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RESENHA

Por:   •  30/3/2015  •  Resenha  •  2.135 Palavras (9 Páginas)  •  422 Visualizações

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UNIVERSIDADE CEUMA – UNICEUMA

CURSO DE PSICOLOGIA – 1° PERÍODO

PSICOLOGIA 

Uma (nova) introdução

SÃO LUÍS

2014

FIGUEIREDO, Luís C. M; SANTI, Pedro L. R; Psicologia, Uma (nova) introdução: Uma visão histórica da psicologia como ciência, 3 ed. São Paulo: Educ 2014.

O livro “Psicologia uma (nova) introdução” (FIGUEIREDO, Luís C. M; SANTI, Pedro L. R; Psicologia, Uma (nova) introdução: Uma visão histórica da psicologia como ciência, 3 ed. São Paulo: Educ 2014) dos autores Luís Claudio M. Figueiredo e Pedro Luiz Ribeiro de Santi apresenta uma visão panorâmica e crítica da Psicologia na contemporaneidade, resgatando algumas de suas principais ideias ao longo do seu desenvolvimento. Luís Claudio fez graduação em Psicologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Católica de Chile e PUC-SP; obteve os títulos de Mestre, Doutor e Livre-Docente em Psicologia pela Universidade de São Paulo; atualmente, leciona no instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e nos cursos de Mestrado e Doutorado em Psicologia Clinica da PUC-SP. Pedro Luís formou-se em psicologia pela PUC-SP; obteve o titulo de Mestre em Filosofia pela USP; atualmente, faz o doutorado em Psicologia Clínica na PUC-SÃO PAULO; é professor responsável pela cadeira de Teorias e Sistemas Psicológicos na Faculdade de Psicologia da Unip e pela cadeira de Psicologia na Faculdade de Comunicação Social da ESPM.

PSICOLOGIA UMA (NOVA) INTRODUÇÃO

No primeiro capítulo do livro, os autores preocupam-se em esclarecer os leitores sobre o momento em que a psicologia começou a se inserir no campo cientifico como uma ciência independente. Foi apenas na segunda metade do século XIX que esse conhecimento se estruturou e se fortaleceu na sociedade, tentando conquistar seu próprio espaço, levando muitos a desenvolverem projetos cruciais para a formação de suas ideias. Porém, essa árdua tarefa fica evidente pela dificuldade de definir seus próprios temas, em que se distinguiria das ciências biológicas e as da sociedade, não conseguindo se desenvolver sem estabelecer relações com essas ciências.

Por apresentar a “psique” como seu objeto, a psicologia, para Auguste Comte e seu método positivista, não poderia ser considerada uma ciência independente, já que essa mente não seria algo observável e comprovável. Portanto, dependeria constantemente do auxílio de outras disciplinas.

Assim, a psicologia é apresentada com argumentos opostos. Ao mesmo tempo em que necessita de uma posição fixa entre as ciências já existentes e um reconhecimento de seus profissionais, não soube progredir sem vincular-se com outros conhecimentos.

Enfatiza-se o estabelecimento de dois critérios para que a psicologia se consolidasse como ciência. A primeira é a experiência da subjetividade privatizada e a segunda a crise dessa mesma subjetividade.

A experiência da subjetividade privatizada é comum ao nosso cotidiano. A privacidade e a individualidade remetem a nossa capacidade de vivenciarmos uma experiência única, sendo nossos sentimentos e pensamentos construídos de forma particular. Essa ideia nos impulsiona a possibilidade da liberdade de construção de nossa própria vida, mas que só pode se desenvolver numa sociedade com determinadas características.

Em momentos de crise social, com o rompimento de tradições vigentes e a perda de referências coletivas, essa experiência emerge e faz com que os homens procurem soluções que equilibrem a situação. A única solução que encontram em meio a esse constante momento de indecisão é o seu “foro íntimo” e a construção de referencias internas. Isso leva ao descobrimento por parte do homem de suas capacidades de decidir e sua responsabilidade sobre elas, sendo essa experiência um importante passo para a consciência do homem sobre sua própria existência.

Com isso, o homem passa a ser cada vez mais valorizado, tornando-se o centro do mundo. Sem excluir a ideia de Deus como criador, ele passou a ser responsável pela organização desse mundo, fazendo deste um objeto de uso e controle. No entanto, o homem acaba por se iludir, adquirindo certa vaidade.

Nesse momento, o ceticismo ganha força, colocando em vigor a ideia de que não podemos ter um conhecimento seguro sobre o mundo. Essa problemática gera o surgimento de duas importantes teorias do conhecimento: o Empirismo e o Racionalismo, que tinham como objetivo assegurar elementos seguros para as crenças e ações humanas com base nas experiências subjetivas.

Opondo-se a essas ideias, foram criadas algumas formas de limitar o poder do ser humano. Uma delas defendia que o homem deveria conduzir sua liberdade com disciplina, se submetendo mais a ordens superiores do que a seus desejos particulares.

Descartes, sendo um racionalista, pretendia investigar a capacidade de obtermos conhecimentos seguros. Utilizando a dúvida como instrumento, esse pensador chegou à conclusão de que ao duvidar das coisas a nossa volta, estamos exercendo a atividade de pensar, logo, essa prática só poderia se realizar, pois há a existência de um sujeito. Esse fato propiciou que o homem buscasse as respostas em si mesmo, pois só essas ideias internas seriam consideradas verdadeiras e levariam a conhecimentos objetivos do mundo.

Francis Bacon, fundador do empirismo moderno, complementou a ideia de Descartes dando uma maior ênfase nas experiências dos sentidos, afirmando que a razão deveria se embasar nas mesmas.

Com o surgimento do Iluminismo, essas teorias foram sendo excluídas e esse novo movimento ganhou forças. Nesse momento, a importância do “eu” vai sendo fragmentada, abrindo caminho para novas ideias.

Segundo o filósofo David Hume, não existe uma constância do “eu”. O mesmo iria, ao logo das experiências, se modificando, ou seja, ele seria um efeito de suas experiências. Sendo assim, não haveria mais a possibilidade de ser considerado como uma base do conhecimento. O também filósofo Emanuel Kant, defendia os chamados “fenômenos”, isto é, de que o homem só entende as coisas como elas se apresentam para ele, sendo influenciado por sua subjetividade universal.

O Romantismo, contrariando o Iluminismo e o Racionalismo, estabelece que o homem é um ser passional e sensível. A potência da natureza é o grande foco, retirando a consciência do homem de seu lugar de prestígio. Porém, a individualidade e a intimidade deste são valorizadas.

O filósofo Nietzsche insere-se nessa desvalorização do sujeito, revelando que nossas crenças e valores se englobam na perspectiva que fazemos de cada instante. Para ele, a ideia de que o mundo possui um centro não existe. A ilusão se mostra como a grande questão de suas investigações.

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