O Estudo de Caso Brasil e a Responsabilidade Corporativa

1. Segundo a reportagem, é possível afirmar que funcionários de empresas brasileiras estão

suscetíveis a cometerem atos antiéticos? Comente essa afirmação com dados disponíveis

na reportagem e comente também quais são os principais fatores que podem sugerir a

adoção de atos antiéticos por funcionários de empresas brasileiras.

A reportagem relata que a grande maioria (80%) dos funcionários de empresas, tanto

gestores quanto subordinados, estavam dispostos a cometer atos antiéticos. A partir da

postura de flexibilidade moral em situações impróprias, os funcionários mostram

descompromisso com a missão e sucesso de sua empresa, favorecendo ambições próprias

(seja por procurar beneficiar-se financeiramente ou por medo de uma possível demissão

como retaliação à denúncia) sobre à da organização. Assim, fica claro que a cultura

corporativa brasileira atual tolera e até estimula tais atitudes em detrimento de uma postura

justa e correta.

2. Segundo a reportagem, quais os principais motivos pelos quais os funcionários não

realizem denúncias sobre atos antiéticos dentro das organizações? Você concorda com os

argumentos disponíveis no texto? Cite pelo menos um argumento, além do apresentado no

texto, que você julgue ser importante na leniência de funcionários com ações antiéticas em

organizações.

A reportagem relata que os principais motivos dos funcionários não denunciarem atos

antiéticos dentro das organizações é devido à: não saber a quem realizar a denúncia ou por

medo de serem demitidos caso a realizem.

No Brasil, historicamente, as relações são ditadas pelo poder. Sendo política muitas vezes

um fator importante na gestão de organizações, a corrupção e ambição pessoal são

normalizadas no contexto empresarial. Muitos funcionários, ao denunciarem atos antiéticos,

acabam por sofrer retaliações maiores que as sofridas pela pessoa que comete o ato e a

ação ainda sair impune. Como no caso de uma vendedora da loja Tim do Norte Shopping

do Rio de Janeiro em 2021, que ao denunciar uma tentativa de estupro através de um canal

interno da empresa, foi intimada pelos colegas e depois demetida por “ferir a honra de seus

superiores e colegas de trabalho, quebrando o código de ética da TIM”. No fim, os

responsáveis só foram indiciados após a vendedora recorrer a meios legais fora do espectro

empresarial.