ECONOMIA: O Ambiente Econômico - Globalização e Cenários da Economia Brasileira

ECONOMIA - O Ambiente Econômico. Globalização e Cenários da Economia Brasileira

Tema: Economia e Cenários

INTRODUÇÃO

Mediante um cenário de incertezas globais e incertezas internas ainda maiores é relevante questionar o que se deve esperar da economia brasileira para os próximos 9 ou 10 anos.

A atual crise econômica, agravada pela crise política, já passou por sua pior fase, tendendo a uma recuperação relevante até 2025? Ou seguiremos em direção a um cenário menos otimista, de incertezas permanentes e tendência de crise e bolhas? Devemos esperar por um cenário ainda pior, com o agravamento da crise e ruptura do sistema?

Além das instabilidades políticas, atualmente o Brasil enfrenta uma forte retração econômica, com a escalada da inflação e aumento do desemprego. Além disso, são graves as ameaças ao equilíbrio fiscal, tendo em vista a diminuição da arrecadação e aumento dos gastos primários. Não podendo deixar de mencionar a falta de infraestrutura e de incentivo ao investimento, dada a ausência de crédito externo e a manutenção da taxa SELIC a 14,15%.

Problemas tão sérios são passíveis de resolução em médio prazo? Como fazer a economia brasileira voltar a crescer, tornando real o reaquecimento do mercado?

A verdade é que o cenário econômico brasileiro de 2025 dependerá de ações a serem tomadas nos próximos anos. Sem dúvida a economia do país sofre influências externas, mas o seu fortalecimento e menos sujeição às volatilidades da economia global, depende da estruturação adequada da economia local.

Neste sentido, preparamos a seguir 3 possíveis cenários econômicos para o Brasil de 2025 e estabelecemos os caminhos que seriam percorridos até cada um deles.

CENÁRIO MAIS OTIMISTA: diminuição das incertezas

Crescimento do Brasil: 9% ao ano

Inflação: 2% ao ano

Selic: 4%

Cambio: R$ 2,50/ US$ 1,00

Conforme mencionado acima, hoje vivemos uma situação preocupante no Brasil: a queda do investimento, aliada à perda da competitividade da indústria somada à desaceleração da economia mundial geram forte desaceleração da economia, que já chega a níveis de recessão.

E como retomar o crescimento a fim de atingir os índices tão favoráveis indicados acima?

Para o Brasil voltar a crescer é imprescindível ao atual governo alcançar a estabilidade política, deixando a interinidade e obtendo o apoio do Congresso. Essa medida é importante à segurança sobre o futuro político do Brasil, o que deve sedimentar expectativas positivas e possibilitar reformas profundas no país.

Uma vez alcançada à estabilidade política, deve-se tomar medidas contra o descalabro fiscal. As contas públicas precisam ser equilibradas urgentemente com a redução dos gastos com pagamento de juros, previdência social (através da reforma da previdência), pessoal e custeio e consumo.

Com isso, o Governo deve conseguir cumprir e até melhorar metas fiscais, a fim de gerar superávit e possibilitar condições de investimento pelo Governo em anos seguintes.

Ainda no âmbito da política fiscal é imprescindível que o Governo contribua com medidas para solucionar o desequilíbrio fiscal dos estados e municípios, através da renegociação de dívidas, desvinculação de receitas, dentre outras ações. Não sendo menos importante e também imprescindível o aumento da receita pelo Governo, através de privatizações, concessões, da própria arrecadação com o aumento da atividade econômica, sendo a elevação e criação de tributos uma última opção.

Além do equilíbrio das contas públicas, é importante a redução paulatina das taxas de juros, através da redução da taxa básica. Isto porque a diminuição brusca da Selic incentivaria o consumo de uma capacidade produtiva não preparada, o que poderia gerar maior inflação.

É necessário criar incentivos ao investimento, com um cenário político e econômico otimista e uma taxa de juros não convidativa à poupança.

Outros incentivos ao investimento também devem ser criados com a reforma tributária, reforma celetista e desburocratização da forma como fazer negócios no Brasil.

Para concluir tais reformas estruturais tão importantes ao país, o Governo precisa ter apoio da maioria do Congresso e foco, não em interesses em determinados setores, mas nos interesses primordiais da nação.

A indústria nacional precisa ser fortalecida, não apenas com investimentos, mas também com a melhoria no nível de educação e produtividade da mão de obra brasileira. Por isso, o forte incentivo e melhoria no nível dos estudos também contribuirá para a retomada e manutenção do crescimento econômico.

Importante também um cambio flutuante, sem intervenções governamentais. Pensando em longo prazo, incentivar uma taxa artificial de paridade entre o real e o dólar é custoso para as reservas do país e pode ocasionar a valorização excessiva da moeda nacional, provocando a diminuição da exportação e aumento da importação.

Ainda assim, a manutenção natural do cambio a R$ 2,50 incentivaria as exportações de produtos brasileiros ao exterior, trazendo divisas ao país, sem prejudicar importadores e produtores domésticos.

No entanto, o Brasil não deve pautar sua economia apenas na exportação, mas criar condições de manter um mercado interno capaz de absorver alterações dos fluxos de troca internacional. Isto através do fortalecimento da economia para manutenção de empregos e capacidade de consumo.

CENÁRIO DE CRISES E RUPTURAS:  tendência de crise e bolhas

Crescimento do Brasil: 3,5%

Inflação: 5%

Selic: 12%

Câmbio: 3,75

Nesse cenário, no âmbito político, o país continuaria polarizado. A rixa entre governo e oposição atravancaria a pauta do congresso impedindo votações de reformas relevantes para o Brasil, tais como a reforma trabalhista e tributária. A reforma previdenciária seria feita com muitas concessões para os diversos atores políticos. A situação fiscal é melhorada, mas ainda representa um forte ponto de atenção.