RESENHA SOBRE EUTROFIZAÇÃO

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES

CAMPUS DE ERECHIM

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RESENHA SOBRE EUTROFIZAÇÃO

SILENE FÁTIMA HABER

ERECHIM

2018

        A eutrofização consiste no excesso de matéria orgânica ou nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, em um ambiente aquático. Nesse sentido, de acordo com Thomann (1987, apud SPERLING, 1996), a eutrofização é provocada pelo crescimento exorbitante de plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, suficiente para causar perturbação em um corpo d’água.

        Para suprir a demanda agrícola, nas plantações são usados fertilizantes e agrotóxicos compostos por concentrações mais elevadas de nutrientes do que os vegetais conseguem absorver.  Nessa perspectiva, com a substituição das matas ciliares pelas áreas de agricultura, o excesso de nutrientes é conduzido para o lago ou represa, por meio das chuvas, ventos ou através do escoamento da água de irrigação, visto que há uma redução das matas que são responsáveis pela filtração dos nutrientes. Além disso, o excesso de nutrientes presente nas águas provém do lançamento de esgotos domésticos e de efluentes industriais não tratados.

        Os ambientes lênticos, como lagos e represas, são os corpos hídricos mais afetados  pela eutrofização, enquanto que em ambientes lóticos, como rios, esse processo é menos frequente, porque as condições ambientais nesse ambiente são menos favoráveis para a proliferação de algas, como a turbidez e velocidades elevadas. Desse modo, os ambientes lênticos que não apresentam correnteza, limitam a ciclagem de nutrientes, deixando o fósforo preso nos sedimentos.

        O aumento das concentrações de nitrogênio e fósforo são as principais causas da eutrofização em ecossistemas continentais, onde pode haver rápido desenvolvimento de algas e crescimento excessivo de plantas aquáticas, como cianobactérias e Eichhornia crassipes ou, respectivamente

        O excesso de nutrientes em ambientes aquáticos fornece um ambiente propício para o aumento da produtividade primária das algas, ou seja, impulsiona a multiplicação delas, que formam superpopulações, visíveis na superfície da água como uma camada verde. Segundo Margalef (1983, apud MACEDO, 2010), além do rápido desenvolvimento de algas, como cianobactérias, crescem plantas aquáticas, como Eichhornia crassipes ou Pistia stratiote. Em consequência, a camada de algas aumenta a turbidez da água, impedindo a penetração da luz solar, dessa forma, os vegetais que habitam a profundidade são impossibilitados de realizar a fotossíntese. Tendo em vista que o oxigênio é resultado da fotossíntese, o ambiente aquático entra em anóxia, então, a concentração de oxigênio dissolvido na água torna-se cada vez mais escassa e insuficiente para atender a demanda dos animais aeróbios, como peixes, mamíferos aquáticos e algas bentônicas, que acabam morrendo, diminuindo a biodiversidade desse ambiente. Com a morte dos animais, aumenta a concentração de matéria orgânica e de organismos anaeróbios e decompositores, que exercem a decomposição da matéria orgânica, processo que gasta oxigênio e libera ácido sulfúrico e metano, toxinas que modificam a qualidade da água, então, a água se torna imprópria para o abastecimento humano e animal.

        O controle da eutrofização compreende técnicas preventivas ou corretivas. Por meio de técnicas preventivas, o fornecimento de nutrientes para o ambiente aquático é reduzido, através do controle de esgoto, tratamento de efluentes industriais e diminuição do uso de agrotóxicos. No entanto, a técnica corretiva age no corpo de água já eutrofizado, usando reagentes para reduzir as concentrações de nutrientes da água, remoção das algas, remoção a cor e sabor. Com o maior consumo de produtos químicos para o tratamento água, os custos se tornam elevados.