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A Insuficiência Renal Crônica

Por:   •  18/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.328 Palavras (14 Páginas)  •  345 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) caracteriza-se por uma lesão nos rins onde não há apenas uma perda progressiva e irreversível da função renal, mas uma complexa síndrome com diversos efeitos nos sistemas nervoso, cardiovascular, respiratório, músculo-esquelético, imunológico e endócrino levando à perda da capacidade de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico (CUNHA et al; 2009).

Segundo a National Kidney Foundation, em seu documento Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI) definiram fatores de classificação para a Doença Renal Crônica (DRC) são esses:

  • Lesão presente por um período ≥ a 3 meses, definida por anormalidades estruturais ou funcionais dos rins, com ou sem diminuição da Taxa de Filtração Glomerular (TFG – calculada a partir da depuração da creatinina endógena), manifestada por anormalidades patológicas ou marcadores de lesão renal, incluindo alterações sanguíneas, urinária ou em exames por imagens;

  • TFG < 60mL/min/1,73m² por um período ≥ 3meses com ou sem lesão renal.

Com base nesta definição o grupo da National Kidney Foundation (NFK) propôs a seguinte classificação para a DRC mostrados na Tabela 1.

Tabela 1.

Estágio

Descrição

TFG (mL/min/1,73 m²)

I

Lesão Renal com TFG normal ou aumentada

≥90

II

Lesão Renal com leve diminuição da TFG

60 – 89

III

Lesão Renal com moderada diminuição da TFG

30 – 59

IV

Lesão Renal com acentuada diminuição da TFG

15 – 59

V

Falência Renal Funcional sem TRS*

<15

Fonte: Clinical Pratice Guidelines, National Kidney Foundation, pág. 44; 2002. *Terapia Renal Substitutiva.

Esta proposta de estagiamento Doença Renal Crônica (DRC) tem algumas vantagens, dito que uniformiza a terminologia usada pelos profissionais, evita a ambigüidade e a superposição dos termos empregados e facilita a comunicação entre os profissionais e com pacientes e familiares.

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) pode resultar em uma variedade de anormalidades até a sua fase terminal, onde há indicação de terapia de substituição por diálise e/ou transplante. As durações das sessões de hemodiálise assim como suas freqüências semanais são geralmente estabelecidas de acordo com o comprometimento da função renal. Ainda hoje muito pacientes são tratados no esquema de três sessões por semana com duração de 3 a 4 horas. Essas sessões podem ser acompanhadas de algumas complicações como hipotensão, hipoxemia, cãibras, fraqueza muscular, prejuízo da capacidade cardiorrespiratória (DIPP et al, 2010).

A terapia dialítica não substitui completamente a função renal e, por este motivo, a permanência por um longo período em hemodiálise pode trazer várias complicações ósseas, cardiovasculares (hipertrofia ventricular esquerda, calcificação ventricular esquerda), cerebrais (arteriosclerose avançada). A mortalidade é vinte vezes maior em pacientes sob hemodiálise do que da população geral (SANTOS e PONTES, 2007).

O sistema respiratório é especificamente afetado tanto pela doença quanto pelo tratamento (hemodiálise ou diálise peritonial). De fato, alguns autores (JATOBÁ, et al, 2008 e REBOREDO et al, 2007) relataram que 75% dos pacientes submetidos à hemodiálise por um longo período apresentavam alterações espirométricas de caráter restritivo.

Outro estudo (BIANCHI, et al, 2009) comparou a função pulmonar em um grupo de indivíduos que realizavam hemodiálise, diálise peritonial e transplantados, mostrando que a restrição pulmonar é  encontrada em todos os grupos.

Desses, o grupo de pacientes submetidos à hemodiálise apresentou maior freqüência de achados anormais em radiografia de tórax, tais como espessamento da trama brônquica, hipotransparências e congestão venosa pulmonar.

Pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) apresentam diminuição do endurance e força muscular respiratória quando comparados a indivíduos normais (SCHARDONG, et al, 2008).

O portador de IRC está sujeito a outras complicações devido ao tratamento de hemodiálise que é submetido constantemente, como deterioração musculoesquelética, fraqueza, descoloração da pele, emagrecimento, edema, fadiga e alterações pulmonares. Entre as alterações pulmonares encontram-se diminuição da capacidade de difusão, hipoventilação alveolar e hipóxia (CURY et al; 2009).

O déficit na capacidade cardiorrespiratória pode ser explicado por um longo período de inatividade após o diagnóstico de IRC, levando a um progressivo descondicionamento e uma considerável atrofia muscular, principalmente das fibras do tipo II e também pela queda no metabolismo oxidativo muscular. Pacientes que são submetidos à hemodiálise têm um consumo máximo de oxigênio (VO2máx) com valores que são a metade do observados em indivíduos saudáveis sedentários normais (COELHO et al; 2007).

Os pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) apresentam uma qualidade de vida prejudicada, pela diminuição da capacidade cardiorrespiratória e física, isso faz com que seu desempenho nas atividades de lazer, trabalho e convívio social seja prejudicado, por conta dos efeitos da IRC impedirem a pessoa de realizar atividade física com vigor, levando ao sedentarismo (COELHO et al, 2008).

Desta forma, a compreensão das limitações nesta população necessita de mais estudos, para a criação de programas de avaliação padronizados, assim, levando a criação de programas de exercícios físicos com melhor eficácia para portadores de IRC.

Este estudo tem como objetivo avaliar a força muscular respiratória e a qualidade de vida dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica submetido à hemodiálise.

METODOLOGIA

Participaram deste estudo 28 pacientes com IRC (insuficiência Renal Crônica) que estiveram em tratamento no setor de hemodiálise da Santa Casa de Votuporanga – SP por um período ≥ a 3 meses, de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos, que aceitaram participar do estudo.

Foram excluídos do estudo os pacientes que não aceitaram participar do estudo, que apresentaram déficit neurológico, cognitivo e visual importante, diabetes descompensada, doenças osteoarticulares incapacitantes, arritmia cardíaca e hipertensão e/ou hipotensão arterial não controlada.

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