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Saúde Do Adulto- Estudo De Caso De Hidrocefalia

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Por:   •  21/1/2015  •  3.373 Palavras (14 Páginas)  •  998 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é o modelo metodológico ideal para o enfermeiro aplicar seus conhecimentos técnico-científicos na prática assistencial, favorecendo o cuidado e a organização das condições necessárias para que ele seja realizado. Na era do conhecimento torna-se importante a busca de novas competências nos modos de organizar o trabalho, nas atitudes profissionais integradas aos sistemas sociais de relações e interações múltiplas, em suas diversas dimensões, abrangências e especificidades. (Bittar, Pereira, & Lemos, 2006)

A implementação da sistematização da assistência de enfermagem continua sendo no cotidiano da enfermagem um desafio, pois esta requer planejamento de ações e resgate de conteúdos relacionados à Fisiologia, Patologia e Farmacologia. Em alguma situação, na demanda do serviço, requer sua efetivação. Faz-se necessário a elaboração de um plano de cuidado que contemple as necessidades do paciente que se encontram afetadas. O enfermeiro ao pensar no processo, deve fazer uma abordagem centrada não apenas nas necessidades fisiológicas, mas nos aspectos biopsicossocial, espiritual e cultural. (da Silva, 2010).

O estudo foi realizado na enfermaria feminina do hospital municipal de Imperatriz e supervisionado pela enfermeira e docente responsável pela carga horária prática da disciplina cursada no momento, propôs-se a realização de um estudo de caso em um paciente com diagnóstico médico de hidrocefalia. O presente estudo teve como objetivo utilizar medidas importantes a respeito da conduta de enfermagem ao paciente acometido por hidrocefalia procurando satisfazer todas as necessidades diagnosticadas, visto que a literatura atual aborda pouco sobre a assistência de enfermagem a tais pacientes.

2. DIAGNOSTICO MÉDICO

2.1 DEFINIÇÃO

O termo hidrocefalia vem do grego e significa “água na cabeça”. Caracteriza-se por um aumento da quantidade e da pressão do líquor, levando a uma dilatação dos ventrículos e à compressão do tecido nervoso de encontro ao estojo ósseo.

Na realidade, o líquor ou líquido cefalorraquidiano (LCR), é um líquido claro, constantemente produzido nos ventrículos, no interior do cérebro. O líquor tem como função proteger a parte interna do cérebro de mudanças repentinas de pressão e transportar substâncias químicas. Dessa maneira, o LCR serve de veículo para levar os nutrientes para o cérebro, banir os resíduos e fluir entre o crânio e a espinha dorsal para regularizar a quantidade de sangue dentro do mesmo.

Para entender a hidrocefalia, é preciso compreender os mecanismos fisiológicos envolvidos desde a produção até a absorção do líquor. Grande parte do líquido cefalorraquidiano é segregada pelos plexos coróides, uma estrutura presente no sistema ventricular do encéfalo, mas cerca de um quarto é produzido no endotélio parenquimatoso a partir de um mecanismo de ultrafiltração do plasma. Uma criança normal é capaz de produzir 20 ml de LCR por hora. O volume total de LCR aproxima-se de 50 ml no recém-nascido e 150 ml no adulto.

O controle de produção liquórica é feito pelo sistema autonômico. O sistema nervoso simpático possui a propriedade de diminuir a produção, enquanto o parassimpático é capaz de aumentar a síntese do líquido cefalorraquidiano. O fluxo do LCR é gerado a partir de um gradiente de pressão existente entre os ventrículos e o sistema venoso. O caminho percorrido é o seguinte: partindo dos ventrículos laterais (apenas por questões didáticas, uma vez que o LCR é produzido em todos os ventrículos), o LCR chega ao terceiro ventrículo através dos forames intraventriculares de Monro e atravessa o aqueduto cerebral e ganha o quarto ventrículo. A partir daí, atravessa os forames de Luschka e de Magendie e atinge as cisternas na base do encéfalo. Circula, então em direção às concavidades dos hemisférios cerebrais, sendo absorvido principalmente pelas vilosidades aracnóides.

2.2 FISIOPATOLOGIA

Pode-se observar que, após a obstrução total do sistema ventricular, os ventrículos rapidamente se expandem. Nesta fase crítica, em até seis horas, a hidrocefalia se acentua. A expansão imediata se dá pela produção contínua de líquor em um sistema fechado, sem um sistema de absorção. Em resposta a esse acúmulo de LCR, os ventrículos dilatam-se. Observa-se uma sequência na expansão dos ventrículos, sendo os cornos frontais os primeiros a sofrerem um aumento, seguindo-se os occipitais e, por último, os temporais. Após algumas horas, uma velocidade lenta e progressiva de expansão se estabelece. Nessa fase inicial, achados histológicos como o achatamento do epitélio ependimário, são encontrados nos cornos frontais. Na camada subependimária, há um afastamento dos axônios, células gliais e neurônios. Ocorre um aumento progressivo de líquido na substância branca, permanecendo a substância cinzenta intacta, sem edema.

A velocidade e a intensidade destas manifestações vão depender de mecanismos compensatórios. Na criança, ocorre a ocupação rápida das cisternas e dos espaços subaracnóideos, a disjunção das suturas cranianas, a diminuição do volume sanguíneo intracraniano e a expansão do crânio. As alterações funcionais e morfológicas são reversíveis, até o momento em que não houver destruição axonal. Em pacientes com derivação ventricular, embora haja uma reconstituição imediata do manto cortical, as alterações ocorridas anteriormente ao tratamento permanecem. A reconstituição do manto cortical não resulta em restabelecimento dos elementos perdidos e sim a formação de uma cicatriz glia e do retorno da função fisiológica dos elementos restantes.

2.3 CLASSIFICAÇÃO

A Hidrocefalia é classificada conforme a causa:

Obstrutiva (Não comunicante)

Causada por bloqueio no sistema ventricular do cérebro, impedindo que o líquido cérebro-espinhal flua devidamente pelo cérebro e a medula espinhal (Espaço subaracnóideo). A obstrução pode apresentar no nascimento ou após. Um dos tipos mais comuns é a estenose do aqueduto, que acontece por causa de um estreitamento do aqueduto de Sylvius.

Não obstrutiva (Comunicante)

Resultado de déficit da produção do líquor ou de sua absorção. Sendo mais comuns nos sangramento no espaço subaracnóideo. Pode estar

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