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Planejamento Estratégico em Empresas Ágeis

Por:   •  15/3/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.707 Palavras (7 Páginas)  •  65 Visualizações

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Sumário

Introdução        2

Necessidade de um planejamento estratégico ágil        2

Princípios do planejamento estratégico ágil        4

Conclusão        5

Referências        6

Introdução

Não há mais dúvidas de que as metodologias ágeis funcionam. Depois de anos sendo implementadas nos mais diversos setores após seu nascimento no desenvolvimento de software, podemos afirmar com certeza que empresas que adotam metodologias ágeis, em sua maioria, tendem a realizar projetos de forma mais rápida e eficiente do que seus concorrentes que optam por continuar com uma gestão de projetos tradicional.

No entanto, por mais que a metodologia ágil seja implementada de forma completa na área operacional, muitas vezes as empresas não se preocupam com a conformação de áreas de suporte, como marketing e planejamento estratégico, à nova realidade. Isso acarreta em alguns efeitos negativos como a dissonância entre os objetivos da empresa e de cada time ágil, o que por sua vez causa a paralisação dos times ágeis, já que as áreas de suporte não conseguem acompanhar o ritmo da mudança por ainda estarem presas em uma ótica da gestão de projetos tradicional.

Este trabalho tem como focar apenas no planejamento estratégico e como ele pode ser adaptado para empresas ágeis, fazendo com que uma área que é muitas vezes vista com apatia e cinismo por não retratar a realidade da empresa entre em consonância com métodos ágeis de gestão de projetos.

Necessidade de um planejamento estratégico ágil

O planejamento estratégico é uma disciplina relativamente nova e percorreu um caminho de altos e baixos com relação a popularidade desde sua adoção geral pelo mercado na década de 1960. Ao longo desses anos, inúmeros frameworks e teorias diferentes foram desenvolvidas sobre o que é o planejamento estratégico. Porém, de forma central, o planejamento estratégico é definido por dois conceitos básicos (Chandler, 1969, 1990): A identificação e expressão de objetivos de longo prazo e a provisão de recursos para que esses objetivos sejam alcançados.

No entanto, de acordo com “Competition and Business Strategy in Historical Perspective” de Ghemawat, até 2013 existiam 81 frameworks estratégicos diferentes. Essa falta de um conceito unificado sobre o que é o planejamento estratégico numa organização faz com que haja apatia com relação aos esforços designados a área em muitas organizações, por conta da falta de claridade no que deve ser cumprido em um exercício de planejamento estratégico.

Outro grande problema é que a teoria de planejamento estratégico está firmemente atrelada a teoria da gestão do design racional (Wolf & Floyd, 2013) que diz que por conta das pessoas agirem e tomarem decisões de forma racional, grupos de pessoas irão se comportar de forma semelhante e agir pelos melhores interesses do grupo. Então, idealmente, as organizações deveriam empregar métodos e processos que são lógicos, racionais e lineares, visto que ele provém caminhos superiores para ações e iniciativas que alcancem os objetivos da empresa. Todavia sabemos que organizações são demasiado complexas para operar de maneira linear e, portanto, de maneira racional (Anderson, 1999).

Esses problemas são amplificados por organizações com times ágeis. Nessas empresas, por conta da adoção da metodologia ágil, os times acabam criando um grande senso de independência e autonomia. Essas características, junto à falta de entendimento sobre planejamento estratégico e do interesse próprio das equipes fazem com que cada time possua determinados objetivos que não estão necessariamente de acordo com as metas globais da organização, gerando assim uma falta de alinhamento estratégico.

Essa falta de alinhamento acarreta na adoção de medidas operacionais erradas, que tornam difícil, ou até mesmo impossível, entender o que está acontecendo nos ambientes  interno e externo da organização além da má alocação de recursos como dinheiro, tempo e conhecimentos, que são utilizados em esforços que não são importantes ou estão até mesmo em total desacordo com o planejamento estratégico da organização.

Além disso, metodologias ágeis confrontam diretamente o conceito básico de planejamento estratégico, que são os objetivos a longo prazo, pois suas prioridades mudam a cada sprint.

É necessário considerar também o ambiente externo de uma organização. Antigamente, a maior parte das empresas se encontrava em ambientes simples (Cynefin), em que eram capazes de enxergar obviamente as relações entre causa e efeito. Cenário que mudou drasticamente na era digital, hoje em dia estamos vivendo em um mundo “V.U.C.A.”, em que organizações estão o tempo todo tendo que lidar com fatores que não conhecem e não entendem. O mais presente deles no nosso dia a dia é a inovação disruptiva que levou empresas gigantes do passado como Nokia e Blockbuster à decadência. Diante desse quadro, fica inviável para grandes empresas estabelecerem metas e objetivos de longo prazo, pois é possível que no longo prazo a organização nem seja mais relevante.

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Fonte: https://scoreplan.com.br/blog/2020/07/31/planejamento-estrategico-necessario-como-sempre-agil-como-nunca/)

Princípios do planejamento estratégico ágil

Como vimos então, existe uma grande necessidade da adaptação do planejamento estratégico tradicional, tanto para se conformar com novas práticas ágeis endógenas a empresa quanto para refletir a necessidade de adaptação ao mercado extremamente incerto do mundo de hoje em dia.

Se uma organização decide mudar para operar de forma ágil, é necessário adequar todas as áreas de suporte relevantes a esta mudança. Assim nasce o planejamento estratégico ágil dentro de uma empresa.

Uma organização ágil é rápida, adaptável e robusta. É capaz de se adaptar prontamente em resposta a mudanças e eventos inesperados e imprevisíveis, oportunidades de mercado e requisitos do cliente. A sua mentalidade está alicerçada em processos e estruturas que facilitam a agilidade, adaptação e robustez e que entregam resultados coordenados, capazes de alcançar uma performance competitiva num ambiente de negócios altamente dinâmico e imprevisível.

Portanto, é necessário que todos os elementos do planejamento estratégico sejam alterados para contemplar essa ideologia. A primeira mudança que deve ser realizada é a alteração de ciclos de planejamento tradicionais para ciclos menores, de cerca de 3 meses que se adequem ao ritmo de times ágeis. Através dessa simples mudança é possível obter um maior alinhamento estratégico em todos os níveis da organização, já que todos estão encarando o mesmo horizonte de tempo.

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