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A organização da cidade industrial

Por:   •  6/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.318 Palavras (6 Páginas)  •  351 Visualizações

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O mau funcionamento do espaço urbano foi abordado como condição primordial para a criação de uma nova Barcelona industrial: suas infraestruturas, definitivamente, não conseguiram acompanhar o crescimento populacional. IIdefonso Cerdà (1815-1876) foi o engenheiro urbanista responsável pela proposta de expansão e construção dessa nova cidade. Seu plano de expansão tinha como objetivo aumentar área total além dos limites das antigas muralhas medievais, as quais impediam o crescimento da cidade, aumentando sua densidade e contribuindo para o aparecimento de problemas gerados pela aglomeração de pessoas.
Antes mesmo de "desenhar" sua proposta, Cerdà estipulou um quadro estatístico com aspectos da vida material e social da classe operária.
Inicialmente a necessidade era  acomodar uma população de 150.000 habitantes distribuídos num território com uma densidade média de 864 habitantes por hectare.

 A primeira fase: 1855 

Antes da realização do seu projeto de ampliação, Cerdà projetou e realizou o traçado do "grande canal coletor": a estrada de Barcelona  Sarrià e a ferrovia de Barcelona a Grannollers ,que fariam parte de uma das principais infraestruturas de comunicação de Barcelona.

Cerdà passa a seguir uma ordem para a realização do seu projeto. Primeiramente começa a desenhar a cidade a partir da casa, dispensando tipologias e definindo duas modalidades básicas: a casa burguesa e a casa operária.

"A primeira modalidade engloba quatro fórmulas diferentes em ordem crescente de densidade: desde o palácio senhorial sob a forma de uma casa isolada de dois ou três andares até as casa germinadas ou divididas ao meio, de três andares, passando pela casa apalaçada particular dividida ao meio, de dois andares, e terminando pelas casas germinadas de três andares , a razão de dois apartamentos por pavimento. Em compensação, propõe para as casas operárias apenas um tipo arquitetônico, a partir de casas adotadas de um pátio interior, como na Andaluzia ou Madri, com três variantes dependentes do porte das famílias e uma quarta, destinadas aos solteiros. "

 Posteriormente passa a definir as características viárias propondo "ruas tipos". Prevendo o aumento de tráfego gradativamente, no inicio propôs uma largura de 35m, enquanto a rua média do plano original de Barcelona medisse apenas 4m. Na etapa seguinte, utilizando como base as quatro fórmulas de casas burguesas, Cerdà aplica a geometria combinatória e forma diversas configurações de quarteirões, e depois a combinação deles para realizar os bairros. 

"Articulado sobre o porto, motor de crescimento histórico da cidade, um grande 'V' liga Barcelona aos dois eixos interiores do país definidos pelos vales fluviais do Llobregat e do Bésos. Cortado pelo grande eixo paralelo ao mar da Gran Vía , constituirá o esquema principal e persistirá sem modificação nas sucessivas versões do projeto de ampliação de Cerdà."

A rede de saneamento básico, elemento importante para resolver os principais problemas da antiga cidade, se localizaria no grande canal coletor que contorna o Ensanche e na rede de escoamento das águas de ruas e praças, enquanto o saneamento básico das propriedades privadas se resolveria com unidades de tratamento primário de esgoto - as chamadas fossas sépticas - que depois seria utilizado  como adubo agrícola.

A segunda fase: 1859 - O projeto de ampliação

Cerdà continuava defendendo o traçado de tabuleiro de xadrez. Segundo ele, a grelha ortogonal promovia uma melhor circulação, além de vantagens de ordem topológica, predial e urbanística.
Após  diversos experimentos na busca de um quarteirão tipo, chegou a conclusão que o quarteirão ideal mediria 113m por 113m entre eixos, e teriam seus vértices "cortados" para facilitar a circulação de charretes.
As ruas teriam 20m de largura, sendo apenas 6m da via central destinados ao trafego de veículos, enquanto os pedestres dispunham de 14m dela, sendo 4m para os que não carregassem carga e 3m para os que o fizessem, de cada lado da rua. No cruzamento das ruas, formava-se praças octogonais.
Os prédios alinhados na calçada ocupariam o perímetro das quadras, permitindo que os seus interiores tornassem corredores arborizados e equipamentos comunitários, promovendo uma maior iluminação e ventilação aos edifícios, além de criar espaços semi-públicos. Para não fechar completamente as quadras e conservar a relação dos quarteirões e praças centrais com a rua, definiu-se duas formas de ocupação: U ou L.

Além disso descartou qualquer demolição do antigo núcleo, propondo a construção de grandes avenidas diagonais que cruzariam a cidade ligando nova área expandida com o centro antigo.  


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Para Cerdà o território deveria ser homogênio, ou seja, todos os locais deveriam possuir o mesmo valor. Ele não se preocupou em concentrar os prédios públicos e administrativos no centro do plano, pelo contrário, os deixou espalhados por toda a cidade.

As linhas férreas, importantes para a comunicação e transporte de materiais e pessoas, ganhariam mais terminais instalados em pontos importantes da cidade no projeto de 1859. O primeiro, das linhas de Martorell e Sarriá, é instalado entre a praça de Catalunha e o bairro do porto; um pouco mais ao norte instala-se o segundo, motivado pela abertura da Via Laietana e do estabelecimento do eixo vertical do Paseo de San Juan. Essa estação torna-se Estação Geral das Estradas de Ferro, incorporando outras linhas também.
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