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Esplenectomia de Baço Acessório - Estudo de Caso

Por:   •  24/2/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.251 Palavras (6 Páginas)  •  234 Visualizações

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ESPLENECTOMIA DE BAÇO ACESSÓRIO EM JOVEM NO OESTE DE SANTA CATARINA: UM RELATO DE CASO

Jéssica Elisabete Haefliger Teixeira1, Lana Flávia Baron1, Maurício Rodrigo Pereira da Silva1, Patrícia Dias de Araújo2

  1. Acadêmico do Curso de Farmácia 8ª fase Universidade do Contestado - Campus Concórdia.
  2. Professora Dra do Curso de Farmácia da Universidade do Contestado - Campus Concórdia.

Palavras chaves: Baço acessório, trombocitopenia imune, esplenectomia.

INTRODUÇÃO: O baço origina-se do mesoderma a partir de uma condensação do mesogástrio dorsal, o que distingue da maioria dos órgãos intra-abdominais, de origem ectodérmica.  Em torno da 7ª e 8ª semanas de vida a rotação do estômago e do baço promove o deslocamento do órgão para sua posição definitiva, no hipocôndrio esquerdo (D’IPPOLIT, G; CALDANA, R, 2011). Durante a formação do baço pode ocorrer alterações congênitas causando uma falha no desenvolvimento embrionário do tecido esplênico ectópico, ou seja, estando separado do corpo principal do baço, dando origem ao chamado, baço acessório.  A incidência do baço acessório na população em geral é estimada de 10% a 30%.  A localização mais comum do baço acessório é na área perisplênica acima da veia renal esquerda em cerca de 75% dos casos. Em 16% dos casos, este tecido localiza-se no segmento caudal do pâncreas, além de ser encontrando também nas paredes do estômago e intestino, mesentério, omentos e mesmo a distância, na pelve e na bolsa testicular (CORSI et al; 2007; HALPERT B, GYORKEY F; 1959). Em geral são pequenos, medindo entre 1,0 e 1,5 cm, porém ocasionalmente podem alcançar até 3,0 cm. Podem ser únicos ou múltiplos, porém raramente em número mais que seis (LEEMANS et al, 1999; D’IPPOLIT, G; CALDANA, R, 2011).

OBJETIVOS: O objetivo do presente relato de caso é descrever um achado de baço acessório de uma investigação a partir de um episódio de sangramento e acompanhamento laboratorial e exames por imagem para o possível diagnóstico e um melhor prognóstico da paciente.  Além de analisar as alterações hematológicas da paciente inicialmente assintomática, e por exames de imagem (tomografia computadorizada) para que então o diagnóstico seja utilizado como exclusão para diagnóstico de tumores neuroendócrinos pancreáticos.

METODOLOGIA: este estudo foi um relato de caso, no qual foram utilizados dados laboratoriais, exames de imagem e exame patológico do caso.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Paciente do sexo feminino com 22 anos, procurou o serviço de emergência com gengivorragia, fraqueza e manchas avermelhadas na pele. Primeiramente foram solicitados exames de contagem de plaquetas e coagulograma, o qual apresentou uma trombocitopenia acentuada (16.000 mm3) e Tempo de Protombina de 12% segundos. Após cinco dias a paciente repetiu os exames hematológicos e confirmou a Trombocitopenia acentuada (12.000 mm3), o qual o médico diagnosticou como Púrpura Trombocitopenia Aguda. Para descartar qualquer outro tipo de suspeita foi solicitado exames de anticorpo Anti-HBC total, Anti-HVA IgG, HBsAg, com diagnóstico não-reagente para todos. Um novo hemograma foi realizado após 15 dias, o que resultou em um aumento nos números de plaquetas (22.000/mm3). A paciente permaneceu em tratamento, e após dois meses o médico solicitou novamente o exame de hemograma, o qual apresentou um pequeno aumento de leucócitos (11.200/mm3), bem como aumento de monócitos (1.344/mm3) e plaquetograma de 4.000/mm3, a paciente permaneceu em terapia para Trombocitopenia.  Após 45 dias de tratamento, a paciente retornou ao laboratório e realizou nova análise hematológica, no qual foi observado aumento no número de plaquetas (215.000/mm3), revertendo a Trombocitopenia. Após um mês a paciente deu entrada na emergência e foi transferida para um hospital especializado, devido a sangramento vaginal ativo e epistaxe. Realizou-se dosagem de plaquetas o qual apresentou 03/mm3, e a paciente, por sua vez recebeu 08 UI de plaquetas+metilprednisolona 2gr + Transamin 1500mg-IV. Após 19 dias, repetiu-se o hemograma e foram encontrados apenas 3 plaquetas em toda a extensão da lâmina, então foi solicitado dosagem de TSH (normal)  e Fator anti-nuclear (não-reagente), Vitamina B12 (normal), Hepatite B Anti-HBC IgM (não-reagente), Anti-HBS (708,11 UI/L), Toxoplasmose IgM (não-reagente) e Toxoplasmose IgG (reagente), Citomegalovírus IgG (reagente) e IgM (não-reagente), Epstein Barr IgG (reagente) e IgM (não-reagente), e contagem de plaquetas 47.000 mm3. A tomografia computadorizada de abdome total foi realizada e apresentou, fígado, pâncreas e baço orfolofia, dimensões e contornos normais com o realce homogêneo pelo meio de contraste. No dia 30 de julho a paciente realizou novamente a contagem de plaquetas (105.000 mm3), leucócitos (13.600 mm3), com segmentados em 11.696 mm3. Uma nova tomografia foi solicitada, a qual evidenciou um achado nodular com realce após a infusão de contraste. O procedimento cirúrgico foi realizado, e ao exame macroscópico apresentou o baço acessório em formalina espécime de esplenectomia pesando menos de 1,0 g (PN=75,0 a 130,0 g); e medindo 0,5x0,5x0,4 cm. A superfície externa mostrou-se violácea, lisa e brilhante. Após intervenção cirúrgica a paciente apresentou nos exames laboratoriais no dia 13 de agosto, creatinina, ureia, sódio, potássio, ácido úrico, magnésio e cálcio iônico normais. Nos exames hematológicos, RDW (10,9%), leucócitos (21.200 mm3), sendo 12.508 mm3 de segmentados, 6.572 mm3 de linfócitos, 1.696 mm3 e monócitos, e a contagem de plaquetas normalizaram (436.000 mm3). Após um mês a paciente repetiu os exames bioquímicos e hematológicos, levando a um bom prognóstico.

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