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Resenha educação para além do capital

Por:   •  23/6/2015  •  Resenha  •  1.912 Palavras (8 Páginas)  •  409 Visualizações

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Escola de Ciências Sociais Aplicadas – Unigranrio

Curso de Serviço Social – Campus: Magé 

 Professora: Renata Coelho

Matéria: Seminário de Políticas Sociais

Aluna: Sabrina Rosa de Aguiar

Matrícula: 2402177 - Período: 7º - Campus: Magé.

Resenha: A Educação para Além do Capital -  Autor: István Mészáros

A educação deve qualificar para a vida e não para o mercado, pois a educação não é um negócio e sim criação, que exige a superação da lógica do capital, lógica essa desumanizadora porque não se é pensada na sociedade como um todo, mas de forma individualizada, buscando o lucro acima de tudo. É necessário que tragamos a tona o verdadeiro sentido da educação, que é um sentido estruturante, suas possibilidades criativas, emancipatórias para com sua relação com o trabalho.  E transformar essas idéias, princípios e possibilidades em formas concretas vão muito além da sala de aula, muito além dos fóruns acadêmicos e não pode ser encerrada no terreno restrito da pedagogia, mas sim sair as ruas, para os espaços públicos, se abrira para o mundo.

Contudo isso, devemos refletir sobre a construção da ruptura com a lógica do capital, sobre qual o verdadeiro papel da educação para a construção de um possível novo mundo, sobre como construir uma educação que realize as necessárias transformações políticas, econômicas, culturais e sociais, pois a educação é uma forma de superar os obstáculos da realidade oferecendo possibilidades concretas para libertação de todos, mas não suficiente para extinguir do esquecimento social milhões de pessoas cuja existência só aparece nos dados estatísticos devido ao processo de exclusão educacional que não se dá principalmente no acesso à escola, mas sim dentro dela por meio das instituições de educação formal, pois vivemos em uma sociedade onde a estrutura contribui para perpetuação de uma concepção de mundo baseada na sociedade mercantil (dedicada à obtenção de lucro, diferente da perspectiva de uma  sociedade civil).

“Mészáros sustenta que a educação deve ser sempre continuada, permanente ou não é educação. Defende a existência de práticas educacionais que permitam aos educadores e alunos trabalhem as mudanças necessárias para a construção de uma sociedade na qual o capital não explore mais o tempo de lazer, pois as classes dominantes impõem uma educação para o trabalho alienante, com o objetivo de manter o homem dominado. Já a educação libertadora teria como função transformar o trabalhador em um agente político que pensa, que age, que usa a palavra para transformar o mundo. Para ele, uma educação para além do capital deve, portanto, andar de mãos dadas com a luta por uma transformação radical do atual modelo econômico e político hegemônico.”

Uma sociedade só se transforma a partir das lutas de classe e se quisermos contemplar a criação de uma alternativa educacional significativamente diferente, devemos romper com a lógica capitalista onde limitar mudanças educacionais radicais é interesse do capital. Educar não é só transferência de conhecimentos, mas sim de conscientização e testemunho de vida. É construir, libertar o ser humano, reconhecendo que a história é um campo aberto, cheio de possibilidades. O principal objetivo dos que lutam contra essa sociedade mercantil, contra a alienação e a intolerância é a emancipação do ser humano. Pois a partir da educação poderia ocorrer uma mudança social ampla e emancipadora.

Mas a educação tornou-se uma das peças fundamentais no processo de acumulação do capital e de estabelecimento de um consenso que torna possível a reprodução do injusto sistema de classes, agora um mecanismo de perpetuação e reprodução desse sistema, estando vinculada ao destino do trabalho, onde a sociedade mais desigual da história nos socializa cotidianamente nas mentes das pessoas, valores que se aceite que “todos são iguais perante a lei”.  A educação no meio capitalista é mera mercadoria, daí a crise do sistema público de ensino, prejudicado pelos cortes públicos, pelos cortes de recursos, nada que se exemplifique melhor que o universo neoliberal instaurado onde “Tudo se vende, tudo se compra, tudo tem preço”. De que serve um sistema educacional público, se não for para lutar contra a alienação, para superar a incapacidade aparentemente insuperável de interpretação dos enigmas do mundo produzido pelos homens. Vivemos atualmente o que chamam de “novo analfabetismo” – que é capaz de explicar mas não de entender. Entender é desalienar-se e explicar é reproduzir o discurso midiático.

A educação instituída principalmente nos últimos 150 anos, serviu em sua totalidade ao propósito de não só fornecer conhecimentos como também de gerar e transmitir valores legitimados pelos interesses dominantes e o pessoal necessário a expansão do sistema capitalista, através de uma dominação estrutural e uma subordinação hierárquica impostas. Fazendo com que cada indivíduo adote sua metas próprias de reprodução possíveis do sistema “sob domínio do capital”, adequados a sua posição na ordem social, e de acordo com as tarefas reprodutivas que lhes foram atribuídas. Nessa perspectiva, fica claro que a educação formal não é uma força ideologicamente primária que consolida o sistema capitalista; tampouco é capaz de, por si só fornecer uma alternativa emancipadora radical. Porque uma das principais funções da educação formal em nossa sociedade é produz com conformidade, com concenso, o quanto for capaz a partir de dentro e por meio de seus próprios limites institucionalizados e legalmente sancionados. Por isso no âmbito educacional as “soluções” não podem ser formais e sim essenciais, devendo abarcar a totalidade das práticas educacionais estabelecidas pela sociedade capitalista. Sendo fundamentalmente confrontado e alterado todo o sistema, em todas as suas dimensões, ocultas e visíveis.

 “A aprendizagem é nossa própria vida, desde a juventude até a velhice, de fato quase até a morte; ninguém passa dez horas sem nada aprender” Educação Para Além do Capital (MÉSZÁROS 8).

Será o conhecimento em conjunto com uma firme determinação e dedicação dos indivíduos o elemento necessário para transformar em realidade o ideal da emancipação humana, de modo bem sucedido, apesar de tantas adversidades ou será o contrário, em particular a adoção pelos indivíduos de modos de comportamentos que favorecem apenas a concretização dos objetivos capitalistas? De forma de maximizar o melhor e minimizar o pior, esse tipo de abordagem é totalmente elitista pois, define tanto a educação como a atividade intelectual, como a única, adequada e correta maneira de manter os “padrões civilizados” dos que sã designados a “educar”  e governar contra a “anarquia e a subversão”. Mantendo os indivíduos do âmbito da ação como sujeitos, condenando-os a serem apenas considerados pra sempre como objetos em nome da “suposta” superioridade da “elite meritocrática, tecnocrática, empresarial” ou quem quer que seja. Cujo objetivo é manter o proletariado “no seu lugar” contra uma tendenciosa estreita da educação e da vida intelectual. Constituída  na base de interesses hegemônicos objetivamente irreconciliáveis, independentemente de quanto os indivíduos possam estar conscientes dos antagonismos estruturais subjacentes – num dispositivo homogêneo e uniforme, que funcione como um promotor permanente da lógica do capital, sendo a visão de mundo de uma época, a “manutenção”, só é ativa e benéfica para o capital enquanto se mantém ativa, isso significa que, a “manutenção” tem (e deve ter) sua própria base de racionalidade, independentemente de quão problemática for a relação à alternativa hegemônica do trabalho. Isto é, ela não só deve ser produzida pelas classes de indivíduos estruturalmente dominadas em determinado momento no tempo, como também tem de ser constantemente produzida por eles, sujeita (ou não) à permanência de sua base de racionalidade original.

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