Resenha: Alterações no IDH

                                                Número: 194401

Resenha: Alterações no IDH

O IDH surge como um indicador para tentar expandir a idéia exclusiva de renda que está contido no PIB. Depois de passado vários anos do uso desse indicador podemos afirmar que ele é, sem dúvida, o principal indicador depois do PIB que conseguiu ser difundido mundialmente. O conceito por trás do IDH vem das idéias do desenvolvimento humano no qual a renda é vista como um indicador imperfeito de bem estar, ou seja, não adianta ter apenas uma renda razoável que isso não garante necessariamente um maior bem estar. Com isso o IDH demonstra que o crescimento econômico é sim importante, mas não é tudo.

Desde sua criação, o IDH possui três dimensões: renda, saúde e educação. Algumas das variáveis que compõem essas dimensões sofreram modificações em seus cálculos no sentido de aprimorar o indicador para refletir melhor a realidade. As variáveis da dimensão educação sofreram significativas alterações. Anteriormente, a dimensão era composta por alfabetização e taxa de matrícula, a primeira variável, que é uma variável binária, se mostrou ter pouco sentido principalmente para países desenvolvidos, que facilmente atingiram sucesso absoluto nesse quesito, a outra variável usada tem o problema de não demonstrar de fato o que ocorre na realidade. No intuito de melhorar essas questões essas variáveis foram substituídas por outras possivelmente refletem melhor a realidade.  A alfabetização foi substituída por anos médios de estudos para pessoas com mais de 25 anos e a taxa de matricula foi trocada por anos esperados de estudo algo similar a expectativa de vida, ou seja, tenta demonstrar quantos anos espera se que as pessoas irão estudar durante sua vida no momento em que elas entram na escola. Na primeira variável, o Brasil está com um nível ruim em média as pessoas com mais de 25 anos no país possuem 7,3 anos de estudo número pior que de muitos países vizinhos, quanto a segunda variável o país já esteve melhor, mas ainda possui um bom número 13,8 anos.

A outra dimensão que sofreu modificações nas suas variáveis foi a renda. Anteriormente era usado a renda per capita, todavia essa variável sofria influência tanto de rendas vindas do exterior quanto de renda enviadas ao exterior o que para países pequenos poderia significar grandes variações então resolveu-se usar renda nacional que representa melhor o que de fato as pessoas possuem para gastar. Em resumo, em educação a modificação foi total, na renda parcialmente e a saúde não foi modificada.

        Outro ponto que sofreu modificação foi o modo que se era calculado. Anteriormente, era usado uma média aritmética isso significava que havia uma significativa substitutibilidade entre as dimensões o que não seria muito interessante, pois renda é uma dimensão meio e saúde e educação são dimensões fim. Agora, é usado uma média geométrica o que dificulta a substitutibilidade entre as dimensões.

        A terceira modificação foi nos chamados postos que em princípios é a distancia que o país já percorreu e ainda teria que percorrer, no caso usava-se sempre os mínimos e os máximos. Isso significava que o denominador era sempre o mesmo o que se possibilitava a comparação do índice de um ano com os outros, todavia esses números eram arbitrários o que geravam várias críticas. Agora, o posto é variável isso tem a vantagem de os valores serem menos arbitrários, mas agora não é possível comparar um ano com os demais. Isso significa que todo ano que sair um novo índice eles irão calcular os índices passados com esse novo posto , todavia isso não se mostra muito significativo já que de fato esse cenário passado nunca ocorreu. Isso pode prejudicar a divulgação pública, já que todo ano os números mudariam.

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