Confiança como Fator de Vulnerabilidade Resenha

Resenhado por: Tamara Florêncio e Crisleide Borges

O artigo Confiança Como Um Fator de Redução Da Vulnerabilidade Humana No Ambiente de Trabalho, do ano de 2005, redigido pelos Professores da USP Rosa Maria Fischer, Doutora em Ciência Politica e José Gaspar Nayme Doutor em Administração, ambos pesquisadores na área da administração nos diversos setores da economia e dos aspectos que acercam, reflete como a confiança depositada nos trabalhadores pode influenciar no ambiente organizacional, reduzindo a sensação de fragilidade ligada ao ser humano e aumentando a produtividade e a ligação do grupo cooperativo, diminuindo riscos e danos. A pesquisa procurou conhecer as percepções de gerentes de organizações de grande e médio porte acerca da relação entre o sentimento de vulnerabilidade e a presença ou ausência da confiança ambiente de trabalho, considerando as constantes mudanças no mundo e a desvalorização das relações afetivas e que relações de confiança nas organizações dão agilidade aos processos.

A ideia principal do artigo é que o estabelecimento de um ambiente de confiança pode neutralizar a sensação de vulnerabilidade, pois a implantação de um ambiente de confiança nas organizações reduz a vulnerabilidade do homem na vida social, ajudando sua capacidade de ação e estimulando a contribuição para um processo de trabalho cooperativo. Retratando como é fundamental a confiança nas organizações e de como a falta dela implica fortes prejuízos tanto na produção quanto nos relacionamentos das pessoas umas com as outras e com a própria empresa. Na pesquisa teórica foram apresentados alguns dados elaborados pelo Dieese em 2000 e 2001 que comprovaram um aumento na produtividade do Brasil, em 2,55% entre 1992 e 1998, devido às mudanças na organização do trabalho. Mas no mesmo período, aumentou o desemprego em 17% mais 16,4% de trabalho informal. Os autores perceberam que o valor do trabalho se tornou precário. Eles apontam que o ambiente de trabalho se tornou improdutivo para o estabelecimento da confiança, e para união entre grupos de trabalho. Na análise dos dados, a competitividade foi confirmada pelos entrevistados como também a pressão por resultados, trazendo sentimento de insegurança e insatisfação com as relações de trabalho.

A partir do momento em que estiver estabelecido um ambiente de trabalho com confiança a organização e os indivíduos só terão a ganhar, pois ela favorece abertura, a cooperação dos membros, fornece liberdade para sugestão, permiti troca de informações, planejamento, facilita a busca de objetivos, entre outros.  

O Artigo nos prova quão importante é o relacionamento interpessoal de confiança dentro da organização, pois garante o cumprimento dos objetivos da empresa mesmo dentro de um clima competitivo, porém, é preciso levar em conta que esse fator depende mais da sociedade ou do grupo que das características individuais.

Mas, como aplicar uma gestão de fatores da confiança em um país que tem o povo mais desconfiado? Conforme divulgação no site de noticias terra.com.br em 06 de Abril de 2011, em um levantamento realizado em 18 países da América Latina pela diretora Marta Lagos, em Lima, no Peru, o Brasil é o país que tem o povo mais desconfiado. Por isto, pensamos que o estudo poderia ser mais aprofundado, levando em conta a cultura do país, e não somente os dados citados, pois, como exemplo um trabalhador que confia na capacidade de um colega para a finalização de um trabalho, mas omite certos detalhes por causa de uma desconfiança nas intenções da pessoa. Nessa desconfiança está implícita a afirmação: “O meu parceiro pode usar as informações para se promover”.

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