar sobre a sua situação e vínculo com os três filhos.

Sua filha mais velha declara que prefere ver a mãe vivendo no lixão livre, do que internada em um hospício e infeliz. E observou que a convivência social no lixão melhorou a saúde mental da mesma. O que nos faz refletir sobre o tratamento que esta estava submetida a base de medicações fortes e pelos maus tratos que ocorreram quando a mãe estava internada em hospício. Além de nos questionar sobre isso, a própria Estamira aponta alguns questionamentos como a forma que as consultas médicas são realizadas, a respeito da medicação que ela tem que tomar para controlar o que é chamado de doença pela sociedade. Ela questiona também a sociedade em que vivemos e as desigualdades sociais encontradas nesta, principalmente depois de tudo que ela passou. Além de argumentar sobre a desigualdade a relacionando a religião, demonstrando em sua fala sempre uma indignação contra Deus a quem descarrega toda a raiva, pois segundo Estamira, Ele permitiu que ela fosse estuprada. Gerando assim também, um conflito familiar com o seu filho que possui uma religião e julga que a mãe esta doente, mas possuída por espíritos demoníacos.

Através desse documentário, outros questionamentos passam a ser feitos por nós e que são importantes para discutirmos. A doença, as falas que são comparações filosóficas entre o material e o imaterial, a revolta com a religiosidade, os embates com os médicos e medicação que nos levam a pensar sobre como se deu a Reforma Psiquiátrica, como os CAPS atuam hoje com usuários que possuem esse diagnóstico, a relação dos profissionais com esses usuários, como ela foi tratada no hospício, o interesse da indústria farmacêutica no uso e produção de medicamentos para “conter” essas pessoas taxadas como diferentes dos padrões colocados por uma sociedade que possui padrões que estão sendo questionados à todo momento.

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