Resenha sobre o período socrático

Deixar-se desestabilizar

Sócrates, Diógenes

Com uma linguagem bem simples e acessível, de bom entendimento e compreensão para qualquer leitor desde o mais leigo. O autor da obra começa citando que o que se é característico na democracia é a incerteza. Com o objetivo de mostrar-la como uma indeterminação, quanto ao fundamento do poder e do saber, regindo Sócrates e Diógenes como mantedores dessa indeterminação aberta abalando e encerrando o que se tem de respostas prontas, que seria como se fosse uma certeza dentro da democracia.

Sócrates e Diógenes em seu papel de desestabilizar o que se tem por verdadeiro tem grande êxito em suas funções e se interlaçam bem quando se diz respeito a tal assunto, mesmo que com suas divergências de metodologias. A desmontagem das falsas certezas pode ser considerada uma crítica indispensável pois existe na sociedade uma grande tendência de fixar os princípios políticos como sendo as verdades absolutas.

Em seguida o texto mostra como era Sócrates e como tal vivia em que acreditava como ser o saber, sua convicção na ignorância, sua negatividade além de mostrar o que era para ele ser realmente vivo.

O autor mostra Sócrates como um homem muito desconcertante pois não oferecia muitas explicações de nada, era tido como um filósofo livre e que buscava levar a seus caminhos jovens de Atenas, e acaba sendo preso acusado de corromper os jovens. E por mais que tenha tido chances de ser libertado, tal se recusava pois para ele fugir de sua condenação seria renegar suas próprias idéias. Ele acaba se suicidando antes de sua execução. Para Sócrates, o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo na busca da verdade.

A verdade entretanto, não pode ser propriedade de ninguém, o que não tira o direito também de alguém se manter em uma busca interminável por ela.

DROIT, Roger-Pol. Filosofia em cinco lições: Deixar-se desestabilizar. In Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2012. Cap. 7, p. 133-139.