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Cultura do Açaí

Por:   •  21/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  353 Visualizações

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RESENHA

Livro: CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. CAP 1 e 2. São Paulo: Cultrix, 2006.

Erika Moreira do Nascimento

O primeiro capítulo que tem como titulo “Ecologia Profunda- Um Novo Paradigma” vem como uma nova compreensão. Uma nova forma de perceber e pensar no mundo e na vida, nos traz o pensamento que não há uma singularidade nos seus elementos e sim toda uma complexidade que os entrelaçam. A principio o autor relata a Crise de Percepção pela qual se encontra a ciência e a sociedade. Cita que os problemas da época que não podem ser compreendidos isoladamente, como era proposto por muitos, uma vez que são sistêmicos e estão interligados e são interdependentes.  Então surge a Proposta de uma mudança radical em nossas percepções, no nosso pensamento e nos nossos valores, para uma nova percepção da realidade, numa dimensão política, cultural, social e científica. Seria uma nova compreensão científica da vida em seus diferentes níveis. Propondo assim então, uma Mudança de Paradigma, a qual, como esperado, não é facilmente aceita, por se tratar de uma visão estranha e inesperada da realidade. A mudança de paradigma se da em, de uma visão de mundo mecanicista para uma visão de mundo ecológica, ou ainda em, da visão de mundo mecanicista de Descartes e de Newton para uma visão holística, ecológica.

O novo paradigma proposto pelo autor nos mostra uma visão holística de mundo, ela compreende o mundo como um todo integrado, e não como partes separadas, ou ainda pode ser entendido como uma visão ecológica.

O Paradigma Newtoniano não explicava e não resolvia os problemas do mundo subatômico. Criando assim uma Crise no modo de perceber, pensar e sentir ou experienciar o mundo. Ressalta também Mudança de “paradigma social”. Visando uma nova forma de pensar onde a ciência, a filosofia e mesmo as leis que regem a vida em toda sua complexidade, eis um Novo Paradigma.

Ainda o autor faz uma abordagem baseada na distinção que Arne Naess faz sobre a e ecologia profunda. Onde ecologia rasa concebe uma concepção centralizada no ser humano, na qual são situados como superiores e exteriores (externos) à natureza, atribuindo a esta apenas um valor instrumental. Já a ecologia profunda, vê o mundo como uma rede de fenômenos que em sua essencialidade interconectam-se e são interdependentes.  A concepção ecológica está baseada no conceito de “ecologia profunda” que concebe os seres humanos ou qualquer outra coisa como não separados do meio ambiente natural.

Segundo o autor Percepção ecológica é uma percepção religiosa ou espiritual do ambiente com ênfase na sensação de pertinência, de conexidade, com o cosmos como um todo. A ecologia profunda, então reconhece os valores inerentes a todos os seres vivos e concebe os seres vivos apenas como um fio da teia da vida. A mudança de paradigmas requer uma expansão não apenas de nossas percepções e maneira de pensar, mas também de mudanças nos valores. Baseado na proposta do autor que diz equilíbrio dinâmico entre a autoafirmação e a integração.

A Mudança de Paradigma também afeta a dinâmica das organizações sociais porque, sai à hierarquia, entre o modelo da rede (uma das principais metáforas desse paradigma alternativo). Outra característica dessa mudança de valores e a do antropocêntrico para o ecocêntrico.

É uma visão de mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres vivos são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependências. Mudança de valores e de percepção (ecológica) implica em uma nova ética.

A visão emergente do pensamento holístico no sentido de ecologia profunda enfatiza que a vida se encontra em sua própria essência, o que é particularmente importante para a ciência, pois no velho paradigma, a física (baseada no paradigma mecanicista) foi o modelo e fonte metafórica para todas as ciências, a física, aos poucos perdeu o seu papel como a ciência que fornece a descrição mais fundamental da realidade. Na atualidade, a mudança de paradigma na ciência implica em uma mudança da física para as ciências da vida.

A parte dois “A ascensão do pensamento sistêmico” – temos o capitulo seguinte titulado como “Das partes para o todo” o autor expõe em uma ordem cronológica como ocorreu a mudança do paradigma mecanicista para o ecológico e os movimentos e as varias correntes cientificas. A mudança do paradigma mecanicista para o ecológico não se dá de maneira uniforme. É feita de avanços e retrocessos, balanços e oscilações.

Tensão básica desse movimento ou dessa mudança se da em relação entre as partes e o todo.

“A ênfase nas partes tem sido chamada de mecanicista, reducionista ou atomística; a ênfase no todo, de holística, organísmica ou ecológica. Na ciência do século XX, a perspectiva holística passa a ser conhecida como "sistêmica", e a maneira de pensar que ela implica passou a ser conhecida como "pensamento sistêmico" e a principal característica do pensamento sistêmico esteve presente em várias disciplinas de modo simultâneo, onde o autor usa "ecológico" e "sistêmico" como sinônimos.

Sendo os Biólogos os Pioneiros do pensamento sistêmico enfatizam a concepção dos organismos vivos como totalidades integradas. Posteriormente  Psicologia, Ecologia e Física Quântica. Tanto a biologia organísmica como a psicologia de Gestalt, eram parte de uma tendência intelectual mais ampla, que se via como um movimento de protesto contra a fragmentação e a alienação crescentes da natureza humana.

O autor expõe a Tensão entre mecanicismo e holismo é um reflexo da dicotomia entre substância (matéria, estrutura, quantidade) e forma (padrão, ordem, qualidade) que, de diferentes maneiras, sempre se fez presente ao longo da história do Ocidente. Perguntar pela forma é perguntar pelo padrão que conecta as coisas, o que também diz respeito ao processo de desenvolvimento e evolução das coisas.

Em relação ao Mecanicismo Cartesiano no Século XVI e XVII da Idade Média para a Idade Moderna ,a Mudança de visão de mundo era “ sai à noção de um universo orgânico, vivo e espiritual (tal como formulado pelos gregos, em especial, por Aristóteles), entra a noção do mundo como uma máquina (metáfora dominante da era moderna). Principais responsáveis por essa mudança de paradigma foi Copérnico, Galileu, Descartes, Bacon e Newton.. Onde Galileu expulsou a dimensão qualitativa da Ciência, restringindo-se a fenômenos quantitativos e passíveis de serem medidos. Já Descartes criou o método do pensamento analítico, que consiste em quebrar fenômenos complexos em pedaços a fim de compreender o comportamento do todo a partir das propriedades das suas partes. Descartes baseou sua concepção da natureza na divisão fundamental de dois domínios independentes e separados, “o da mente e o da matéria”.

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