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Religião, Saúde e Cura: um Estudo entre Neopentecostais

Por:   •  13/12/2015  •  Artigo  •  606 Palavras (3 Páginas)  •  519 Visualizações

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É sabido que houve um grande aumento do número de novas religiões e de correntes misteriosas em todo o mundo, incluindo o Brasil. Acredita-se que esse fato pode ser o reflexo das demandas crescentes geradas pelas pessoas em seu cotidiano, bem como da busca de sentidos para a vida em um mundo tão dinâmico e instável. Conforme o avanço da ciência, suas descobertas tecnológicas e teorias revolucionárias, parte da população se volta para o divino, o mágico, à procura das soluções ou de respostas para o significado de estar no mundo.

Segundo o psicólogo Gaarder, há dois conceitos de religião. O primeiro afirma que a religião significa a relação entre o homem e o poder sobre-humano no qual ele acredita, expressando-se através de emoções tais como confiança, medo, crenças e ações. O outro conceito considera a religião como a convicção de que existem poderes transcendentes, pessoais ou impessoais, que atuam no mundo e se expressam por pensamento, sentimento, intenção e ação.

Outrossim, um grupo particular que vem destacando-se por sua expansão e atuação é a igreja neo-pentecostal, que são igrejas dissidentes de outros grupos evangélicos, tais como a Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Casa da Bênção entre outras. Tais igrejas oferecem o que as pessoas procuram na religião: atendimento das necessidades, sentido para a vida e controle do presente e do futuro. Essas igrejas vêm atuando, consideravelmente, no campo da saúde. Prometem curas e amparo emocional, assim como interferem na maneira como os fiéis encaram, elaboram e aceitam esse fato.

O fiel transforma-se em cliente da igreja, em um consumidor à procura de serviços oferecidos por essas instituições, especialmente no caso da resolução de problemas de saúde, cuja situação é agravada por um sistema de saúde ineficiente. Em outras palavras, a religião seria como um modo alternativo no que diz respeito a não solução com a medicina.

Destarte, para os fiéis, principalmente os das igrejas neopentecostais, que são basicamente pessoas de nível socioeconômico baixo e pouca escolaridade, é fácil aceitar a característica mágica da cura nas igrejas, pois já há uma visão mitológica do serviço médico.

O discurso neopentecostal faz sucesso porque o mal pregado por eles é vivido bem de perto por seus fiéis, seja no dia a dia (enfermidades, baixos salários, desemprego, brigas etc.) ou por conta de resquícios da sua religião anterior. Percebemos que o poder divino é, no entanto, limitado pelo livre-arbítrio, que deixa uma parcela de responsabilidade para aquele que pratica os atos.

Assim, ser pentecostal é muito mais do que passar a ter fé em algo em que antes não se acreditava, é necessário aderir a um sistema simbólico, uma escala de valores, mudar de comportamento, de estilo de vida e de visão de mundo.

Pode- se enfatizar, como um dos fatores de diferenciação das práticas de saúde oficiais e religiosas, o caráter inclusivo destas últimas, contrário a uma exclusão social decorrente das outras, mais comum no sistema público. Na medicina oficial, o doente é tratado como um objeto, submetido a técnicas que excluem qualquer manifestação afetiva ou humana, ou como uma doença, muitas vezes, nociva à sociedade. Já nas igrejas, o fiel é acolhido como um “irmão em Deus”, num ambiente onde os sentimentos de compaixão,

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