ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

O case trata da necessidade de avaliação de desempenho, sistema que hoje é

padronizado e não contempla situações diferenciadas como a narrada. Ao final do estudo,

há questões para discussão sobre inclusão e avaliação de desempenho.

Pensem como Gestores de RH!

Como avaliar o desempenho?

Francisco chefiava um grupo de 12 pessoas em uma multinacional. Havia cinco

colaboradores efetivos no departamento comercial do grupo, que passavam por um

sistema padronizado de avaliação de desempenho. Um desses colaboradores, Julia,

chegou à equipe após ter passado por três departamentos diferentes dentro da empresa,

sem ter se adaptado a nenhum deles.

Julia ingressou na organização pelo sistema de cotas para pessoas com deficiência,

pois apresentava dificuldade de locomoção. Todavia, Francisco percebeu, ao longo do

tempo, que ela demonstrava dificuldades em desempenhar determinadas tarefas que

exigiam certo esforço intelectual. A partir daí, suspeitou que Julia tivesse também um

atraso cognitivo.

Diferentemente do que dizia Julia, Francisco descobriu que as deficiências da

colaboradora eram resultado de uma paralisia cerebral ao nascer, que deixou sequelas

intelectuais e físicas. Esse fato, no entanto, não havia sido revelado a ele por Julia. Ao

chegar à equipe, ela disse que sua deficiência resultava de um acidente de carro quando

criança. Ainda assim, Julia conseguiu ingressar na organização em um cargo de nível

superior por meio de um teste seletivo e fazia bem várias tarefas, além de ser muito

prestativa, dedicada e interessada no trabalho. Contudo, ela não conseguia desempenhar

certas atividades de complexidade semelhante às de seus colegas que ocupavam o mesmo

cargo.

Julia foi bem aceita pela equipe de Francisco e mantinha uma boa relação com

todos. No entanto, em momentos de pico de trabalho, a equipe se ressentia de ter que

assumir mais serviço para compensar o ritmo diferenciado de Julia, sendo que todos

ganhavam o mesmo salário. A equipe não sabia que Julia havia tido paralisia cerebral,

mas o seu ritmo diferente era perceptível àqueles que conviviam com ela.

Ao longo dos cinco anos em que Julia esteve na equipe, Francisco realizou

avaliações de desempenho que não tinham impacto no salário do colaborador. Por isso,

nem as chefias nem os colaboradores de modo geral davam muita atenção a esse sistema

de avaliação. Após esse período, Francisco soube que o Departamento de Recursos

Humanos alterara a forma de avaliação do departamento comercial.

O novo sistema de avaliação de desempenho passou a refletir na remuneração

percebida pelos colaboradores. Uma parcela dela passou a ser variável de acordo com o

desempenho de cada colaborador. As metas a serem alcançadas pelos colaboradores

passaram a ser calculadas de modo geral, não levando em conta as especificidades de um

caso como esse. Quem não cumprisse as metas deixaria de contar com aumentos salariais,